David Dinis, Director
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O Senado dos EUA ilibou Obama. “Não vimos indicações de que as Trump Towers tenham sido objecto de vigilância por qualquer elemento do Governo dos Estados Unidos quer antes quer depois do dia das eleições de 2016”, afirmaram em comunicado, o republicano e o democrata responsáveis pela investigação. O porta-voz de Trump reagiu dizendo que os tweets explosivos de Donald Trump não deviam ser entendidos de forma... literal.
O 1º orçamento de Trump confirmou a aposta na Defesa. Os gastos neste campo sobem 10%, o que equivale a 54 mil milhões de dólares, sendo que não há pistas sobre o paradeiro do investimento em infra-estruturas, também prometido por Trump. O que há (e não devia) é uma quantia volumosa para começar o muro na fronteira com o México.
Theresa May avisou a líder da Escócia: não haverá novo referendo para uma independência nos próximos seis anos. Nicola Sturgeon reagiu rápido e com uma só palavra: "Inaceitável".
Na Síria, um ataque aéreo a uma mesquita fez pelo menos 35 mortos. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos diz que terão sido mais: 42 vítimas mortais.
O Manchester United desenrolou o tapete rumo aos quartos-de-final. A vitória sobre o Rostov pela margem mínima deixou José Mourinho exausto e desconfiado: os "inimigos" estão a "minar" a equipa, José?
As notícias do dia
Perdeu-se o rasto a 15 menores que chegaram sozinhos a Portugal. Os dados de 2016 confirmam a tendência dos últimos anos de desaparecimento de menores - que apontam para 73 casos em quatro anos. O Conselho Português para os Refugiados não vê motivo para alarme. Mas um grupo de peritos em tráfico de pessoas do Conselho da Europa está preocupado. A Joana Gorjão Henriques conta tudo, na nossa manchete de hoje.
O caso Sócrates (ainda à espera de uma decisão da PGR). Diz o DN que o ex-primeiro-ministro será acusado de seis crimes. Dizemos nós que a Justiça já ganhou 17 mil euros com os recursos que Sócrates apresentou. Ontem, Paulo Azevedo contou em público as suspeitas que tem.
Na política, só se fala disto: a candidatura a Lisboa abriu uma guerra interna no PSD - pelo nome escolhido e pelo método do líder. Para quem não saiba, aqui vai um texto útil: afinal, quem é Teresa Leal Coelho?
Mas também se vai falar disto: há oito deputados sob suspeita de terem participação irregular em escritórios de advogados. A história é do Jornal Económico e já levou o presidente da Comissão de Ética a pedir esclarecimentos aos próprios.
Desta já não se vai falar: o Governo recuou o repôs o subsídio de lavagem de carros (a motoristas do Estado).
Mas talvez ainda se fale desta notícia: a pista do Montijo pode ser pequena para aviões grandes. Ou será dos olhos de quem vê?
Na banca, a história do dia é esta: o Banco de Portugal fez um acordo especial com um alto quadro que deu polémica. Mas garante que não há conflito de interesses na sua contratação, conta a Liliana Valente.
E na banca ainda há isto: um negócio entre a Caixa Económica e o Montepio que evitou prejuízos em 2016 (via Negócios); despedimentos no Haitong Bank; um roadshow na Caixa (com uma emissão feita do Luxemburgo a escapar à CMVM, disse o Expresso); e três peças pendentes.
Uma coisa boa, para fechar bem: está a chegar uma nova fundação que quer ser um "campeão internacional" nos assuntos dos Oceanos - e com dinheiro disponível para essa missão. Essa fundação já toma conta do Oceanário, que deu esta reportagem deliciosa com animais escanifobéticos (tanto que eu quis escrever esta palavra numa newsletter).
No Ípsilon, a Sónia Braga
Deixem-me citar o Vasco Câmara, na newsletter do Ípsilon onde apresentava a Sónia Braga e este Aquarius, um dos mais polémicos filmes brasileiros dos últimos tempos: "Eis Clara, personagem mítica na sua certeza e força: crítica musical aposentada, viúva, mãe e avó. Sobrevivente da devastação provocada por um cancro, Clara é um edifício - aquele apartamento afagado pelo vento da praia tem lá dentro a memória de um mundo. É uma resistente. Clara não quer sair. Só morta".
É sobre Sónia Braga que falamos hoje, ela nesta pele - Sónia contra os tubarões, na expressão escolhida pela Kathleen Gomes quando nos fala do filme. "A empatia, aqui, é coisa política. Sonia Braga c’est moi", diz o Vasco, num daqueles momentos raros em que dá quatro estrelas a um filme só.
Mas este não é só um filme, não só uma história. Aquarius estreou no Brasil a 1 de Setembro, um dia depois do impeachment ser concluído e Dilma Rousseff ser definitivamente afastada. Aquarius e a sua história de resistência foram recebidos como uma vingança do cinema sobre a realidade política brasileira, com um fim alternativo.
E esta não é só uma actriz, não é uma actriz qualquer. Se o sucesso internacional de Sonia Braga deu ao Brasil uma ideia de país que se cumpria, é esse corpo (de diva, mas orgulhoso das marcas do tempo) que agora passa uma outra mensagem.
O Ípsilon de hoje é isto, mas é mais (do novo livro de Bolaño ao livro, também, de Sérgio Godinho, passando pela música, teatro e exposições). Quer espreitar aqui?
Hoje na agenda
- A Procuradora-Geral da República dirá sim ou não ao alargamento do prazo para a acusação a José Sócrates. Até ontem, ficou em silêncio.
- O Parlamento discute o que fazer à Uber.
- Angela Merkel estará na Casa Branca (se a neve o permitir) para testar uma relação difícil. A Teresa de Sousa explica porquê.
- A jornada de futebol começa com um Estoril-Boavista.
Só mais um minuto
Mais de 60 anos depois, há imagens inéditas do funeral de Estaline. Um major do exército americano filmou o cortejo fúnebre do ditador soviético, mas só agora elas saíram do baú.
E se uma foto sua recuasse no tempo? É isso: parece que um algoritmo aprendeu a simular o envelhecimento do rosto humano, mas também nos consegue rejuvenescer. Diga lá se a tecnologia não é amiga?
Amigos, mesmo amigos, são os jornalistas nos preparam o Cinecartaz, mas também o Guia do Lazer. São eles que nos ajudam a ter um fim-de-semana em grande. Para si, fica um agradecimento. E o desejo de que vá passando por cá, volta e meia, para se manter informado.
Dia bom! Até já!
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