O papa Francisco inicia esta quarta-feira a visita à Polónia, onde decorrem as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) em Cracóvia, tendo previstos encontros com jovens e um percurso em silêncio pelos campos de Auschwitz e Birkenau. Cerca de sete mil portugueses estão inscritos no evento internacional católico.
Francisco, que viaja pela primeira vez para o coração da Europa católica, à qual ainda não tinha prestado atenção por preferir aquelas que denomina de “periferias do mundo”, vai transformar esta visita numa homenagem a João Paulo II, que como papa se deslocou nove vezes ao país natal.
O programa da 15ª viagem do papa tem previstas várias cerimónias e pelo menos dez discursos em italiano. A chegada está marcada para as 16h locais (15h em Lisboa), no aeroporto João Paulo II, de onde partirá de imediato para o castelo de Wawel, onde se reunirá com as autoridades polacas e corpo diplomático.
A quinta-feira vai ser o dia de homenagem à tradição católica polaca, com uma missa no santuário de Jasna Gora, em Czestochowa, por ocasião dos 1.050 anos do batismo na Polónia.
O dia seguinte – sexta-feira – vai ser marcado pela dor e pelo silêncio, durante a visita de Francisco aoscampos nazis de Auschwitz e Birkenau, onde morreram 1,1 milhões de pessoas entre judeus, ciganos, homossexuais e prisioneiros de guerra.
O papa vai encontrar-se com 10 sobreviventes do holocausto e com 25 “Justos entre as Nações”, não-judeus que puseram a vida em risco para salvar judeus do extermínio nazi durante a Segunda Guerra Mundial.
Em Auschwitz, o papa argentino vai percorrer os lugares que lembram São Maximiliano Kolbe, o sacerdote polaco que morreu no campo depois de se oferecer para tomar o lugar de outra pessoa.
Todos os caminhos vão dar a Cracóvia
De volta a Cracóvia, em Blonia, Francisco vai assistir à via-sacra, organizada por ocasião das Jornadas Mundiais da Juventude, e dirigir algumas palavras aos fiéis.
No sábado, Francisco vai celebrar missa no santuário da Divina Misericórdia, dedicado a João Paulo II.
Depois de um almoço com 12 jovens, em representação dos cinco continentes, no arcebispado, o papa celebra uma vigília de oração com os jovens a quem dedicará o seu discurso, no Campus da Misericórdia.
No domingo celebra uma missa para a multidão e, à tarde, encontra-se com os voluntários na arena Tauron antes de regressar a Roma, onde aterra às 20h30 locais (19h00 em Lisboa).
A organização do encontro mundial de jovens católicos, uma criação de João Paulo II, espera receber entre um milhão e meio e dois milhões de jovens, mas as inscrições oficiais rondam as 360 mil, incluindo cerca de sete mil portugueses.
A Polónia mobilizou mais de 40 mil homens para proteger centenas de milhares de jovens peregrinos que participam, desde ontem e até domingo, nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), em Cracóvia.
O chefe da Igreja católica parece um alvo potencialmente provável para fanáticos religiosos islamitas.
O atentado na praça de São Pedro, a 13 de maio de 1981, do turco Ali Agca contra João Paulo II mostrou, há 35 anos, que um papa também está tão exposto a este perigo como um líder político.
ZAP / Lusa
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