O
Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou, esta quarta-feira, que vai
processar judicialmente a direção do parlamento por "traição à
pátria" e por usurpar as funções do Chefe de Estado.
Em
causa está a decisão do parlamento de Caracas de solicitar à Organização de
Estados Americanos (OEA) que ative a Carta Democrática para a Venezuela,
reforçando as sanções contra o país.
"O
que fez Ramos Allup (presidente do parlamento) é crime. Como presidente da
Assembleia Nacional, pediu uma intervenção estrangeira para os assuntos
internos da Venezuela. Pretendeu 'abrogarse' (atribuir-se faculdades para
abolir algo de maior hierarquia) as relações internacionais do país, que são
exclusividade constitucional do Chefe de Estado, que se chama Nicolás
Maduro", disse.
Nicolás
Maduro falava no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, durante um ato
com motociclistas afetos ao seu regime, que foi transmitido em simultâneo e de
maneira obrigatória pelas rádios e televisões do país.
"Estou
obrigado, pela Constituição, a cumprir e fazer cumprir a Constituição do
país", vincou.
Por
outro lado, explicou que pedirá na quarta-feira ao Ministério de Relações
Exteriores e à Procuradoria-Geral da República para iniciar um processo
judicial contra a direção do parlamento por usurpar funções exclusivas do
Presidente.
Maduro
disse querer "um julgamento histórico, que se transmita a toda a nação,
para demonstrar não só a usurpação de funções mas também a traição da pátria,
na qual incorreu a Assembleia Nacional".
Nicolás
Maduro destacou ainda que é a primeira vez que um setor político interno pede
uma intervenção na Venezuela.
O
secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luís Almagro,
solicitou hoje a ativação da Carta Democrática Interamericana, na Venezuela,
iniciando um processo que poderá levar à suspensão daquele país como membro
daquele organismo.
A
iniciativa dá sequência a um pedido formalizado, a 19 de maio último, pelo
parlamento venezuelano, para que aquele organismo ativasse a Carta para a
Venezuela, face à crise social e política do país.
O
Chefe de Estado reagiu também ao pedido de Luís Almagro, chamando o povo à
rebelião contra alegadas ameaças internacionais.
"A
Venezuela respeita-se, e ninguém vai aplicar nenhuma Carta à Venezuela, de
qualquer tipo que a queiram chamar. Apelo à rebelião nacional perante as
ameaças internacionais", disse.
Por
outro lado, frisou ainda que irá "responder à canalha internacional que
pensa que intimidará a Venezuela".
"A
Carta Democrática, pode pô-la (Luís Almagro) num tubo bem fino e meter a sua
Carta Democrática por onde lhe couber, Almagro" disse, acusando o secretário
da OEA de fazer parte dos ataques da oligarquia mundial e do imperialismo
contra o seu Governo.
Fonte:
jn
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