A França marcha dentro da UE// O Benfica para o tetra// Os docentes para os quadros

David Dinis, Director

Dois terços dos franceses elegeram Macron Presidente - o seu mais novo de sempre, o homem passou a vida a desafiar a sorte, como mostra o perfil traçado pelo Ruela Ribeiro, aqui no PÚBLICO. Emanuel Macron, o europeu, logo prometeu unir França, falando sobretudo para aqueles que votaram Le Pen (ou que votaram nele sem partilhar as suas ideias). Talvez a chave para esta eleição esteja aqui: quem votou, afinal, em Macron?

Depois dos resultados de ontem, a Europa respirou de alívio ao ver as bandeiras europeias misturadas com as de França, na celebração em Paris. Mas Marine prometeu novas batalhas, juntando patriotas contra os "globalistas". E com as legislativas à porta, o mínimo que se pode dizer é que o sistema político francês está à beira de uma reconfiguração total. O que aconteceu ontem em França está aqui registado, para a posteridade, as primeiras páginas do dia também, cheias de optimismo. E o minuto-a-minuto de hoje está lançado (a análise está um pouco mais abaixo, porque merece espaço - e o nosso tempo).

Enquanto isso, registe que a CDU de Merkel venceu a segunda eleição regional do ano na Alemanha. O "Efeito Schulz" não apareceu ainda para o SPD - e as legislativas estão aí mesmo à porta.

No futebol, quem marcha é o Benfica - e rumo ao inédito tetra. O golo de Jiménez quase ao cair do pano, em Vila do Conde, marcou a festa do título para dia... 13 de Maio. Mas, calma, o jogo contra o Guimarães não é fácil, como ontem se viu. E diz Rui Vitória: "Há ainda duas finais para disputar".

As notícias do dia  

Na nossa manchete, boas notícias para professores e investigadores: o Governo decidiu incluí-los no programa de regularização de precários. Mais até, acrescenta a Maria Lopes, os bolseiros de investigação pós-doutoramento que passem a ter contrato de trabalho não vão, afinal, sofrer qualquer perda líquida de salário.

Boas notícias também para quem anda de carro: o gasóleo simples prova ser mais barato do que o aditivado, mostra o primeiro relatório do regulador. E é a primeira opção de 70% dos automobilistas.

E outra vinda das renováveis: a factura com importações energéticas caiu para o valor mais baixo em 12 anos.

E até uma para quem apoia os sem-abrigo: o Presidente Marcelo volta hoje às ruas, dando apoio a quem promete um "salto quântico" nesta luta (e pondo ainda mais pressão sobre o Governo).

O centenário das aparições deu-nos uma solução e um problema: a solução é um plano de contingência para o futuro; o problema é o dos postos de fronteira com hora marcada (notícia de hoje do JN);

No Porto vai uma confusão (mas política): depois do divórcio entre Rui Moreira e o PS, agora há um arrufo entre Marques Mendes e os socialistas. A 'culpa' é de Júlio Magalhães (esse mesmo). Hoje, o PS/Porto reúne-se com Manuel Pizarro, para decidir como fazer agora: ficar na vereação ou partir para uma campanha que começa tarde?

No PSD também há uma certa dúvida: afinal, o que é que o partido pensa sobre a CGD?. E já que falamos dela: a Caixa perdeu a liderança nos fundos para o BPI, diz hoje o Negócios.

O PS põe pressão sobre o governador: pagar mais dividendos não é tensão, é rigor. E para avançar, diz o porta-voz João Galamba ao Negócios. No sábado, os autores do relatório da dívida já tinham respondido aos críticos, com um desafio à Europa (aqui no PÚBLICO).

Hoje na agenda

• Os habitantes de Almeida voltam a manifestar-se contra o fecho do balcão local da CGD. O Camilo Soldado esteve lá este fim-de-semana e percebeu que o balcão foi só uma gota de água num processo mais traumático;
• O Millennium bcp apresenta os resultados do 1.º Trimestre de 2017;
• O primeiro-ministro visita oficialmente o Qatar, à procura de investimento estrangeiro;
• Prossegue o IndieLisboa 2017 - 14.º Festival de Cinema Independente de Lisboa.

Três dúvidas, para pensar

 1. E agora, França? Já passou? Macron é o novo Presidente, "mas vai conseguir governar?" - pergunta o Jorge Almeida Fernandes, antevendo 40 dias alucinantes até às legislativas e olhando para uma França dilacerada. Se quer perceber melhor o que se passou e o que aí vem ainda, o que lhe recomendo é que comece por ali. E que siga pelo desafio das coabitações, analisado pela Marina Costa Lobo; ou "de trincheira em trincheira" pelo artigo do embaixador Seixas da Costa, que nos fala sobre o perigo populista (que não acabou ainda). Como diz também o Rui Tavares, que também vale a pena ler: "Segunda oportunidade para a França, última para a Europa?" . Falando na Europa, este roteiro acaba no nosso Editorial de hoje: eis-nos no dia 1, outra vez.

2. O lugar de Maria é consensual no catolicismo? Não, de todo, responde António Marujo, o ex-jornalista do PÚBLICO que aceitou o convite para voltar às nossas páginas com um ensaio no P2, dias antes da celebração dos 100 anos do milagre de Fátima e da visita de Francisco ao Santuário. Voltamos ao lugar de Maria, então: "Há uma forte presença da mãe de Jesus na teologia, na vida dos crentes – e dos Papas. Mas o entendimento do seu lugar no dogma cristão tem sido objecto de debates e muitas polémicas". A porta de entrada para essas polémicas também pode ser aqui.

3. Já chegamos à era do atleta virtual? Tudo mudou tanto que sim, jogar videojogos pode ser a base para uma carreira em Portugal (ainda que com ganhos baixos). O evento 4Gamers no Meo Arena, juntou os fãs portugueses da modalidade que nem os clubes de futebol ignoram. O Sporting, Paris Saint-Germain e Valencia já aderiram. Aptidões exigidas? 400 decisões por minuto. A Karla Pequenino tirou a fotografia a este novo desporto.

Só mais um minuto...

Vamos lá desfazer um mito? Será que o pequeno-almoço é mesmo a refeição mais importante do dia? Huuumm. Talvez o melhor seja ler o Pedro Carvalho. E já que falamos disto, aqui vão quatro mitos que não o ajudam a emagrecer - porque se diz muita coisa que faz realmente pouco sentido. 

E que tal uma aventura num continente distante? Dois cientistas portugueses andaram pela Antárctida e estão doidos por lhe contar o que andaram a fazer no meio da neve. 

Ia lançado para lhe contar mais, mas reparo agora que já vai longa, esta conversa. Deixo-lhe assim um até já, na certeza de que nos voltaremos a ver por aqui, daqui a pouco, para actualizar informação sobre França - e tudo o mais que a actualidade nos trouxer.

Agora, ponha um belo sorriso. E lance-se num dia feliz.

Até já!