O Ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, presidiu à cerimónia comemorativa do centésimo aniversário da restauração do concelho da Marinha Grande, que decorreu no passado dia 26 de março, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Naquele dia assinalaram-se precisamente 100 anos sobre a data em que tomaram posse os titulares da Comissão Instaladora do Concelho no edifício do Largo D. Dinis (onde atualmente funciona o Centro de Acolhimento Girassol).
Para comemorar a efeméride, a Câmara Municipal organizou várias atividades que tiveram início cerca das 09h30, na Praça Guilherme Stephens, com a entoação do Hino Nacional, pela cantora Luísa Oliveira, acompanhada pela Orquestra da Amieirinha.
Seguiu-se a sessão solene, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, presidida pelo Ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, que lembrou que “a Marinha Grande tem um lugar na história por ter sido no século XVIII um pólo de desenvolvimento industrial que, na mente reformista de Marquês de Pombal, era necessário para industrializar o País”.
O Governante salientou que “temos na Marinha Grande um grande exemplo de como os marinhenses sabem lutar contra a adversidade e são capazes de inovar e de acompanhar as mudanças vertiginosas com que somos defrontados”. Por tudo isso, “a Marinha Grande é digna de uma especial menção e um exemplo para todo o País”.
Evocando a efeméride que se assinalava, o Ministro da Cultura afirmou que “um município é uma instância fundamental da descentralização do poder e da administração”.
“Quando vemos o que os concelhos são capazes de fazer na área social, educativa, de apoio à indústria, na luta por melhores condições para os trabalhadores mas também para os investidores e para a capacidade de gerar riqueza, confirmamos a importância das câmaras como exemplo no tecido nacional, de inovação e organização, e que faz a diferença na proteção dos cidadãos e na construção das melhores condições para o investimento e inovação”, acrescentou.
Luís Castro Mendes elogiou a dinâmica cultural do concelho e as suas potencialidades turísticas, nomeadamente a praia da São Pedro de Moel que está inscrita na sua biografia por momentos importantes que lá viveu e acerca da qual já escreveu alguns textos.
“Concelho líder na inovação, tecnologia e exportações”
O Presidente da Câmara, Paulo Vicente, salientou que, “mais do que comemorar o passado importa olhar para a frente”, observando “um futuro que passa pela afirmação da Marinha Grande como um concelho industrial, líder na inovação, na tecnologia e nas exportações”.
Paulo Vicente recordou que “nos últimos anos a Câmara Municipal tem feito um caminho no sentido de se constituir como um agente facilitador e amigo do investimento, assente numa aposta que se suporta na afirmação da identidade industrial e da sua confluência na marca «Centro de Engenharia e Design», integrando as associações empresariais, centros tecnológicos e empresas no reforço da promoção desta marca”.
Nesse sentido, o presidente recordou a recente alteração do PDM e o Plano de Pormenor da principal Zona Industrial “para permitir a expansão das nossas indústrias de forma a que possam responder à procura do mercado”.
Por isso, “implementámos o Programa de Apoio ao Investimento Industrial para promover a criação de postos de trabalho e reduzir os custos associados ao licenciamento dos investimentos de expansão das indústrias”. Por esse facto, foram candidatados a fundos comunitários o projeto da primeira fase da Zona Industrial de Casal da Lebre em parceria com as associações empresariais e o Instituto Politécnico de Leiria.
Cem anos após a sua restauração, este é “um concelho inclusivo, multi e intercultural, que oferece condições excecionais de qualidade de vida”. É “um concelho com uma forte dinâmica cultural e desportiva, com políticas públicas de oferta direta de serviços mas também através do apoio aos projetos das associações e clubes concelhios que são uma prova viva da força cívica da Marinha Grande”.
O presidente Paulo Vicente mostrou-se convicto “que todos nós Eleitos assumimos um compromisso firme com esse futuro, pois na verdade não existem fundamentos sérios para alimentar conflitualidades estéreis que apenas geram instabilidade e afastam os Cidadãos da vida pública e, sobretudo, transmitem uma imagem errada do nosso próprio concelho”.
A sessão solene comemorativa do centenário contou também com a intervenção do presidente da Assembleia Municipal, Telmo Ferraz, que destacou que “é conhecida a resiliência dos nossos antepassados que ainda hoje faz parte do ADN que nos distingue”.
“Os exemplos de excelência que felizmente existem nos três principais setores de atividade do nosso concelho - vidros, moldes e plásticos - têm de servir de exemplo a todos nós autarcas para que possamos sentir que assim vale a pena trabalhar para a comunidade e para o País em nome dos nossos valores”, reforçou.
Telmo Ferraz declarou que “temos de saber atrair investimento para o nosso concelho mas também criar atratividades para as pessoas que aqui trabalham ou venham a trabalhar e se sintam bem em aqui residir”.
Além disso, “temos que saber fazer compreender aos vários poderes do Estado a importância e as potencialidades que existem neste concelho, seja a inovação, seja o poder de exportação, seja mesmo a inclusão social, e exigir que sejamos visto de uma forma mais compreensiva para nos ajudar a resolver os problemas que estrangulam o nosso crescimento”.
Após a sessão solene, a comitiva visitou o Museu do Vidro, o Núcleo de Arte Contemporânea e o Museu Joaquim Correia. Em seguida, foi descerrada a placa evocativa do centenário da restauração do concelho, na fachada do edifício onde foi instalada a primeira câmara municipal e que atualmente acolhe o Centro de Acolhimento “Girassol”.
“Elucidário do Pinhal do Rei”
À tarde, as comemorações integraram a apresentação do livro “Elucidário do Pinhal do Rei”, da autoria de Gabriel Roldão, no Auditório da Resinagem.
De acordo com a nota introdutória do autor, “este trabalho representa uma ação não gratificada, mas gratificante, desenvolvida com grande paixão, em busca nas mais variadas fontes, novos elementos de informação que confirmando factos da história desta espantosa floresta, numa prolongada e cansativa procura nos arquivos de muitos acontecimentos, ou nas publicações contemporâneas”, iniciado em outubro de 1989.
Este Elucidário pode ser usado “como apoio e esclarecimento proveitoso capaz de servir aos leitores de um modo geral, como expressão de um hiato da História de Portugal que nos é comum, sendo não narrativa, mas sim, sob a forma elucidativa”.
O “Elucidário da Marinha Grande” está dividido em seis vertentes e estas, subdivididas em 61 capítulos. Alguns dos temas tratados no livro são: cedência de terrenos, eventos, fauna, flora, instalações florestais, legislação, notas históricas, personalidades ligadas ao Pinhal do Rei, Pinhal do Rei, profissões florestais, relativo ao Pinhal, relativo ao Pinheiro, relativo à Resinagem, miscelânea.
Por decisão do autor, “a receita comercial deste título, reverterá totalmente a favor de uma instituição de solidariedade, como aliás, sempre praticou com as suas edições”.
O programa daquele dia encerrou com a inauguração da XIV Semana da Educação e Juventude e a Gala Jovens Talentos, realizados na Casa da Cultura Teatro Stephens.
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