Enquanto dormia...
... Emmanuel Macron tornou-se Presidente de França com 66,09% dos votos - mas a luta do centrista continua.Agora, precisa de construir um partido, precisa de conseguir deputados próprios e precisa de arranjar um primeiro-ministro fiel. Ah, sim: e precisa de ganhar eleições, para conseguir tudo isto. As presidenciais não chegam - a 11 e 18 de junho, os franceses têm eleições legislativas e é aí que tudo se decide (outra vez). O João de Almeida Dias, que esteve em Paris a ouvir o discurso de vitória de Macron, conta os detalhes desta nova batalha, já daqui a seis semanas. O Le Monde fez um calendário com tudo o que aí vem.
A luta também continua para Marine Le Pen, que conseguiu 33,94% dos votos. A líder da Frente Nacional quer ser a maior figura da oposição, mas, para isso, também precisa de deputados - e o sistema eleitoral a duas voltas dificulta muito isso. Portanto, promete criar "uma nova força política", que terá outro nome, para fazer esquecer a FN. O João de Almeida Dias, que também esteve no quartel-general de Le Pen, ouviu alguns dos seus apoiantes.
Para a líder da extrema-direita, foi uma derrota: tratou-se do segundo pior resultado de um candidato nos últimos anos. Mas também foi uma vitória: duplicou o resultado do seu pai, que tivera o pior resultado.
O que fica ainda de ontem à noite? O minuto a minuto de como tudo aconteceu, no liveblog do Observador; as fotos mais simbólicas; os memes que mostram como se usou o Twitter para fazer humor; as frases dos discursos de Macron e de Le Pen; ascapas dos jornais pós-eleições; e os 10 números que ajudam a perceber o que se passou.
E agora, o que vai fazer o novo Presidente? Tendo em conta os planos, as promessas e as propostas, fará isto.
Detalhe biográfico importante: aos 39 anos, Macron é o mais novo Presidente francês de sempre. Se juntarmos a isso o facto de nunca ter sido antes eleito para qualquer cargo politico (foi apenas nomeado ministro da Economia), percebemos que ele vai ter que aprender muita coisa, muito rápido. Os jornais franceses destacaram a idade de Macron e fizeram uma boa pergunta: o que andavam os anteriores Presidentes franceses a fazer aos 39 anos? Nós, no Observador, juntámos-lhe outra pergunta: e os Presidentes portugueses?
Detalhe biográfico nada importante: Macron é um ás do piano. Há mais de onde esta informação veio - o Libération fez uma lista de informações curiosas sobre o novo Presidente.
No Observador, já temos muita opinião sobre as eleições francesas:
- Rui Ramos: "Macron derrotou Le Pen, mas agora pode-a salvar, se conseguir destruir, nas legislativas, os velhos partidos do regime e assim entregar a Le Pen a chefia da oposição".
- João Carlos Espada: "Os europeístas defensores do comércio livre e da globalização não devem aceitar a infeliz dicotomia entre 'nacionalismo e globalismo'. Nem entre 'contra-revolução e revolução'”.
- Alexandre Homem Cristo: "A França escolheu um liberal que evitou o triunfalismo eleitoral e fugiu ao irrealismo dos que acreditam que basta boa-vontade para mudar a UE. É uma amostra, mas chega para ser melhor do que Hollande".
- Manuel Villaverde Cabral: A convergência entre a extrema-esquerda e a extrema-direita é, como se vê, permanente. Macron não se localiza tanto ao «centro», como está sobretudo contra os soberanismos de direita e de esquerda.
Marques Mendes lançou ontem uma pequena tempestade ao garantir no seu espaço de comentário na SIC que o PS tinha convidado o jornalista Júlio Magalhães, diretor do Porto Canal, a candidatar-se contra Rui Moreira. Minutos depois, o PS desmentiu tudo, dizendo tratar-se de "uma fantasia".
Esta segunda-feira, António Costa está no Qatar, para tentar atrair investimento.
O Governo só vai discutir a reestruturação da dívida se a Europa achar bem. A garantia (ou a má notícia, consoante a perspectiva) é dada ao Negócios pelo deputado João Galamba, co-autor do relatório sobre a dívida.
