Travar o aumento das incidências do cancro é uma luta diária sem fim à vista, pelo menos a médio prazo. A propósito do Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, que se celebra este sábado, 4 de fevereiro, o Vozes ao Minuto esteve à conversa com o médico oncologista Vítor Veloso, que assume a presidência da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
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Cancro. O nome está em todo lado e integra uma boa parte das conversas diárias. Não é difícil perceber porquê. A incidência da doença cresce de dia para dia e travá-la não é tão fácil quanto o desejado.
O cancro é “o principal problema de saúde pública”, cuja cura “não vai acontecer na próxima década, muito pelo contrário”. Quem o diz é Vítor Veloso, médico oncologista e presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, entidade que apoia os pacientes oncológicos e que assume uma posição firme na investigação e na procura de melhores terapias, mesmo que a luz ao fundo do túnel esteja ainda bastante longe.
Em entrevista ao Vozes ao Minuto, o especialista deixa ainda algumas críticas ao Serviço Nacional de Saúde, ao comportamento dos portugueses e a todos os “cavalos-de-batalha” que tornam esta luta ainda mais difícil de vencer.
O cancro é considerado a doença do século. Vai ser fácil tirar-lhe este rótulo?
Não, vai continuar assim. As armas que nós temos são precisamente aquelas armas que nós utilizamos, que são a prevenção primária e prevenção secundária. Também temos uma luta grande, o rastreio. Visto que estamos protocolados com a ARS [Administração Regional da Saúde], no rastreio do cancro da mama estamos já a 100% no norte, a 100% há muito tempo no centro e espero que a região sul, que está a cerca de 45%, avance neste momento porque penso que há condições para isso.
São cada vez mais as evidências científicas que apontam o estilo de vida como forma de prevenção e de desenvolvimento da doença. Contudo, os casos de diabetes, obesidade e posterior cancro não param de crescer. O que está a falhar a passar a mensagem?
O problema é muito vasto, muito amplo. Passa pela utilização do tabaco, apesar de dizerem que o nosso país está muito bem visto a nível europeu isso não é verdade, está mal visto a nível europeu, há muitas leis do tabaco mas não são cumpridas normalmente; o álcool também é outro dos principais fatores desencadeantes do cancro; também a obesidade, conforme vemos neste momento, há um número elevadíssimo de obesos, mesmo na parte infantil; o stress, que é cada vez maior devido ao ritmo de vida que levamos; também o sedentarismo, a falta de desporto, de exercício físico; a poluição ambiental e poluição de todas as situações.
Raramente aparecem grandes avanços, as vacinas são um grande avanço, mas agora a descoberta da cura através de terapêuticas inovadoras isso é raro
Todos estes hábitos incutidos, sobretudo na maneira de ser do mundo ocidental, são muito difíceis de mudar. No entanto, agora vamos passo a passo e temos ganhado algumas lutas, temos envolvido muitos alunos do [ensino] secundário e, neste momento a nível nacional, envolvemos nas nossas campanhas à volta de 400 mil alunos, o que, quanto a mim, é fantástico, e continuar a trabalhar sempre diariamente. É um trabalho difícil, mas temos conseguido alguns resultados.
Não estarão as pessoas a ficar confusas com a quantidade de informação que se espalha todos os dias sobre a doença, desde livros a estudos científicos publicados nos meios de comunicação? Como é que podem filtrar a informação mais correta?
Tem toda a razão, penso que há demasiada informação sobre cancro. Tudo aquilo que se descobre e que muitas vezes representa pequenos avanços é tido como um grande avanço, o que não é verdade. Raramente aparecem grandes avanços, as vacinas são um grande avanço, mas agora a descoberta da cura através de terapêuticas inovadoras isso é raro. A filtragem é efetivamente muito difícil para os doentes e até mesmo para os profissionais de saúde. Na internet há muito lixo, 90% do que existe na internet é lixo e as pessoas têm de ter cuidado com as fontes de onde são distribuídas essas informações. As pessoas têm de ter muita cautela quando vão à internet pesquisar sobre as doenças porque a grande maioria não vale absolutamente nada.
Na internet há muito lixo, 90% do que existe na internet é lixo
No que toca ao diagnóstico, é mais fácil pecar por excesso ou por defeito? Quais os riscos associados a essa tendência?
Acho que o que se deve fazer é uma linha intermédia. Cá em Portugal, está a fazer-se um diagnóstico de defesa. Há doentes a mais, são poucos os profissionais de saúde a trabalhar e, consequentemente, eles questionam-se com exames subsidiários. Há um pedido muito elevado e desnecessário de exames subsidiários de diagnóstico que faz com que o Estado gaste indevidamente. Se for a um hospital e levar exames de fora, esses exames normalmente não são aceites, o que é uma perfeita tolice, porque os exames que se levam são de entidades convencionadas, portanto, têm qualidade. Muitas vezes repetem-se exames desnecessariamente, gastando erário público e orçamento do Estado que, no que diz respeito à Saúde, são quantias exorbitantes e desnecessárias.
