A reforma laboral e o pagamento de pensões estiveram na origem do protesto, mas o presidente Temer confirmou que vai avançar com as medidas legislativas.
Milhares de pessoas protestaram ontem em várias manifestação por todo o Brasil, num dia de greve geral contra a mudança no sistema laboral e pagamento de pensões, que acabou marcado por confrontos entre manifestantes e forças da autoridade.
No Rio de Janeiro, um protesto significativo reuniu milhares de pessoas no centro da cidade e acabou com confrontos entre a polícia e os manifestantes, com os elementos da autoridade a usarem bombas de gás lacrimogénio e spray de gás pimenta para dispersar um grupo de manifestantes em frente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Imagens transmitidas pelas redes de televisão brasileiras mostraram também incêndios em autocaros e barricadas de lixo.
Em São Paulo, seis protestos distintos reuniram milhares de pessoas, que depois se deslocaram para o Largo da Batata, na zona oeste da cidade.
A greve geral foi convocada por importantes centrais sindicais do país, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), e também por movimentos sociais como a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Os manifestantes que aderiam à greve geral também aproveitaram o protesto para marcar posição contra alterações no sistema de pensões, ainda em fase de discussão no Congresso do Brasil.
No entanto, o Presidente do Brasil, Michel Temer, confirmou ontem a intenção de avançar com as reformas propostas pelo seu Governo. "O governo federal reafirma seu compromisso com a democracia e com as instituições brasileiras. O trabalho em prol da modernização da legislação nacional continuará, com debate amplo e franco, realizado na arena adequada para essa discussão, que é o Congresso Nacional", referiu o Presidente brasileiro, em comunicado.
Michel Temer minimizou a adesão da população à primeira greve geral convocada no país nos últimos em 20 anos, dizendo que aconteceram apenas "atos isolados de violência", contra o que foi noticiado pelos meios de comunicação social brasileiros. O chefe de Estado também classificou de "incidentes graves" os conflitos durante as manifestações organizadas pelos sindicatos, que têm sido particularmente violentos no Rio de Janeiro, onde um grupo queimou autocarros e entrou em conflito com a polícia.
Fonte: DN/Lusa
Foto: REUTERS/ PAULO WHITAKER
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