“O pior para os portugueses já passou”. A frase é de Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu, que elogia os esforços dos últimos anos. As declarações foram feitas à TSF.
O Benfica, tal como Macron, também tem um movimento: tetra En Marche. Depois da vitória de ontem frente ao Rio Ave, por 1-0, o título está quase ganho. Na crónica do jogo, o Bruno Roseiro escreveu: "Pode custar mais ou menos. Pode ser com maior ou menor facilidade. A verdade, nua e crua, é apenas uma: na hora da verdade, e ao contrário do FC Porto, os encarnados nunca vacilam".
Isto quer dizer que no próximo sábado pode haver um novo campeão nacional. Mais uma vez, o 13 de Maio com um Papa em Portugal vai ser de Fátima e de futebol, como conta o Bruno Roseiro neste texto a olhar para a História.
Se uns ganham, outros perdem. E Bruno de Carvalho não gosta nada de perder. Depois da derrota com o Belenenses, o presidente do Sporting disse: “Para mim, chega”.
A nossa Opinião
Fora de França, há mais opinião para ler no Observador:
- Lucy Pepper escreve sobre Maddie McCann: "No caso Maddie, a xenofobia e a ignorância cultural têm contaminado toda a discussão em Portugal e em Inglaterra. É estranho que tal suceda com duas nações aliadas há tantos séculos".
- Vasco Pulido Valente escreve sobre "a compressão de Portugal": "As coisas – principalmente a imprensa e a televisão – começam a adquirir aquele tom uniforme e ruço, típico da tropa e do socialismo".
- Alberto Gonçalves escreve sobre bofetadas e as regras do bom debate público: "Os socialistas são uma bênção. Além de recorrentemente assegurarem paz social e progresso económico, ou vice-versa, ainda querem devolver-nos à época feliz do final do século XIX, início do século XX".
- João Marques de Almeida escreve que o PSD deveria apoiar Rui Moreira: "O presidente da CM do Porto mostrou capacidade de liderança e coragem ao afastar o PS da sua coligação. O próximo passo deveria ser uma reunião entre Passos Coelho e Rui Moreira para fazerem um acordo".
Os nossos Especiais
Três entrevistas que marcam:
- Diogo Infante falou com Maria João Avillez sobre a peça que tem em cena, sobre televisão e sobre como se tornou ator. Sobre a sua vida "afortunada" também: "O copo para mim está sempre meio cheio".
- D. António Marto, bispo de Fátima, deu uma rara entrevista de vida ao João Francisco Gomes. Conta que foi cético de Fátima e da religiosidade popular, recusando rezar o terço com a família, mas a simplicidade do pai levou-o à conversão: "Eu criticava as procissões e as peregrinações".
- José Pedro Croft está de regresso à Bienal de Veneza com uma obra composta por seis esculturas em vidro e aço ao ar livre. O artista falou com o Bruno Horta: “Não tenho uma carreira, tenho uma forma de viver”.
Notícias surpreendentes
Ontem foi noite de entrega dos MTV Movie & TV Awards.Houve uma novidade: pela primeira vez, os prémios não foram entregues com distinção de género - todos concorriam na mesma categoria, fossem homens ou mulheres. Ns atores, por exemplo, ganhou Emma Watson, com a interpretação em "A Bela e o Monstro". Veja os vencedores aqui.
Apesar do granizo, houve muita coisa para ver e fotografar na passadeira vermelha dos prémios MTV (houve alguns vestidos radicais e outros simplesmente infelizes).
"Bairro da Lata", de John Steinbeck, recebe cinco estrelas do nosso crítico Jorge Almeida, que escreve sobre o romance: "É um poema, um fedor, um vício, uma nostalgia e um sonho, repleto de batoteiros que são mártires e de filhos da mãe que são homens bons".
Vulcões em erupção, galáxias distantes, a Lua parcialmente tapada: são 15 fotos impressionantes do arquivo da NASA.
Agora que já tem toda a informação de que precisa, pode começar mais uma semana cheia de notícia. Já sabe que estamos sempre aqui.
Até já!
Mais pessoas vão gostar da 360º. Partilhe:
no Facebook no Twitter por e-mail
Leia as últimas
em observador.pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário