John Brennan afirma que Trump ainda não
compreendeu totalmente o significado das acções de Moscovo.
John Brennan, director da CIA LUSA/JIM LO SCALZO |
"O que eu considero mesmo ultrajante é comparar os
serviços de informações com a Alemanha nazi. É algo que
considero muito ofensivo". É assim, sem papas na língua, que o director da
CIA, John Brennan, responde à enxurrada de críticas do Presidente eleito,
Donald Trump. E Brennan, que está de saída do cargo, não se fica por aqui:
recomenda ao futuro Presidente, que passou a última semana a criticar as
agências federais de segurança e informações por causa da Rússia e de um
polémico relatório, que tenha mais cuidado com o que diz.
Numa entrevista ao canal Fox News, neste
domingo, Brennan alegou que Trump ainda não compreendeu totalmente o
significado das acções de Moscovo, designadamente a ocupação da Crimeia, o
apoio ao Presidente Bashar al-Assad, na Síria, e os ciberataques russos.
"O senhor Trump tem de entender que absolver a Rússia de responsabilidade
por acções dos últimos anos é um caminho que deve ser trilhado com muito
cuidado", afirmou o director da CIA, citado pela Reuters.
Numa entrevista ao Wall Street Journal, na última sexta-feira, Trump admitiu aliviar as sanções à
Rússia, impostas pela Administração Obama em paralelo com medidas idênticas
aprovadas pela União Europeia, se Moscovo colaborar com os EUA, nomeadamente no
combate ao terrorismo.
Brennan acrescentou ainda que não vê com bons
olhos a postura pública de Trump, especificamente no que diz respeito a
comentários. "Espontaneidade não é algo que proteja os nossos interesses
nacionais em termos de segurança", disse o director da CIA. "Por
isso, quando [Trump] fala ou reage, convém ter a certeza de que ele compreende
que as implicações e impactos no país podem ser grandes", disse Brennan,
concluindo que o risco que daí advém "não é apenas sobre o senhor
Trump". "É sobre os Estados Unidos."
Fonte: PÚBLICO
15 de Janeiro de 2017
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