"Um vale de emoções fortes". É este o slogan que rege o plano de mobilidade do "novo" Tua até Mirandela.
Será de autocarro, barco e comboio que a partir do meio do próximo mês de junho, turistas e residentes poderão fazer aquele percurso. A barragem do Tua já está navegável e, para lá de pôr um barco a fazer um trajeto de cerca de 18 quilómetros, o empresário Mário Ferreira porá a circular em parte da linha do Tua um novo comboio que ainda está a ser acabado em Inglaterra.
Esta terça-feira, naquela que foi a primeira viagem feita nas águas da barragem do Tua, em cima de três botes semirrígidos, o empresário do Porto deu boleia à comunicação social para anunciar o que vai mudar nas viagens do Tua a Mirandela. "Entre a estação do Tua até ao cais da barragem será a linha de autocarro cábrio. Depois a partir da barragem do Tua, um percurso de barco rabelo que levará 120 passageiros e que terá oportunidade também de servir pequenas refeições regionais", salienta Mário Ferreira.
Os passageiros embarcam no cais da barragem, passam por outro na aldeia do Amieiro, concelho de Alijó, fazem escala (ou não) nas termas de São Lourenço, no concelho de Carrazeda, e 18 quilómetros e 12 euros depois chegam à estação da Brunheda, também no concelho de Carrazeda. Aí termina a viagem de barco e começam 36 quilómetros de comboio até Mirandela.
"É um comboio feito de propósito, do século XXI, para funcionar aqui no Tua. Ainda não está acabado", acrescenta Mário Ferreira. São quatro carruagens com capacidade para 56 pessoas e um bar. A viagem custará 15 euros. Tudo para turistas. As populações das aldeias limítrofes deverão ter à disposição as duas carruagens que até agora estão ao serviço do metro de Mirandela e que farão o mesmo percurso que o comboio turístico. Para lá destas ofertas há ainda mais de 20 embarcações de recreio preparadas para pequenos grupos, acrescenta o empresário.
"Uns 10 têm um pequeno motor que permite a uma família poder navegar nas águas calmas, trazer o seu piquenique e passar um dia fantástico aqui na barragem e teremos também uma dúzia de outros, bastante originais, que têm um motorzinho elétrico. Podem fazer birdwatching, pescar, podem fazer tudo o que lhes apetecer".
Com tudo isto, o empresário espera, ainda este ano trazer cerca de 100 mil pessoas ao vale do Tua. Mário Ferreira recebeu da EDP 11 milhões de euros para o plano de mobilidade, mas diz que já investiu perto de 15 milhões. É com expectativas altas que olha para o investimento. O empresário apenas sente alguma frustração em outros tantos aspetos burocráticos, que diz que poderiam ser mais céleres.
"São as dificuldades de um país que não está preparado para situações inovadoras. Este caso do Tua é um caso único. Tudo o que é único e novo traz dificuldades porque os meios nestas instituições são escassos, têm que estudar, têm que observar, têm que avaliar, é mais moroso. Agora não lhe escondo que às vezes é frustrante o que se encontra e poderiam vir ao local e perceber melhor o que se passa e serem mais céleres, mas estou convencido que ainda temos tempo para colmatar esses atrasos", termina.
No arranque, previsto para junho, a empresa espera criar 22 postos de trabalho diretos.
Fonte: Afonso de Sousa
Foto: Amin Chaar/Global Imagens
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