quarta-feira, 27 de julho de 2016

Angola. A SUPERAÇÃO DA CRISE

Jornal de Angola, editorial


É  dado adquirido que o desenvolvimento económico do país tem de ocorrer em todas as  regiões do país, fazendo sentido que haja programas que estejam centrados na criação de condições de diversa natureza, para que todo o país, com o aproveitamento das potencialidades específicas de cada área geográfica, alcance o progresso

Só conseguiremos o progresso do nosso país se prestarmos atenção ao crescimento  económico de todas as nossas províncias , sem excepção. Angola tem potencialidades em todo o seu território, e cabe-nos explorá-las e tirar benefícios delas. Não é tarefa fácil, mas também  não é uma empreitada impossível.  Temos capacidade de tornar o nosso país auto-suficiente em variados produtos. Há empresários que têm dado provas de que é possível produzir em Angola em qualidade e em quantidade para o consumo interno e até para a exportação. Não podemos ficar apenas a contemplar as nossas potencialidades. Temos de entrar em acção para as transformar.

Temos de estar todos envolvidos neste processo de relançamento da nossa economia , potenciando todos os recursos que temos ,para que as nossas vidas melhorem. Todas as nossas  províncias têm potencialidades, a que as autoridades e agentes económicos , nomeadamente as empresas, devem estar atentos. É hora de acção e criatividade para resolvermos muitos dos nossos problemas.

As autoridades e os empresários devem nesta altura em que precisamos de diversificar a nossa economia e de construir infra-estruturas para apoiar a actividade  empresarial, criar  mecanismos  de  colaboração de modo a que os projectos a concretizar venham realmente a   produzir resultados. Há muitas áreas em que importa ouvir as opiniões de empresários para  que se concebam políticas públicas que sejam viáveis.

O princípio da colaboração entre as entidades públicas e as empresas pode contribuir por exemplo para se evitar o cometimento de erros na concepção de programas de   desenvolvimento económico a cargo das entidades públicas. É positivo que os agentes económicos privados (empresas) participem na elaboração de estratégias de crescimento e desenvolvimento económico do país. Os agentes económicos devem ser parte do esforço que todos nós desenvolvemos para tirar o país da crise económica e financeira que atravessamos.

Temos de valorizar o conhecimento daqueles que podem ajudar o país a crescer. Que se dê os incentivos necessários àqueles que, pela sua experiência ou pelo seu  empreendedorismo, são capazes   de contribuir para o crescimento económico do país, em qualquer ponto do território nacional. É preciso que se preste atenção às actividades produtivas realizadas por angolanos em todas as partes do nosso vasto território. Um dos nossos grandes problemas é o desemprego e  é positivo que haja projectos  que  façam com que muitos jovens desempregados sejam absorvidos pelo mercado de trabalho e  que mudem  as condições de vida das populações.

É importante que se esbatam no país  as assimetrias regionais, por via de projectos  exequíveis e de grande alcance em várias províncias do país. Temos províncias que podem ajudar a alavancar a indústria em determinadas regiões do país. Que haja inteligência e visão para que os programas de desenvolvimento tenham sustentabilidade, para que não sejam projectos  efémeros. Que aprendamos com os erros do passado, para fazermos melhor as coisas. E há angolanos  que  têm conhecimento e que podem evitar que se cometam mais erros. O empresariado privado tem dado mostras de que está disponível para  fazer com que o país supere  esta fase difícil da nossa vida, marcada pela crise  económica e financeira.

A luta pela prosperidade do país vai ainda levar-nos algum tempo, mas é importante  que estejamos todos alinhados com o esforço nacional de levar Angola a atingir patamares  elevados de desenvolvimento.

Todos nós, angolanos, temos a obrigação de trabalhar arduamente para que Angola seja um  lugar bom para se viver. Temos de apostar na erradicação da pobreza, do analfabetismo e  na qualidade do ensino, para que tenhamos um país capaz de ultrapassar  o subdesenvolvimento. Temos de ter como um grande objectivo a luta contra o subdesenvolvimento. Não estamos condenados a viver sempre em situação de pobreza. Nós podemos, com as nossas potencialidades que a natureza nos deu  e com o nosso trabalho, acabar com este mal, que afecta ainda muitos angolanos. Vivemos tempos  em que  não temos outro caminho senão trabalharmos arduamente. Os nossos problemas só se vão resolver se nos dedicarmos ao trabalho e ao estudo. O processo de desenvolvimento económico implica tarefas múltiplas  e  difíceis. Temos já todos consciência de que atravessamos momentos que requerem a busca de soluções duradoiras   que  façam com que  as comunidades possam viver melhor.

Os angolanos são um povo que sabe enfrentar as dificuldades e superá-las. A crise que atravessamos pode ser superada. Que sejamos optimistas e tenhamos vontade de partir para uma frente com o objectivo de construirmos um país em que todos possam desfrutar dos benefícios do desenvolvimento.

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