Existe algum tipo de desvalorização de certos tipos de cancro por parte dos médicos?
Não, penso que não. Todos têm um certo respeito pelo cancro, embora a palavra cancro tenha de ser desmistificada, pois temos uma grande percentagem de cura se for [diagnosticado] numa fase inicial. São poucos os cancros que nos passam, são dois ou três cancros, pois ainda não temos terapêuticas adequadas, como o cancro do pâncreas, que é uma situação que ainda não foi de maneira alguma desbloqueada sob o ponto de vista de terapêutica adequada, mas, por exemplo, no cancro do pulmão nós temos avanços nítidos, sobretudo de medicação inovadora que consegue dar uma sobrevivência muito boa aos doentes e com uma grande qualidade de vida.
Se for a um hospital e levar exames de fora, esses exames normalmente não são aceites, o que é uma perfeita tolice
São precisamente essas drogas inovadoras as que interessam, aquelas que curam e que dão uma sobrevivência grande com qualidade de vida. As outras não prestam para nada, dão mais um mês ou dois e com uma qualidade de vida muitas vezes inadequada.
Há pouco falou da alimentação como um fator fundamental na prevenção e no desenvolvimento da doença. Que futuro a nível de saúde prevê para as crianças dos dias de hoje, que tantos alimentos processados comem?
Se continuarem assim o futuro não vai ser muito brilhante, na medida em que estão a contribuir diretamente para que todos aqueles fatores que permitem o desenvolvimento do cancro cresçam alegremente e sem qualquer tipo de precaução. Há que atuar nas escolas e agora está a fazer-se um esforço nesse sentido, de fazer uma alimentação adequada e cuidada, rica em vegetais, em frutas, em carnes brancas, poucas gorduras. Basta haver nutricionistas adequados e que as direções das escolas tomem essas medidas.
E sendo conhecida a forte ligação que existe entre a alimentação e o cancro, não estará em falta uma maior ligação entre a Medicina e a Nutrição?
Penso que sim e sobretudo diretrizes definidas por parte da tutela no sentido de exigir às escolas que deem uma alimentação saudável ou promovam ou proporcionem uma alimentação saudável às crianças. E devia haver auditorias e inspeções.
Há pouco disse que os pequenos avanços são tidos como grandes avanços. Mas estamos mais perto da descoberta da cura do cancro, ou pelo menos do tratamento mais eficaz?
Vamos passo a passo. A cura do cancro não vai acontecer na próxima década, muito pelo contrário. Ainda temos de dar muitos passos, temos de subir uma escada muito comprida que não sei quando acaba. É evidente que todos os anos surgem algumas descobertas importantes e que nos permitem compreender muitos casos que ainda são incompreensíveis, mas, de qualquer modo, penso que [a cura] ainda vai demorar tempo, vai-se gastar muitos milhões em investigação e é por isso que nós também apoiamos a investigação, temos gasto em investigação, sobretudo em bolsas e prémios, quase 700 mil euros. Também investimos nisso, que é muito importante. Sem investigação não há avanços e, provavelmente, não haverá melhorias no que diz respeito a muitos aspetos da doença oncológica.
O próximo passo na luta contra o cancro passa pela imunoterapia?
É um dos passos, posso dizer-lhe que a imunoterapia é aquela que está ser mais estudada, mais investigada, na medida em que é uma terapêutica completamente diferente, em que nós não utilizamos medicamentos contras as células cancerosas, mas utilizamos medicamentos que vão ativar os nossos sistemas de defesa. Isso parece muito mais de salutar visto que damos força às nossas células, sobretudo às células T, no sentido de conseguirem destruir as células cancerosas. Penso que é uma terapêutica que, não em todos os casos, mas em muitos casos poderá representar um grande avanço na oncologia.
Disse que 'não em todos os casos mas em alguns'. Começar a personalizar ainda mais os tratamentos é também uma boa aposta? Porquê?
Sim. Quer dizer, cada caso é um caso e cada caso tem uma indicação, um percurso e isso é extremamente importante. Mas é evidente que sim, que podemos personalizar, saber se esse medicamento vai agir ou não vai agir, temos de arranjar maneira de saber qual é a verdadeira biologia desse tumor, porque pode ser do mesmo tipo mas ter uma biologia completamente diferente. Ainda há muito que estudar, ainda há muito que avançar, ainda há muito que realizar para termos marcadores e determinado número de análises que permitam saber se esse indivíduo é recetivo a determinado tipo de medicamento.
