Enquanto dormia
Numa altura em que toda a gente fala em Trump e na desconfiança em relação às elites, eis um estudo sobre o qual talvez se devesse falar: segundo o Barómetro Global da Corrupção, publicado hoje pela Transparency International, mais de 80% dos portugueses (atenção: 80%) acham que o Estado é alvo de influências indevidas levadas a cabo por quem tem grande poder económico. Áreas mais problemáticas? Parlamento, autarquias e empresas.
O Governo francês quer prolongar o estado de emergência em que o país vive desde os atentados - e quer fazê-lo até às eleições presidenciais, em maio de 2017. O primeiro-ministro argumentou que só com estas medidas extraordinárias tem sido possível evitar mais ataques.
Como dizia o outro, "the times they are a changin": Denver acaba de se tornar na primeira cidade dos Estados Unidos a permitir o uso de marijuana em bares, em restaurantes e em vários outros espaços frequentados pelo público. O que pensará disto o Partido Republicano de Trump?
É um longo e complexo processo que se pode resumir numa frase: Lisboa pode perder 300 milhões de euros para a Bragaparques. O caso Feira Popular/Parque Mayer passou por Santana Lopes, por Carmona Rodrigues e por António Costa e está todo muito bem explicado aqui.
Mário Centeno não quer falar mais sobre a administração da Caixa e a obrigatoriedade de apresentação das declarações de rendimento. Para o ministro, quem deve agora dizer coisas é o Tribunal Constitucional - mas garante que o processo de recapitalização do banco público não está em perigo.
Quem quis ontem, apesar disso, falar sobre o tema foi o constitucionalista Jorge Miranda: "É uma situação lamentável e eu entendo que os administradores têm de cumprir a lei, têm de cumprir a obrigação legal, e, até diria, obrigação ética, correspondente às funções que desempenham".
De qualquer forma, há vários nomes a circular para a administração da Caixa, caso António Domingues se demita esta semana. Mas o Público garante que um deles, o de Paulo Macedo, ex-ministro da Saúde de Passos Coelho, só avançará em último caso - António Costa prefere colocá-lo na vice-presidência do Banco de Portugal.
Ao contrário do que toda a gente pensava, parece que Mário Centeno saiu reforçado do caso Caixa Geral de Depósitos. Aliás, não saiu apenas reforçado - saiu reforçado, "por amor de Deus". A garantia é de António Guterres. Questionado ontem pelos jornalistas, o primeiro-ministro afirmou: "Um ministro das Finanças que vai conseguir o melhor défice do país dos últimos 42 anos, que conseguiu (algo que toda a gente dizia que era impossível) uma autorização da Comissão Europeia para a capitalização a cem por cento da CGD está fragilizado? Por amor de Deus, se há ministro das Finanças que deve sentir-se reforçado e a quem todos devemos reconhecer o trabalho extraordinário que tem feito é o professor Mário Centeno”.
A Comissão Europeia falará hoje sobre o Orçamento português e sobre a polémica das sanções, mas Mário Centeno está mais do que optimista. Segundo o ministro das Finanças, Portugal vai sair do Procedimento por Défice Excessivo e não sofrerá qualquer sanção ou cancelamento de fundos.
Na economia, o Governo teve ontem um dia bom: o Instituto Nacional de Estatística anunciou que Portugal voltou a acelerar no terceiro trimestre e cresceu ao ritmo mais elevado desde, pelo menos, 2014. Foi, de resto, o maior crescimento da zona euro. O PS aplaudiu, o PCP aproveitou para dizer que os números mostram que se deve ir "mais longe" na "política de recuperação de direitos e rendimentos" e até o PSD falou, apesar das cautelas, em "boa notícia". Já Marcelo Rebelo de Sousa alertou: "Vamos ver é se se mantém até ao fim do ano".
O Conselho das Finanças Públicas deixou ontem o aviso: o Governo não deve cumprir as metas do défice estruturalporque calculou o PIB potencial de modo diferente do que manda o Pacto de Estabilidade.
