Todos os anos a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) faz um retrato do que está mal nos vários países desenvolvidos. Conheça as principais preocupações para Portugal.
Pouca saúde, poucas crianças ou jovens e um desemprego que continua muito elevado, sobretudo entre quem chega ao mercado de trabalho ou é mais velho.
Estes são alguns dos principais problemas identificados pela OCDE para Portugal no seu relatório anual Society at a Glance que também revela que os portugueses são, nos países desenvolvidos, os menos satisfeitos com a vida.
Pouca saúde e pouca satisfação com a vida
Além de confiarem muito pouco no governo, a satisfação com a vida caiu bastante em Portugal desde o início da crise. Numa escala de 0 a 10 os portugueses escolhem, em média, o 5,1, o valor mais baixo entre os países da OCDE.
Além disso, menos de 50% dos portugueses dizem sentir-se saudáveis, o que fica muito abaixo dos 70% da OCDE.
Muito poucos bebés
A taxa de fertilidade em Portugal fica-se por umas modestas 1,23 crianças por mulher. Muito abaixo da média da OCDE (1.68) e um número que apenas consegue ser superior ao que se encontra na Coreia do Sul, a campeã na falta de crianças. Em todos os outros países há mais bebés do que em Portugal.
A percentagem de população jovem também não tem parado de cair desde 1960 (menos 8 pontos percentuais) e os jovens são hoje apenas 16% da população.
Finalmente, as mulheres portuguesas mães de bebés (0 a 2 anos) estão entre as que mais trabalham: 70% contra 53% da média da OCDE, a quarta taxa mais alta da Europa, com muitas a não terem outra hipótese a não ser colocar o filho num infantário.
Desemprego continua elevado
Apesar da queda de 5 pontos percentuais desde o pico da crise, a OCDE sublinha que o desemprego em Portugal continua muito elevado. E para os mais novos que chegam ao mercado de trabalho a taxa ronda os 50%.
Nos mais velhos, três em cada quatro desempregados com mais de 55 anos estão desempregados há mais de um ano, uma percentagem das mais elevadas da OCDE.
Crianças e jovens mais atingidos pela crise
Portugal é um exemplo claro de um país onde os jovens com menos educação foram mais afetados pela crise, o que se vê bem no desemprego de quem tem 15 a 29 anos.
A taxa de pobreza entre jovens e crianças também é muito mais elevada do que noutros países. Chega aos 18% enquanto nos adultos se fica pelos 13% e nos idosos pelos 10%. Os jovens em Portugal têm muito mais probabilidades de serem pobres.
Fonte/Foto: TSF
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