A cura do cancro não vai acontecer na próxima década, muito pelo contrário. Ainda temos de dar muitos passos, temos de subir uma escada muito comprida que não sei quando acaba
Começou a entrevista a falar sobre a incidência do cancro em Portugal, que continua a aumentar. Há um culpado concreto para isso?
Há fundamentalmente dois. Os hábitos de vida que não são saudáveis é o primeiro, os comportamentos de risco, que infelizmente os nossos jovens ainda têm e, depois, o aumento da esperança média de vida, que é cada vez maior.
O cancro está mesmo ligado à longevidade?
Sim.
Qual o cancro que mais afeta os portugueses?
O cancro da mama, na mulher, e o cancro da próstata no homem.
E qual é o mais mortal?
O mais mortal dos cancros é o do pâncreas.
Qual é o perfil do português mais suscetível ao desenvolvimento da doença?
É aquele que fuma, que bebe, que é obeso e que tem uma vida sedentária e stressada.
Portugal tem atuado bem na luta contra a doença? O Serviço Nacional de Saúde consegue dar a resposta necessária?
Temos um Sistema Nacional de Saúde que ainda se vai equilibrando, que é bastante razoável atendendo à situação económica do país, mas penso que o orçamento para a Saúde é pequeno, diminuiu no último ano. Penso que a tutela está mais recetiva sobretudo no que diz respeito à parte de prevenção e isso é importante na medida em que os três cancros a nível nacional, o da mama, que é o que está a cargo da Liga, mas também os cancros do cólon e reto e os do colo do útero parece que vão avançar, embora neste momento ainda de uma forma incipiente. A tutela está atenta, está recetiva e os sinais que vêm é que eles compreendem o cancro e que tudo melhora, mas a verdade é que se houver falta de dinheiro, também eles não podem fazer omeletas sem ovos
Todas as regiões portuguesas estão preparadas para um rastreio mais eficaz da doença e para o tratamento do cancro?
Claro que ainda não estão preparadas. Nós fazemos o rastreio do cancro da mama e isso envolve recursos humanos muito grandes, envolve recursos de materiais das nossas unidades móveis e unidades fixas na ordem dos milhões e milhões de euros. Os outros dois rastreios, do cólon e reto e do colo do útero, estão a cargo das ARS, sobretudo dos centros de saúde nas suas mais diversas formas. Há muito que trabalhar ainda nesse setor e criar estruturas adequadas, porque um rastreio ou tem qualidade, como o da Liga Portuguesa Contra o Cancro, ou não tem qualidade e não vale nada.
O cancro tem também um impacto muito forte a nível emocional nos pacientes e até nos cuidadores. A nível de psicologia, o apoio que existe em Portugal para os pacientes oncológicos é suficiente?
Não, de maneira nenhuma. Por parte dos profissionais de saúde, eles têm cada vez mais doentes e cada vez têm menos tempo para dedicar ao doente, então aí não têm um apoio muito grande, daí que o nosso voluntariado em certos hospitais, nomeadamente no IPO, passa primeiro por um suporte com apoio psicológico muito grande, psico-emocional, digamos assim. E depois, quando há necessidade, nós temos consultas gratuitas de psico-oncologia, que estão não só no Porto, Lisboa e Coimbra, como também, por exemplo no Norte, estão espalhadas por dezenas de cidades ou vilas.
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Presente na vida dos pacientes oncológicos e cuidadores há 76 anos, a Liga Portuguesa Contra o Cancro continua a contar com o apoio dos portugueses, que não poupam nos donativos e no voluntariado. Ao Notícias ao Minuto, o atual presidente da instituição, Vítor Veloso, fala do papel do organismo e dos objetivos para o futuro.
Batalhar, batalhar, batalhar. A luta contra o cancro “é uma batalha diária em todas as frentes”. Vítor Veloso tem dedicado grande parte da sua carreira a esta luta e assume a presidência da Liga Portuguesa Contra o Cancro, organismo que se destaca pela “notoriedade” e pelos apoios que presta a pacientes e cuidadores.
Em entrevista ao Vozes ao Minuto, a propósito do Dia Mundial da Luta contra o cancro, que se celebra este sábado, o também médico oncológico revela quais as principais linhas de atuação da Liga, além dos gastos e de como a população tem sido fundamental para leva a cabo esta luta cada vez mais difícil de travar.
A sua carreira tem sido maioritariamente dedicada à luta contra o cancro. Porque é que continua a ser uma batalha difícil de vencer?
É uma batalha difícil de vencer porque a incidência do cancro tem aumentado de um modo substancial, neste momento poderemos dizer que é o principal problema de saúde pública no nosso país e não só, é também em outros países da Europa. Há um aumento de casos, mas a mortalidade tem vindo a diminuir.