A Câmara do Porto anunciou ontem que o concurso público para as obras no mercado do Bolhão deverá ser lançado “nos próximos dias”. Quem lá vai ficar depois? Já há 15 dos 91 comerciantes a dizer que não pretendem voltar.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras decidiu ontem autorizar o dono do restaurante do Palácio do Kebab, em Lisboa, que esteve envolvido em confrontos no Cais do Sodré, a residir em Portugal.
E como estão as coisas na América? Escolha você mesmo entre as palavras confusão e tumulto (e não se esqueça da palavra purga).
- A equipa de transição de Donald Trump entrou em "tumulto" e, segundo o Washington Post e o New York Times, está em curso uma "purga": estão a ser afastados os homens mais próximos de Chris Christie, que estava à frente do processo mas foi substituído há dias. Ontem foi a vez de sair Mike Rogers, responsável pelas questões de segurança nacional.
- Quem está a conduzir esta "purga" na equipa do Presidente eleito? Segundo o New York Times, é o genro de Trump, Jared Kushner (casado com Ivanka). Fixe este nome para os próximos anos e fique que a conhecê-lo melhor aqui. O New York Times escreve uma frase para explicar porque é que Chris Christie e os seus homens estão a ser afastados: "Enquanto era procurador federal, Christie mandou o pai de Kushner para a cadeia".
- Segundo o New York Times, os aliados internacionais dos Estados Unidos "estão a telefonar às cegas para a Trump Tower, tentando contactar o futuro Presidente". Todo o processo de transição está a ser feito na base da "improvisação".
- No meio de tudo isto, Trump continua a agir como sempre agiu. Às dez da noite, enviou um tweet sobre o assunto: "O processo está a ser muito organizado, enquanto tomo decisões sobre a composição do Governo e outros cargos. Só eu sei quem são os finalistas!"
- No meio de tudo isto, que tal falar de políticas? Ontem, o Observador publicou um Explicador sobre o Obamacare, a reforma do sistema de saúde que está a dividir a América. Afinal, o que diz quem o defende? E quem o ataca? E o que vai fazer Trump?
- Já que referimos Obama: o ainda Presidente está na Europa e, de passagem pela Grécia, alertou para os perigos do crescimento do "nacionalismo grosseiro".
- No meio de toda esta agitação, a contagem de votos nos Estados Unidos ainda não terminou. Hillary Clinton segue com mais um milhão de votos do que Trump, mas a vitória do republicano no Colégio Eleitoral é inquestionável. Em alguns estados, isso aconteceu por uma margem mínima: segundo o Washington Post, Trump ganhou no Michigan por 11.837 votos, no Wisconsin por 27.257 e na Pensilvânia por 68.236.
Bruno de Carvalho deu ontem uma colorida conferência de imprensa sobre os incidentes depois do jogo Sporting-Arouca. Eis uma das frases que ficará para a História, sobre o presidente do Arouca: "Já vi búfalos com uma atitude mais calma". De qualquer forma, se quer formar uma opinião sobre o tema, nós mostramos-lhe o filme dos acontecimentos segundo a segundo.
Os nossos Especiais
Com o Nobel da Literatura, Bob Dylan tornou-se, num segundo, na grande figura do ano na cultura. Agora que é lançada em Portugal uma nova edição do seu livro autobiográfico, leia aqui alguns excertos de Crónicas Vol. 1, onde Dylan recorda discos e artistas essenciais na sua formação enquanto músico
Notícias surpreendentes
Esqueça Melania Trump - Jackie Kennedy vai voltar. O filme tem a atriz Natalie Portman no papel principal e já há trailer. A estreia nos Estados Unidos é em dezembro.
O hotel The Yeatman, em Gaia, tem um novo restaurante. A Rita Neves Costa foi ao The Orangerie, que fica no Jardim de Inverno, e conta todos os detalhes.
A cerimónia do “Women of the Year Awards”, da revista Glamour, viu Bono Vox a ganhar o prémio de "Mulher do Ano" (acredite, há uma boa razão para isso) e teve uma passadeira vermelha cheia de vestidos que vale a pena ver. Ora olhe lá.
Viu aquelas imagens espectaculares da "superlua"? Pois, mas houve algumas fotografias que correram mal. Foram os "#Supermoonfail".
Agora, esqueça os fracassos fotográficos. Hoje vai ser um dia de muitas notícias e nós vamos estar aqui com todas elas.
Até já!
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