domingo, 21 de agosto de 2016

"Governo vive da tática, da propaganda e da negação para sobreviver"

Teresa Morais fez, em entrevista ao Notícias ao Minuto, um balanço daquela que foi a primeira sessão legislativa do Governo PS apoiado no Parlamento pelo Bloco de Esquerda, pelo Partido Comunista Português e pelo Partido Ecologista Os Verdes.
POLÍTICA ENTREVISTAHÁ 16 HORASPOR PATRÍCIA MARTINS CARVALHO
Para a vice-presidente do PSD esta primeira sessão legislativa “foi consumida por uma atividade legislativa do Governo praticamente inexistente”.
Em entrevista ao Notícias ao Minuto, Teresa Morais refere que o número de propostas legislativas enviadas para o Parlamento foi “absolutamente irrisório” e acusou o Executivo de usar o “mínimo possível o debate parlamentar”.
A justificação para esta escassa atividade na Assembleia prende-se, no entender da ex-ministra da Cultura, com o facto de o Governo ter gasto a “esmagadora maioria do seu tempo e da sua energia a tratar da sua sobrevivência política e da propaganda em que se sustenta e de que se alimenta”.
O Governo deu prioridade a aspetos eleitoralistas, uma vez que se aproximam as eleições autárquicas, falhando em áreas como a Igualdade e a Cultura, a título de exemplo"
Perante este cenário apresentado por Teresa Morais, a responsável social-democrata faz um balanço “desastroso” daquele que tem sido o trabalho de António Costa e dos seus ministros até então, mas também do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português, que considera “corresponsáveis” e quem acusa de “terem sido muito contestatários com o governo anterior, mas de agora engolirem “sapos todas as semanas”.
Tudo, sublinha, pela “sobrevivência política” deste Executivo.
“Este tempo de reversão e destruição de reformas [implementadas pelo governo anterior] deu lugar à mera tática política. Temos um Governo que vive da tática política e dessa tática política fazem parte integrante os elementos da propaganda, da ilusão e da negação dos maus indicadores que o país tem tido”, acusa a vice-presidente ‘laranja’, fazendo, por isso, um “balanço negativo” que lhe inspira “uma grande preocupação e receio para os tempos que aí vêm”.
Esta “tática” é tanto mais incompreensível, explica, tendo em conta a forma como o PS chegou ao poder após as últimas eleições legislativas de outubro passado que deram a vitória, mas não o poder, ao PSD.
Tanto se esforçou este primeiro-ministro para o ser, que até violou e quebrou todas as regras e praxes institucionais e todos os compromissos a que a democracia portuguesa estava habituada, que agora é preciso que governe com responsabilidade"
E esta “responsabilidade”, explica a social-democrata, prende-se com o “evitar aquilo que noutros tempos outros governos do PS não conseguiram” e, mais importante, passa por “aprender alguma coisa com os erros do passado”, erros estes que “nós e muitos portugueses não esqueceram”, referindo-se ao pedido de resgate feito em 2011 pelo executivo de José Sócrates.
“O país pagou essa irresponsabilidade e as consequências da mesma com muitos anos de sacrifício”, lamenta, considerando, por isso, que “repetir tudo agora pelos mesmos erros cometidos pelas mesmas pessoas é demais”.
Assim, para evitar novos anos de sacrifícios, Teresa Morais aconselha António Costa a ter uma “política de admissão de que as suas metas eram irrealistas e de que as suas políticas têm levado o país a resultados que são insignificantes e inferiores ao que o próprio Governo previa”.
Portanto, o caminho a seguir, aponta a também ex-secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, é o de “adotar medidas de maior prudência e cautela no que diz respeito à gestão das contas públicas”.
Fonte:noticiasaominuto

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