A Fitch avisa que a recapitalização da Caixa vai custar o equivalente a 1,1% do PIB, elevando o défice para 3%, quase o dobro dos 1,6% estimados pelo governo no Orçamento do Estado.
Este é um dos riscos apontados pela agência para a manutenção da nota da dívida, os outros são os habituais. O alto nível de endividamento público e privado, o fraco desempenho da economia e os problemas na banca.
Do lado positivo a Fitch escreve que o país tem instituições robustas, um forte ambiente de negócios e um dos PIB per capita mais alto de entre os Estados com nota ainda no patamar lixo.
A agência estima que o país tenha crescido 1,3% em 2016, mais uma décima do que a previsão do governo no Orçamento do estado. Mas, sublinha que o valor fica muito abaixo dos 1,8% previstos há um ano
A casa de notação financeira aponta para uma recuperação do investimento neste ano, que deverá fazer o PIB aumentar 1,5%, também em linha com a estimativa de António costa e Mário Centeno.
A agência nota uma diminuição dos riscos internos mas considera que Portugal continua vulnerável a fatores externos. Sem falar dos Estados Unidos, a agência diz que o crescimento de políticas protecionistas no planeta podem prejudicar as exportações. O risco político também existe. As eleições deste ano em vários países europeus podem levar a turbulências nos mercados, o que pode provocar um aumento do custo de financiamento do país, afetando a confiança e o investimento.
Assim, a agência mantém a nota da dívida confirmando a antecipação da notícia feita nesta sexta-feira pelo Presidente da República.
Desde 2012 que a agência não altera o rating da dívida portuguesa. Entre 2009 e esse ano, a Fitch cortou oito vezes a nota, deixando-a como investimento especulativo, ou "lixo". Em 2014, ano da saída da troika, a perspetiva passou para positiva. Em 2016, já com este governo, a agência cortou essa perspetiva para "estável", sinalizando que seria menos provável qualquer alteração de rating nos tempos mais próximos.
TSF
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