Os bombeiros Voluntários de Montemor-o-Velho (BVMM) celebraram, no passado domingo, o seu 85.º aniversario, sendo que a cerimonia contou a presente de várias entidades, entre elas o secretário de estado da administração interna (SEAI), Jorge Gomes.
As festividades contaram com uma série de eventos que culminaram com a sessão solene.
Nesta sessão, entre muitos discursos e a recuperação de uma viatura Ford (primeiro veiculo motorizado da corporação), destacou-se um momento em particular, que colocou a sala de pé: Pedro Agostinho Cruz, conhecido fotografo da região foi distinguido pelos BVMM, devido a um post (na rede social Facebook) com a história de uma criança que ajudou os bombeiros, em Setembro, aquando de um incêndio florestal na zona de Tentugal (Montemor-o-Velho).
Fica aqui o post:
Hoje partilho a minha história do dia.
Esta tarde andei pela Mealhada, Luso, Santa Combadão e Montemor-o-velho/Tentúgal a fotografar os vários incêndios que consomem o país nesta região. Vi imensa coisa que me deixou triste e a reflectir, acreditem! Mas, foi na ultima paragem do dia, já relativamente perto de casa que aconteceu o episódio que vou partilhar.
Cheguei a Tentúgal e por questões de segurança a estrada estava cortada. Falei com o GNR e perguntei se podia ir a pé até ao local. Olhou-me de alto a baixo e respondeu que sim, mas avisou-me: “Olhe que é bastante longe e vai andar pelo meio do mato. Cuidado!”. Mesmo assim decidi ir. Andei uns bons minutos para não dizer quilómetros. Não via ninguém, nem o sol! Só via um fumo super denso e ouvia um helicóptero. Do meio do fumo surge um carro de bombeiros:”Pedro o que estás aqui a fazer seu louco??!” Sim! Talvez tenha sido uma loucura, mas não estava a pensar nisso naquele momento. Na verdade estava a tentar perceber quem ia dentro daquele carro. Era o Nobre com um rosto cansado. Iam abastecer o carro. Perguntei se estava longe ao qual me respondeu: ” ainda estás a mais de um quilometro”. Sem me deixar responder disse: “Entra!”.
Fomos abastecer o carro e deparei-me com um miúdo. Já era a segunda vez que o Bombeiro Nobre ia ali abastecer. Ofereceu a água do seu furo para ajudar os bombeiros.
Meti conversa com o miúdo e perguntei-lhe se queria ser bombeiro: “Não! Só quero ajudar os bombeiros!” respondeu-me decididamente.
Não sei o nome do miúdo. Mas, sei que provavelmente continua a ajudar o bombeiro Nobre.
Eu vou dormir descansado!
O meu amigo e bombeiro Nobre não vai provavelmente dormir. Aquele miúdo, se dormir não o vai fazer descansado, mas desconfio que continue ajudar o bombeiro Nobre a abastecer o carro com água do seu furo (…)
É por estas histórias que me apaixono todos os dias pelo meu trabalho (…)
Fonte: Associação Bombeiros para sempre
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