terça-feira, 21 de março de 2017

Carne suspeita/ Reciclagem em risco/ E a banca?

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Morreu Martin McGuinness, figura-chave do IRA e do processo de paz na Irlanda do Norte. Era vice-primeiro-ministro e demitiu-se no início deste ano, provocando eleições antecipadas. Sofria de uma rara doença genética. Tinha 66 anos.
A luta Macron-Le Pen dominou o debate presidencial. Os principais candidatos estiveram frente-a-frente na televisão francesa, mas foi entre os dois candidatos à segunda volta que a conversa mais aqueceu. A discussão demorou três horas e vinte minutos (mas basta um para saber o essencial).
Trump vai proibir computadores nos aviões. Não em todos, só mesmo em viagens de (ou para) alguns países.
Timor-Leste elegeu o Presidente esperado. Francisco Guterres Lu-Olo era apoiado pelos dois maiores partidos e conta com cerca de 60% dos votos já contados.  
Por cá, a Federação de Futebol deu prémios - mas as Quinas de Ouro quase não deram surpresas. O Benfica não foi à Gala (mas também não tinha prémios para receber).

As notícias do dia 

Começamos com dois problemas
  • Uma guerra no negócio do lixo está a pôr a reciclagem em risco. A sociedade Ponto Verde passou a ter uma concorrente e anunciou que deixará de pagar às empresas que fazem a reciclagem. A ameaça, a concretizar-se, pode pôr em causa o funcionamento de todo o sistema. A Mariana Oliveira explica o que está em causa. Seguimos para mais um problema?
  • Portugal comprou 524 toneladas de carne sob suspeita no Brasil. Sob suspeita porque as investigações à inspecção sanitária na comercialização de carne no Brasil levou ontem a UE, a Coreia do Sul e um dos seus maiores parceiros comerciais, a China, a restringir as importações de produtos bovinos e avícolas. Quais são os riscos? Quem é que nos deve uma explicação? Como é que isto se cruza com o rodízio da polémica de Temer? A palavra à Isabel Aveiro, ela sabe.
Agora um salto à banca (veja que disse salto, não assalto):
  • Na Caixa, Macedo suavizou o plano de Domingues. Depois da pressão dos partidos, com um empurrão de Marcelo e do Governo. Ora veja o que muda nos balcões da Caixa. Dado curioso: A CGD já só tem um balcão em 70% dos concelhos, diz o Negócios.
  • No Montepio, há um obstáculo à entrada de parceiros estratégicos. A dona do banco avalia a Caixa Económica acima do BCP ou do BPI - e a isto chamamos uma valorização excessiva, que cria um pequeno problema (ler com ironia). Com o banco no centro das notícias, António Costa veio ontem dar a palavra do Governo de que tudo estabilizará. Enquanto Tomás Correia nos dizia que não sai, mesmo que acusado de ajudar o GES, mesmo que o ex-líder da Caixa Económica diga que o filho de José Guilherme usou o Montepio para tirar dinheiro de Angola. A sua contestação está a caminho.
Da banca para a economia sobra o quê? Um problema de crédito. É o que diz um estudo da Gulbenkian feito para o Presidente da República. Diz-nos o texto que o malparado resulta de más opções dos anos antes da crise (não será uma surpresa). Contam-nos as conclusões que as empresas com maior potencial de crescimento têm mais restrições de financiamento (o que não é o que muitos nos têm dito). A história é do Negócios
E eis que aparece mais um problema para a bancaos jovens já não pedem crédito à habitação, conta um livro que o JN já leu.
E do BCE para Portugal sobra o quê? Um aviso sério. Diz o Banco Central Europeu que Portugal está há três anos sob aviso, que nada fez do que prometeu - e que está na hora de a Comissão Europeia aplicar medidas mais duras. A nota ficou-se pelos 35%. A palavra escolhida é "sanções".
Uma notícia para descansar o BCE (mais ou menos)PS e BE alinham soluções negociadas para a dívida, excluindo assim um cenário de ruptura. A notícia é da Maria João Lopes (com uma pequena ajuda minha), antecipando as conclusões de um grupo de trabalho que nunca mais acaba.
Falando em cedências (agora no Superior)o Governo deixou cair as mudanças no acesso às universidades, face à falta de consenso no sector - conta o Samuel Silva. E também não aceita penalizações às praxes, segundo conta o DNTambém na Educação há uma nova política em risco (chama-se "perfil do aluno", mas obrigava a mudanças nos currículos).
E já que falamos de política...
PSD e CDS fecharam mais coligações do que em 2013. Nas autárquicas, ainda há nós por desatar, mas só as principais câmaras ficaram sem acordo. O coordenador autárquico do PSD é que parece não se importar se Leal Coelho ficar abaixo de Cristas (num cenário particular, diz ele à TSF).
Mas os tempos são de contestação a Passos: "A única coisa que tem a fazer é pedir licença sabática", diz o ex-autarca de Coimbra Carlos Encarnação, no jornal i.

