quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Mais um ex-ministro no Banco de Portugal (& um problema chamado corrupção)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
16 DE NOVEMBRO DE 2016
Bom dia, 
O Snapchat vai para a bolsa. A empresa entregou os papéis uma semana antes da eleição de Donald Trump e, segundo a Bloomberg, tem como objectivoangariar quase 5 mil milhões de euros na operação.
Há quem esteja entusiasmado com Trump. Wall Street fechou com o sétimo recorde consecutivo do Dow Jones e o sucesso deve-se, sim, ao Presidente eleito dos EUA (sendo que há uns mais e outros menos entusiasmados). Também o presidente da Síria parece optimista com o que ouviu de Trump: diz que as dele são "promissoras".
Houve pelo menos um morto num tiroteio no aeroporto de Oklahoma. As autoridades locais confirmaram que o suspeito do ataque foi também encontrado morto dentro de um "veículo", sem divulgar a identificação.
Quatro sobreviventes na qualificação para o Mundial de Futebola Espanha salvou-se em cima da hora; enquanto a Argentina precisou de um milagre chamado Messi para manter a esperança acesa. E dois árbitros portugueses experimentaram o vídeo-árbitro - parece que "correu bem".

As notícias do dia (três)

1. O Governo guardou Paulo Macedo para o Banco de Portugal. O ex-ministro chegou a ser considerado há seis meses por António Costa, quando teve que pensar numa solução para a Caixa Geral de Depósitos, mas acabou por ser guardado para o lugar de vice-governador do banco central. Também desta vez, só se não houver alternativa é que Macedo será considerado para a CGD caso António Domingues se demita. A história faz hoje manchete no PÚBLICO e pode ser lida aqui.
2. Em ano de autárquicas, o PSD propõe mais IVA para o poder local. A TSF, o JN e o DN contam que os sociais-democratas vão entregar propostas de alteração ao Orçamento para transferir mais IVA, se houver dos autarcas disponibilidade para receber mais competências. Sobre o problema de base, o Bloco parece estar de acordo.
3. A maioria dos portugueses vê na corrupção um dos maiores problemas do paíssó abaixo da economia e a saúde. Os dados são do barómetro da corrupção da Transparência Internacional, mostram que a maior desconfiança recai sobre os gestores públicos e ajudam a explicar o aparecimento e aumento dos movimentos nacionalistas e populistas, acredita a organização. Daí o título do nosso Editorial: aqui a percepção conta

Hard news

Centeno sobe: Os dados ontem libertados pelo INE e as contas do Sérgio Aníbal mostram que poderá bastar uma variação nula do PIB no quarto trimestre para que o crescimento no total de 2016 atinja os 1,2% projectados pelo Governo. Este foi o melhor resultado dos últimos três anos, uma surpresa para os economistas, para o PSD - e também para a Comissão Europeia. A explicação está nas exportações e no turismo. E agora já ninguém parece importar-se com os alertas do Conselho de Finanças Públicas - mesmo que passem por um novo resgate.
Centeno desceA contratação a prazo subiu 10% este ano, representando o total do aumento do emprego público. O Jornal de Negócios soube, a propósito, que o acordo do Governo com o BE e PCP para pôr todos nos quadros é mais abrangente do que foi sugerido no estudo pedido pelo Governo (que continua, de todo o modo, em segredo). 
Centeno... treme. O ministro das Finanças disse ontem que o caso do presidente da CGD terá que ser decidido pelo TC, não explicando o que fez ao acordo que tinha feito com António Domingues. A isto junta-se uma notícia do Negócios, onde uma empresa diz não ter apoio da Caixa desde que a nova administração chegou. Nada que tenha tirado o entusiasmo a António Costa.
Um relatório secreto explica falhas graves no combate aos fogos. A história é hoje revelada pelo Jornal de Notícias.
Uma exposição adiada pelo Museu de Arte Antiga, e à última hora - mas sem explicar porquê. Afinal, a "Cidade Global" só chega em Janeiro.
Um Presidente inclusivoMarcelo quer ser entendido por 150 mil surdos - pelo que vai publicar no site da Presidência um discurso por semana em linguagem gestual, conta o DN.
Um aviso a tempo: a DGS acha que a gripe este ano pode ser mais perigosa e apela à vacinação. O melhor é prevenir.

Leituras interessantes para si

Hoje recomendo-lhe o artigo de Vítor Bento sobre Trump - explicando que não vale a pena culpar os americanos, antes olhar para as suas razões. As pistas estão na demografia e na economia. Sobre o mesmo tema, vale a pena ler também Francisco Louçã, contestando os argumentos de Jorge Sampaio e, sobretudo, de Santos Silva sobre o tema, publicados aqui no PÚBLICO.
O nosso trabalho sobre as casas de acolhimento, mostrando que as crianças continuam sem protecção adequadaApesar da nova legislação, só 21 crianças com menos de 6 anos vivem com famílias de acolhimento. 
Morreu o pioneiro da cultura 'disco' dos anos 1970. David Mancuso foi DJ e responsável pelo clube nova-iorquino The Loft. O Vítor Belanciano recorda-o aqui.

Hoje acontece

Marcelo vai a Londresfalar com Theresa May e com a rainha. O Presidente português não podia ter escolhido melhor altura: May está entre Trump e o Brexit e com um problema em mãos nos conservadores.
A Comissão Europeia diz o que pensa do Orçamento de 2017 - assim como da suspensão de fundos estruturais.
Uma greve vai afectar exames e cirurgias programadas. A paralisação é dos técnicos de diagnóstico e terapêutica - e não tem data para acabar.

Só mais um minuto

Vem aí uma boa alternativa ao Netflix. Chama-se Filmin, é uma plataforma espanhola de video-on-demand e chega dia 16 a Portugal com um catálogo de 500 títulos de cinema independente de todo o mundo.
Daniel pagou 380€ por uma volta ao mundo que custava… 48 mil euros. Ele voou sempre em primeira classe e ficou em hotéis de cinco estrelas. E agora ensina outros a fazerem o mesmo. Parece um filme, mas é mesmo verdade.
A propósito, já conhece a palavra do ano para os dicionários Oxford?É "pós-verdade" - e tem tudo a ver com Donald Trump. O Facebook parece ter acordado para o problema. 
E cá estaremos, dia a dia, a lutar pelos factos e pela boa informação. Tenha um dia bom, vá passando por nós para saber o que se passa - sem meias-verdades, apenas com os factos - e as opiniões. 
Até já!

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