Vários bancos de investimento estão de 'malas feitas' para abandonar as operações em Londres e rumar a novos centros europeus.
Com a saída do Reino Unido da União Europeia, cujo processo formal deve iniciar-se já na próxima quarta-feira, dia 29 de março, os grandes bancos de investimento começam a fazer as malas para abandonar as operações em Londres e rumar a novos centros europeus. Frankfurt e Dublin surgem no topo das preferências das instituições financeiras, que se mostram reticentes em relação aos resultados do “hard Brexit” proposto pela primeira-ministra britânica, Theresa May, no setor da banca.
Perante a perda de direito de comercializar serviços de forma livre na União Europeia, bancos norte-americanos como o Bank of America e o Morgan Stanley, assim como os britânicos Barclays e o Standard Chartered admitem estar em negociações com entidades em Dublin, para abrir novas sucursais na Irlanda, dá conta a agência Bloomberg.
O CEO do Barclays, Jes Staley, que contrariamente a outros responsáveis financeiros considerou no Fórum de Davos que seria “muito difícil” desalojar um centro financeiro como Londres, admite agora a possibilidade de vir a tornar Dublin no seu principal hub na União Europeia.
A hipótese de que isso venha a acontecer ainda antes de 2019 – data em que se prevê que esteja concluída a maratona de negociações do Brexit – é apontada por Jes Staley bastante provável e já alertou os cerca de 150 funcionários dos balcões de Londres para a possibilidade de virem a ser recolocados na Irlanda.
Já os norte-americanos Goldman Sachs, JP Morgan e Citigroup tencionam fazer de Frankfurt o seu centro financeiro na União Europeia.
Nos dois longos anos que se avizinham para a finalização do Brexit, estes bancos quer deslocar a sua atividade financeira para o continente e normalizar o seu trabalho na comunidade europeia. O CEO do JP Morgan, Jamie Dimon adianta que pretende mover cerca de 4.000 dos seus 16.000 funcionários para Frankfurt se a legislação europeia assim o permitir.
Entre bancos japoneses como o Mizuho Financial Group e o Mitsubishi UFJ fala-se também da possibilidade de virem a reforçar a sua presença na capital holandesa, Amesterdão.
O Mizuho, que mudou recentemente o nome da sua filial na Holanda para Mizuho Bank Europe, no início de janeiro, quer que seja esta a sua subsidiária que supervisione as atividades do grupo nos diferentes países da União Europeia, aquando se consumar o divórcio entre o Reino Unido e a comunidade europeia.
Os analistas alertam para que Londres possa perder cerca de 10 mil postos bancários, assim que acionar o artigo 50º do Tratado de Lisboa, que dará início ao processo do Brexit, e perder 1,8 biliões de euros.
Fonte: JE
Foto: Luke MacGregor/Reuters
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