Histórias com alma 

O ultramaratonista que corre contra a esclerose múltipla. Chama-se Ramón Arroyo. Sim, tem esclerose múltipla. Mas conseguiu fazer várias provas de fogo do desporto como o Ironman - conte 3,8 quilómetros de natação, outros 180 quilómetros de ciclismo e 42,195 quilómetros de corrida. Diz que não é nem um "homem de ferro", nem um super-herói. Nós desconfiámos que sim e fomos conversar com ele. Joana, contas?
Agora sim, Trisha Brown parou de dançar. Pensava com o corpo, não apenas com a cabeça, o que fez dela uma das mais extraordinárias bailarinas do seu tempo. Sobretudo uma das mais influentes coreógrafas de todos os tempos: depois de Merce Cunningham, a dança pós-moderna perdeu outra das suas figuras fundadoras. A Inês Nadais presta-lhe a homenagem.
Não é fanatismo, é amor. Cientistas da Universidade de Coimbra estudaram o cérebro de adeptos das claques oficiais da Académica e do FC Porto. E agora sente-se, antes de ler as conclusões: quando vêem o seu clube, os adeptos activam circuitos cerebrais semelhantes aos do amor. "Amor romântico", jura a Andrea Cunha Freitas.

Hoje na agenda
  • Governo reúne-se no Palácio de Monserrate, em Sintra, para aprovar um conjunto de diplomas sobre a floresta.
  • A Comissão Política do PSD aprova mais 160 candidatos a presidentes de Câmara.
  • O Dia Mundial da Poesia enche o país de eventos. O PÚBLICO juntou-se às comemorações: vamos lançar uma obra, com 20 dos nossos maiores poetas, e preencher o dia com uma ronda de leituras em 5 locais de Lisboa. Sim, hoje pode encontrar-nos por aí, a partir das 17h00 (daqui a pouco já lhe contamos onde).
  • Começa o aumento de capital do Deutsche Bank, apontando a 8 mil milhões de euros.

Só mais um minuto  

Algum calor, alguma chuva, tradições e muitas flores: assim voltou a Primavera. E diz o Miguel Esteves Cardoso: "Como será a primavera de 2017? Como impedi-la de tornar-se, mais uma vez, na mera ante-estação do verão de 2017?" A resposta? É esta.
E quem é que temos que copiar para sermos (ainda mais) felizes? Esta gente boa.
E que histórias felizes é que o PÚBLICO ainda tem para lhe contar? A do português que é mais rico que Trump; A de Maye Musk, a nova "it girl" da Vannity Fair (aos 68 anos); a de Josete, o sem-abrigo que mudou de visual - e ganhou um sorriso; a de Adélio, o benfiquista que pediu ajuda a Jorge Jesus para fazer feliz a namorada; e a de Sharon Stone, porque "aquele" gesto fez agora 25 anos (meu Deus, 25 anos).
Vá, é hora de nos concentramos. Agora que o sorriso já não sai, posso dizer-lhe isto tranquilamente:  
Tenha um dia bom! Até já!

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