segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Um caso chamado TSU, outra vez (& a semana Trump, que começa mal)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
Bom dia!
Trump deu uma entrevista europeia, criticando Merkel por receber refugiados, antecipando mais saídas da UE, arrasando a NATO e prometendo um bom acordo comercial ao Reino Unido - e um eventual fim de sanções à Rússia (a síntese está aqui). O director da CIA, entretanto, sugeriu-lhe 'tento na língua', em bom inglês. Trump tem a posse marcada para 6ª-feira, já com 20 senadores a recusar presença na cerimónia - mostrando que Washington será um verdadeiro campo de batalha política. Mais abaixo já lhe mostro a reportagem da Isabel Lucas em NY, ela que vai acompanhar a semana no terreno.
A esquerda francesa voltou a debater. Diz a imprensa francesa que o segundo round dos candidatos das primárias foi mais vivo, mostrando algumas diferenças programáticas. François Hollande foi, à mesma hora, ao teatro.
Um avião caiu numa zona residencial no Quirguistão. O aparelho, que ia fazer escala no aeroporto de Manas, era um avião de carga turco. Morreram pelo menos 32 pessoas
Morreu Maria Cabral, "rosto e símbolo" do Cinema Novo. A actriz desapareceu este sábado, em Paris, aos 75 anos, explicou a Academia Portuguesa de Cinema.
O campeonato de futebol chegou a meiocom o Porto mais próximo do Benfica - e com o Sporting numa confusão. Em Espanha, o Real Madrid já não é invencívelem França há um português a brilhar e em Inglaterra há um campeão a derrapar. É por isso que é belo, o futebol - pela imprevisibilidade.

As notícias do dia 

A sigla TSU está mesmo destinada às polémicas. Já lhe tínhamos contado que Passos não ia salvar a sua redução, que os parceiros sociais iam assinar na mesma o acordo, pondo pressão total sobre o PSD. Contámos-lhe também que até os TSD tinham protestado contra a posição do partido. Agora, foi Marques Mendes a chamar "catavento" a Passos (a palavra com que este brindou Marcelo, antes da candidatura presidencial), por causa das mudanças de posição do partido. E o PS, claro, aproveitou.
Sabendo que tudo isto pode parecer muito confuso, fizemos-lhe hoje um texto explicando o que mudou na TSU desde 2010. E, conhecendo já o diploma do Governo, acrescentamos esta notícia: só em 2018 o Governo compensa a Segurança Social pela descida da TSU. E esta opinião: "A TSU não volta a ser única. Falta dizer quem paga", diz o Hugo Coelho, que andou uns anos a estudar a matéria.

Polémico, mas diferenteos consumidores pagam 112 milhões na conta da luz para subsidiar indústria, mais 10 do que no ano passado. Mas o Governo está a estudar mudanças nos contratos, que asseguram que, em caso de risco de sobrecarga do sistema eléctrico, a indústria se compromete a reduzir os seus consumos e, deste modo, garantir a segurança do abastecimento e evitar um apagão. O caso é complexo, interessante, e já pôs algumas empresas de sobreaviso, como explica a Ana Brito.
Ora veja quem voltou: a propósito de polémica, Armando Vara falou ao jornal i para desmentir o ex-ministro Campos e Cunha, ainda sobre a sua nomeação para a CGD. Em quem é que acreditamos?
E quem ficou foi... António Costa renovou contrato com Diogo Lacerda Machado, o homem que negoceia em nome do Estado, mas desta vez por apenas seis meses. O salário mantém-se igual, explica o Vítor Costa.
Um contracto que dá empregos: a Autoeuropa está a chamar 1500 trabalhadores para construir o novo modelo da VW, diz o Negócios.
Um apoio interrompido: a Segurança Social apanhou milhares de funcionários em baixa fraudulenta. Em 2016, 56 mil trabalhadores foram apanhados em falso, segundo a TSF.
Um prémio merecido: os professores que são treinadores olímpicos e paralímpicos vão ter redução de horário. A medida, há anos reclamada, vai ser hoje anunciada pelo ministro da Educação.
Um prémio extraordinário: O agente que agrediu um adepto do Benfica recebeu um louvor. O Comando de Braga da polícia distinguiu o agente pelos serviços prestados que "prestigiam a polícia" (pelos vistos, incluindo aquele acto em Guimarães).
E agora os jornalistas, que querem ignorar as conferências de imprensa que não dão direito a perguntas. O Congresso dos Jornalistas resultou em 12 propostas de trabalho que prometem boas discussões. 

