A ex-secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, aceitou esta quinta-feira a nomeação como candidata presidencial pelo Partido Democrata, tornando-se na primeira mulher candidata a Presidente dos principais partidos na história dos EUA.
ELEIÇÕES NOS EUA
“É com humildade, determinação e uma confiança sem limites na promessa da América que eu aceito a vossa nomeação para a Presidência dos Estados Unidos”, declarou a antiga primeira-dama sob aplauso dos participantes convenção nacional do Partido Democrata, em Filadélfia.
Hillary Clinton, de 68 anos e mais de três décadas de vida pública, agradeceu ao antigo rival nas primárias democratas Bernie Sanders e aos seus apoiantes.
“Quero agradecer a Bernie Sanders… E a todos os apoiantes aqui e em todo o país, quero que saibam que eu vos ouvi“, disse Hillary Clinton, no seu discurso de aceitação da nomeação a candidata a Presidente dos EUA.
“A vossa causa é a nossa causa. O nosso país precisa das vossas ideias, da vossa paixão e da vossa energia. Essa é a única forma de consegui-mos transformar a nossa plataforma progressiva numa verdadeira mudança para a América”, afirmou.
O discurso da última noite – focado na geração de empregos e salários mais altos – tem aspectos da linha defendida por Bernie Sanders, que afirma ser injustificável que os norte-americanos tenham tido uma queda no poder de compra e nos salários.
“A tua campanha inspirou milhões de americanos, principalmente os mais jovens. Colocaste os problemas sociais e económicos onde merecem estar”, afirmou a candidata democrata.
A candidata sublinhou a ideia de uma América de oportunidades, focando-se na sua vitória como ummarco para as mulheres. “Vamos continuar até que cada um das mais de 161 milhões de mulheres e meninas tenham a oportunidade que merecem”, defende.
“Quando não há tetos, o céu é o limite“, diz a candidata democrata à Presidência.
“Não vamos construir um muro”
Hillary Clinton dirigiu-se também ao candidato republicano à presidência, acusando-o de pintar um quadro negro da sociedade norte-americana e de querer semear a divisão.
“Não vamos construir um muro, mas sim construir uma economia em que cada pessoa que queira um emprego bem pago possa tê-lo”, disse, numa referência direta ao muro que Trump propôs construir na fronteira com o México.
“Donald Trump quer dividir-nos do resto do mundo, e entre nós”, disse a candidata democrata.
“Ele levou o Partido Republicano por um caminho desde o “Bom dia na América” para a meia-noite na América. Ele quer que tenhamos receio do futuro e uns dos outros”, afirmou.
Clinton foi ainda mais dura ao falar sobre questões de segurança e defesa, afirmando que o país “não pode ter um presidente que está no bolso do lobby das armas“, em referência à National Riffle Association (NRA), que apoia oficialmente Trump e que financia campanhas e candidatos que se comprometem a não aprovar quaisquer leis para restringir o uso e porte de armas.
“Feito histórico”
Apoiantes e adversários de Hillary Clinton, incluindo o republicano Donald Trump, reagiram ao discurso da ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado.
“Grande discurso. Ela está testada. Ela nunca desiste. É por isso que Hillary Clinton deve ser a nossa próxima Presidente dos Estados Unidos”, escreveu o atual Presidente Barack Obama no Twitter.
Já o candidato republicano às eleições presidenciais de 8 de novembro, Donald Trump, disse que “ninguém tem pior julgamento do que Hillary Clinton – a corrupção e devastação segue-a para onde quer que ela vá”.
Donald Trump continuo o ataque: “O nosso modo de vida está sob ameaça do islão radical e a Hillary Clinton não consegue dizer as palavras“.
O senador Bernie Sanders, seu rival durante as primárias democratas, felicitou Clinton. “Felicito Hillary Clinton por este feito histórico. Somos mais fortes juntos”, publicou no Twitter.
Também o marido e ex-presidente norte-americano Bill Clinton manifestou o seu apoio na rede social: “Mais do que nunca, estou com ela, a nossa próxima Presidente”.
Hillary tem pela frente três meses de campanha, com comícios, debates regionais televisivos e três grandes debates televisivos nacionais com Trump.
Com perfis e ideias políticas antagónicas, ambos, no entanto, estão próximos no que toca à rejeição do eleitorado, com índices de reprovação superiores aos 40%.
ZAP / Lusa / ABr
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