Penso que é uma batalha diária em todas as frentes, não só na ajuda dos doentes oncológicos em todos os seus aspetos, em todas as suas vertentes, nomeadamente, a nível económico. A Liga gasta praticamente um milhão de euros por ano para possibilitar que esses doentes tenham transporte, alimentação, comparticipação dos medicamentos e também suporte do ponto de vista emocional.
Por outro lado, batalhamos na prevenção primária, portanto, estilos de vida saudáveis, que são fundamentais para travar o aparecimento precoce de um sem número de cancros. Temos também cuidados especiais, paliativos, de que fomos iniciadores em Portugal.
Muitas vezes, as entidades não sabem ou não querem saber ou atropelam esses direitos. Os seguros são outro cavalo-de-batalha
Também investimos muito na formação e na parte de investigação e, finalmente, agora temos também algo que é muito importante que é uma linha, que já é antiga, mas que agora mudou, que é o 800 100 100. Uma linha do cancro que, quanto a mim, tem utilidade pública e devia ser subsidiada pelo Estado e não é, mas que tem um apoio jurídico permanente.
Neste momento, os nossos doentes podem encontrar um apoio jurídico no que diz respeito aos problemas que estes têm, mas não só, também ao nível hospitalar, isto é, no que diz respeito à parte administrativa, como o atestado multiusos, as taxas moderadoras que, muitas vezes, as entidades não sabem ou não querem saber ou atropelam esses direitos, relativos também a capacidades, relativos aos problemas bancários que têm e relativos aos financiamentos e, por outro lado, também aos seguros, que é outro cavalo-de-batalha. Verifica-se que as companhias ou não seguram ou se seguram um doente oncológico é por quantias verdadeiramente exorbitantes e incapacitam uma pessoa de os pagar. E há também as entidades empregadoras que são entidades que muitas vezes se recusam a receber doentes oncológicos que podem perfeitamente trabalhar.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro faz este ano 76 anos. O que mudou desde então?
A Liga teve de se adaptar a tudo o que é inovação. Tivemos de nos adaptar aos doentes, os de há dez anos, ou de há vinte ou de há cinco não são os mesmos, ou seja, houve adaptação. Também nos adaptamos às nossas situações mundiais, como fazer marketing, como fazer lobby, enfim, situações que fomos criando e que fazem com que a Liga, no que diz respeito a notoriedade, seja a organização não-governamental com mais notoriedade, cerca de 80%, e, por outro lado também, fortalecendo-se com as dádivas unicamente da população, que compreendem o trabalho que a Liga Portuguesa Contra o Cancro tem tido e que tem sido extremamente generosa nas suas dádivas e nos seus peditórios.
A Liga ajuda os pacientes mais carenciados, especialmente a nível económico. É caro para a pessoa diagnosticada tratar a doença?
Isso é muito difícil de saber, tenho alguns números, mas isso daria para uma entrevista sozinha. É por isso que a prevenção é boa, é muito diferente tratar um cancro inicial e tratar um cancro avançado. Tratar um cancro inicial fica por um décimo de tratar um cancro mais avançado e sobretudo por causa dos resultados, que no primeiro caso são a cura na maioria das vezes, ou uma sobrevivência muito longa com uma qualidade de vida extraordinária. Quando são cancros muito avançados, são tratamentos que normalmente não têm sucesso e ainda por cima com uma qualidade de vida muito deficiente.
E para a Liga, fica caro suportar esses custos de apoio? Como consegue?
Conseguimos com a ajuda da população, é evidente. Mas como já disse, gastamos um milhão de euros em apoios, que são apoios em alimentação, transportes, medicamentos que não são comparticipados. Muitas vezes pagamos a renda do agregado familiar, a luz ou a água quando a situação social é mais precária. Há muitas situações em que somos solicitados e que devem ser devidamente estudadas, pois obviamente damos este dinheiro a pessoas que necessitam. E para isso tem de haver sempre dinheiro, é como eu digo, podemos falhar noutra atividade, mas aí não podemos falhar.
Tratar um cancro inicial fica por um décimo de tratar um cancro mais avançado e sobretudo por causa dos resultados
Além da linha de apoio de que falou há pouco, o que é que os pacientes precisam de fazer para conseguir ajuda, seja a nível financeiro ou emocional?
Pode dirigir-se aos nossos serviços por carta, por email, por telefone e pela linha, o 800 100 100, que é uma linha que lhe dá resposta a tudo e mais alguma coisa ou encaminha devidamente para a entidade que pode dar essa resposta.
O doutor vai presidir a Liga Portuguesa Contra o Cancro nos próximos dois anos. Que objetivos traçou e quais são as principais prioridades?
A Liga, nos últimos dez anos, transformou-se completamente, no sentido certo e sempre com uma ideia fundamental. A Liga existe porque há doentes oncológicos, portanto, o mote destes três anos é estar mais perto do doente oncológico e das famílias.
Fonte: noticiasaominuto
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