Boas leituras

Saber gerir o tempo está a arruinar-nos a vida? Há uma semana entrou em vigor um França uma lei que dá aos trabalhadores o “direito a desligar” o email depois do horário de trabalho. Há anos que os gurus da eficiência e produtividade nos querem ensinar a trabalhar melhor (leia-se, mais e em menos tempo). Será desta? O texto é de Oliver Burkeman e deu-nos um belo pretexto para perder uns minutos, no nosso P2.
Mota Pinto, o aliado de Soares no PPD. Foi ministro de Soares, primeiro-ministro por indicação de Eanes e vice-primeiro-ministro no Bloco Central. Mota Pinto morreu cedo e deixou Soares “desamparado”. O Manuel Carvalho pegou num livro recente e testemunhou como este tirou da penumbra uma personalidade crucial no percurso do país da Revolução para a Europa.
“A mentira na política mudou e ainda não sabemos lidar com isso". A investigadora Ruth W. Grant esteve no colóquio "Mentira e Hipocrisia na Política e Vida Moral", da Universidade do Minho, e falou sobre Trump e a pós-verdade. O Álvaro Vieira ouviu-a dizer que “há uma grande mudança na mentira, e a diferença é quantitativa mas também qualitativa”, falou com ela e pôs-se a escrever este belo texto, que nos deixa a pensar.
"Erguermo-nos pela liberdade de expressão". Em vésperas de tomada de posse e numa semana marcada pelo debate em torno da liberdade de expressão e o papel dos média na era Trump, escritores e artistas americanos manifestam-se por todo o país. Eles são a face mais visível da oposição ao futuro Presidente dos Estados Unidos, diz a Isabel Lucas que, como lhe disse, está nos EUA e acompanhará por lá a semana em que tudo pode mudar. Aqui está a reportagem de hoje.

Hoje acontece
  • O FMI actualiza o World Economic Outlook, com as previsões para as maiores economias do mundo.
  • Abu Dhabi recebe a Cimeira Mundial do Futuro da Energia, com o último acordo da OPEP em cima da mesa.
  • O ministro da Saúde lança hoje o processo para a construção de um novo edifício do IPO em Lisboa, assinando um protocolo com a Câmara de Lisboa.
  • António Costa recebe os parceiros sociais, para uma conversa sobre o acordo de concertação que agora está em risco.

Só mais um minuto

E que tal uma "Viagem ao Invisível"? E que tal se essa viagem parasse em casas devolutas, em minas e estaleiros desactivados, em grandes pedreiras tomadas pelos pássaros ao fim da tarde e conventos onde as mulheres não são autorizadas a entrar há mais de 400 anos? A Lucinda Canelas propõe-nos essa viagem e explica-nos como ela acabará numa bela exposição, daqui a uns meses. E chamou-lhe "Lugares em estado latente"
Um livro que nos leva ao Convento do Carmo (que já não existe). Quer saber como seriam por dentro a Igreja e o Convento do Carmo antes de 1755? É abrir estas páginas e seguir pelos seus dedos.
Outro passeio, pelas margens do Vouga, a tiritar. O fotojornalista do PÚBLICO Adriano Miranda acordou muito cedo e deparou-se com um cenário... gelado. Pegou na câmara fotográfica e circulou pela localidade de São João de Loure, nas margens do Rio Vouga. Eis o resultado desse passeio, quando a temperatura estava um grau abaixo de zero.
É aqui que me despeço, do quentinho da redacção. Espero que tenha um dia bom, animador, produtivo também. Nós aqui estaremos no PÚBLICO, prontos a relatar-lhe as notícias, as mais quentinhas e também aquelas que nos deixam gelados (tudo faz parte).
Dia bom,
até já!

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