Os
militares portugueses abandonam o teatro de operações do Kosovo em
2017, após 18 anos na missão da NATO no território.
O
ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, justificou, este sábado,
a decisão afirmando que as "condições estratégicas e
operacionais que ditaram o envio da força portuguesa se alteraram,
nomeadamente as condições de segurança e estabilidade no
território, hoje francamente mais favoráveis ao normal
desenvolvimento do Kosovo".
O
Conselho Superior de Defesa Nacional deu na quinta-feira parecer
favorável a uma proposta do Governo para a retração da força
nacional destacada no Kosovo, que começa no segundo trimestre de
2017 e estará completa até junho.
Na
resposta enviada à Lusa, Azeredo Lopes defendeu que "a
continuação da presença de militares portugueses na missão não
se afigura, neste momento, essencial para a defesa dos interesses
nacionais na região".
Atualmente
estão 189 militares na KFOR (Kosovo Force), que serão rendidos
durante este mês. O primeiro grupo do último batalhão em missão
no Kosovo parte a 17 de outubro e será constituído por 48 efetivos
do Exército, num total de 186, da Brigada de Reação Rápida (2º
Batalhão de Infantaria Paraquedista), para integrar o Batalhão de
Reserva Tática da KFOR.
"O
desempenho das missões atribuídas aos militares portugueses foi
considerado excecional, correspondendo aos elevados padrões da NATO,
tendo contribuído decisivamente para a estabilidade social e
política do território do Kosovo", destacou Azeredo Lopes.
O
governante frisou ainda que "é certo" que o Governo
pretende manter "idêntico empenhamento português no âmbito da
Aliança Atlântica" em 2017, embora sem adiantar quais os
teatros de operações em perspetiva.
A
possibilidade de Portugal participar numa missão da NATO no Iraque
já tinha sido admitida pelo ministro em junho passado.
O
Kosovo declarou-se unilateralmente independente da Sérvia em
fevereiro de 2008, com Portugal a reconhecer o novo país em outubro
do mesmo ano.
Portugal
participa na força de manutenção de paz da NATO para o Kosovo
desde julho de 1999, com contingentes de diferentes dimensões e
especialidades em regime de rotação semestral.
Integrou
a KFOR com uma unidade de escalão batalhão composto por 300
militares, um destacamento de operações especiais e um destacamento
de controlo aéreo-tático, ocupando um setor na região de Klina, a
oeste do território.
Atualmente,
estão 189 militares portugueses em missão no Kosovo, mas o
contingente já chegou a exceder os 300, como aconteceu de 1999 a
2001, ano em que a maior parte dos militares regressou a Portugal.
Entre
2003 e 2004 Portugal manteve apenas uma equipa reduzida no aeroporto
da capital kosovar, Pristina, mas em 2005 voltou a enviar cerca de
300 militares para o território, regressando ao formato de rotação
semestral de tropas.
A
KFOR é atualmente composta por cerca de 5.000 militares de várias
nacionalidades.
Fonte:JN
Foto: Expresso.sapo.pt
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