A
CONFAGRI escreve aos Presidentes da Comissão e do Parlamento Europeu,
manifestando o seu protesto.
Subscrita
pelo Presidente da CONFAGRI Comendador Manuel Santos Gomes, a Confederação
acaba de enviar aos responsáveis da União Europeia uma carta manifestando a
oposição da Agricultura portuguesa a qualquer tipo de penalização ou corte de
Fundos Comunitários.
A
carta enviada tem o seguinte conteúdo:
A CONFAGRI - Confederação Nacional das
Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal- representa o Sector
Cooperativo Agrícola no nosso País, agregando e representando Cooperativas
Agrícolas e Caixas Agrícolas (Bancos Cooperativos) e membro do COGECA –
European Agri-Cooperatives.
As Cooperativas Agrícolas Portuguesas
têm sido agentes determinantes no desenvolvimento económico e social dos
territórios, contribuindo decisivamente para a criação de emprego em riqueza, contrariando
os fortes impactos decorrentes do ajustamento orçamental verificado nos últimos
anos em Portugal.
Nessa medida, a possibilidade de ser
decidida, como sanção sobre a alegada inexistência de ação efetiva para cumprir
as metas orçamentais estabelecidas para o período entre 2013 e 2015, a
suspensão parcial de certos fundos europeus, nomeadamente os de natureza
agrícola de que Portugal beneficia, seria um rude e incompreensível golpe
nesses esforços.
Seria contraproducente essa decisão,
porque prejudicaria o esforço não menos notável que o país vem fazendo para
consolidar a recuperação económica e enfrentar, com ambição reformista, os
problemas estruturais que ainda afetam o seu desenvolvimento.
Seria evidentemente injusta, dado o
esforço feito, em Portugal, por todos, desde as autoridades políticas
nacionais, regionais e locais, aos parceiros da sociedade civil, aos agentes
económicos e às famílias, para superar a crise, equilibrar as contas e
reconstruir as bases da competitividade nacional. Seria ilógica, porque
Portugal é reconhecidamente um dos Estados-membros da União Europeia com melhor
utilização dos fundos, isto é, com um mais completo e mais eficiente uso dos
recursos postos à sua disposição.
A suspensão, ainda que parcial, dos fundos
significaria, portanto, penalizar a sociedade portuguesa precisamente no
elemento que ela mais conseguiu preservar, nos anos duros do ajustamento: a sua
própria coesão.
Num momento em que o investimento é
absolutamente crítico, não pode ter como fonte determinante o Orçamento de
Estado, pois seria um absurdo e um erro de política económica dificultar o
recurso ao financiamento e aos incentivos associados aos fundos europeus.
No caso específico da Agricultura, os
operadores têm em tais fundos pontos de apoio indispensáveis para as
iniciativas de criação de riqueza e de emprego, para a melhoria das estruturas,
para a qualificação do capital humano e para a capacitação em tecnologia e
inovação.
Portugal inteiro realizou, no passado
recente, um enorme esforço de ajustamento. Pagou um alto preço, em termos de
recessão, desemprego, emigração, quebra nos rendimentos. Ainda assim, preservou
condições que são essenciais para o desenvolvimento, como a resiliência e a
solidariedade coletiva, a estabilidade institucional, o diálogo e a coesão
social. Está firmemente comprometido com o objetivo da consolidação orçamental
e, ao mesmo tempo, com um exigente programa nacional de reformas, capaz de
responder aos desafios estruturais.
Por isso, apelamos às instituições europeias
nomeadamente à Comissão e ao Parlamento Europeu, para que não seja prosseguida
a intenção de suspensão de fundos europeus a Portugal. Em nome da justiça. Em
nome do desenvolvimento. Em nome da ideia de Europa.
CONFAGRI, 27 de julho de 2016
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