O bairro português mais cabo-verdiano de todos serve de pano de fundo à obra de Jorge Humberto, a ser apresentada em Lisboa a 30 de Setembro próximo.
“Bairro Cova da Moura nos títulos de imprensa” resulta da tese que Jorge Humberto defendeu em 2011 no âmbito do seu mestrado em Comunicação Organizacional pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.
“Sendo o bairro da Cova da Moura um território de muita fama, este livro é o resultado da análise do conteúdo informativo sobre o bairro nos títulos de imprensa, na tentativa de vermos como é que os assuntos relacionados com o mesmo são retratados na comunicação social”, explica o autor.
Os jornais diários portugueses Público e Correio da Manhã e o semanário Expresso foram os escolhidos para a investigação do autor, que analisou e comparou os títulos referentes a Janeiro de 2006 a Dezembro de 2007 e em 2011 e 2012. Um trabalho que busca permitir aos leitores “ajuizar melhor sobre a imagem que o bairro da Cova da Moura tem no espaço público; a importância da imprensa na construção da imagem do bairro e constatar através dos resultados quais os temas que mais se destacam”.
Humberto avança ainda que para além de ser um contributo sério como documento de estudo para futuros investigadores, o livro “destina-se ao público em geral que tenha o interesse e a curiosidade em conhecer os factos que estão por trás dos títulos de imprensa, e a relevância do bairro da Cova da Moura como fonte de notícias”.
Segundo o autor, cinco editoras portuguesas manifestaram interesse em publicar o livro mas, tendo em conta alguns aspectos, optou por avançar para uma edição de autor.
Sobre a apresentação de “Bairro Cova da Moura nos títulos de imprensa”, haverá uma primeira, no lançamento e depois um cronograma de apresentações nas associações luso-africanas e de imigrantes de outras origens. Será também apresentado em diversas universidades, locais de cultura, esperando ao autor ser possível marcar presença na Feira do Livro de Lisboa.
“O importante agora é pô-lo nas mãos dos diversos públicos”, diz, para acrescer mais adiante que “O tema da imagem acometida a um bairro, território e consequente comunidade é transversal à sociedade. A Cova da Moura surge como um exemplo...”.
Jorge Humberto, que nos últimos anos também se tem dedicado ao ciclo de conferências AmarCulturas, quer também trazer o livro a Cabo Verde de modo a fazê-lo chegar a um público de estudantes universitários, professores, investigadores, agentes de comunicação social, “e todos os que se interessam pelas matérias da comunicação, imagem, jornalismo, sociologia, antropologia e cultura”.
Quanto ao AmarCulturas que, coordena desde 2010 e já vai na sua 7ª edição, tem ganho visibilidade no seio da comunidade lusófona em Portugal com a realização de conferências de diversas personalidades, sobre os mais variados temas. Neste momento a equipa está a trabalhar numa edição do evento para Cabo Verde.
Filho de cabo-verdianos ( a mãe de Santo Antão e o pai da ilha do Fogo), Jorge Humberto Ramos Fernandes nasceu em Angola, em 1970 e foi criado em Portugal, tendo sempre mantido a ligação ao país de origem dos pais.
Licenciado em Ciências da Comunicação e especialista em Marketing e Relações Públicas, é uma figura de destaque na Amadora, onde sempre residiu e onde exerce activismo em prol da melhoria das condições de vida da comunidade cabo-verdiana.
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