Miguel Sousa Tavares acredita que o entendimento entre PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV tem funcionado melhor do que esperado.
No seu espaço de opinião da SIC, Miguel Sousa Tavares comentou os elogios que têm sido feitos ao acordo do PS com Bloco de Esquerda, PCP e PEV, que os críticos apelidaram de Geringonça.
Sim, posso dizer que francamente superou as expetativas, até agora tem sido uma fórmula de sucesso que nem os próprios integrantes do modelo estavam à espera há um ano atrás”, indicou o comentador.
No entanto, diz Sousa Tavares, é preciso “distinguir a fórmula da substância”. “A substância, ou seja, uma política que não se limita a fazer austeridade, que combate a austeridade e ao mesmo tempo consegue dominar o défice, ou mantê-lo controlado, já foi experimentada na Grécia com o Syriza e foi experimentada, em parte, em Espanha também”, esclareceu.
O comentador ressalvou que “é muito importante que isto esteja a correr bem não só em Portugal” mas também fora porque “isso mostra até que ponto estava errada a política da troika para os países do sul da Europa e para a Irlanda”.
“Quanto à fórmula, à composição original deste Governo, essa sim é original em Portugal. É original porque o PS conseguiu o apoio do Bloco de Esquerda mas sobretudo o apoio do PCP”, sublinhou.
Miguel Sousa Tavares acredita que a adesão do PCP ao modelo do PS quebrou com um antagonismo partidário histórico e que foi essa “mudança radical do PCP que permitiu esta fórmula”. “Isso é que mudou tudo, a meu ver”, terminou, explicando que António Costa terá os seus méritos mas “se o comité central [do PCP] não tivesse decidido” mudar de política, o acordo poderia não ter acontecido.
Anabela de Sousa Dantas, em Notícias ao Minuto
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