sábado, 4 de fevereiro de 2017

Líder religioso confirma ritual na praia em que grupo foi arrastado por onda

Resultado de imagem para Líder religioso confirma ritual na praia em que grupo foi arrastado por onda
Dirigente espiritual refere que os princípios da religião não foram respeitados. Mulher, de 34 anos, continua desaparecida no mar.
Muito embora as autoridades policiais não se pronunciem quanto à possibilidade de as pessoas que se encontravam na praia da Costa Nova, em Ílhavo, na noite de quinta-feira, estarem à beira do mar a fazer um ritual religioso – não obstante os alertas emitidos –, a tese não levanta grandes dúvidas a quem pratica o mesmo tipo de rituais, a que chamam de “oferendas”.
“Através das imagens que foram transmitidas pela comunicação social reconheci todos os artefactos como correspondentes à minha religião”, assegurou ao PÚBLICO o dirigente espiritual de um terreiro (templo) situado em Ílhavo, que, uma vez por ano (a 15 de Agosto), realiza um ritual semelhante na mesma praia.
O dirigente Bàbá Ifáléké, que diz ser, também, representante dos Terreiros de Portugal – uma plataforma que congrega a maioria dos templos de umbanda e candomblé, e outras vertentes desta religião que sintetiza vários elementos das religiões africanas e cristãs, acredita que o grupo oriundo de Viseu e Tondela estaria a fazer uma “homenagem” a Iemanjá – tida, por esta religião, como rainha ou senhora dos mares –, “cujo dia, no Brasil, é celebrado a 2 de Fevereiro”.
“Mas em Portugal, uma vez que nesta altura é Inverno, optamos por celebrar a 15 de Agosto”, explicou.

Não respeitaram princípios de segurança

Este dirigente espiritual disse desconhecer o grupo que acabou por ser atraiçoado pelas condições adversas do mar, mas não tem dúvidas em reconhecer que estas pessoas não cumpriram “os princípios que a religião defende”. Quais? “O primeiro é a questão da segurança, depois, a poluição e, por último, o criar misticismos em volta do nosso culto”, defendeu.
“As autoridades tinham emitido um alerta, que não podia ser desrespeitado”, explicou, acrescentando que “normalmente, os pedidos a Iemanjá são entregues em papel, escritos a lápis, e rosas”. “Nunca deixamos garrafas nem copos na praia”, garantiu.
Esta sexta-feira as autoridades mantiveram as buscas em terra e no mar, tendo as operações sido suspensas às 18h30. Serão retomadas este sábado cerca das 7h. Segundo o comandante da Capitania do Porto de Aveiro, Carlos Isabel, duas das vítimas que foram transportadas para o hospital tiveram alta. O terceiro ferido foi transferido para o Hospital de Viseu, área da sua residência. Uma mulher de 34 anos continua desaparecida.
Sabe-se que se trata de Belinda Carvalho que é, juntamente com o marido, proprietária de uma loja de roupa, sapatos e malas de senhora no centro de Viseu, onde também residia. O casal tem duas filhas, entre os 3 e 15 anos. O estabelecimento esteve todo o dia de porta fechada, facto que causou estranheza a alguns clientes que ali se dirigiram. Na cidade, Belinda Carvalho é conhecida por ser uma pessoa activa no meio da moda, sendo responsável pela realização de alguns desfiles, onde dá a conhecer as colecções da sua loja.
Fonte: Público
Foto: DN

Nenhum comentário:

Postar um comentário