David Dinis, Director
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(Uma nota prévia, apenas para lhe dizer que esta newsletter segue hoje mais cedo. Qualquer falha que note terá seguramente a ver com isso. Vamos a isto?)
Na Venezuela, Maduro tenta tirar espaço à oposição: esta noite decidiu convocar uma assembleia constituinte, para recuperar o espaço que as eleições lhe tiraram.
Trump "teria muito gosto" num encontro com Kim Jong-un - "se fosse oportuno" e se a Coreia do Norte cumprisse uma série de condições prévias. Mas ontem Kim deixou um sinal em sentido contrário.
Aqui mais perto, Juncker parece "10 vezes mais céptico" em relação ao Brexit, segundo uma descrição de uma conversa com Theresa May. A primeira-ministra diz que tudo não passa de "Brussels Gossip" (diz o Guardian).
As notícias do dia
Em França, aproxima-se o dia D. E o mínimo que se pode dizer é que o ambiente é tenso. A Clara Barata, nossa enviada especial a Paris, esteve ontem no comício de Marine Le Pen e o que viu por dentro foi isto, sem tirar nem pôr. De Macron, a resposta foi uma diabolização: "É agora que se joga a herança política, intelectual e moral da República Francesa”. Mas a verdade é que nem no 1º de Maio se viu uma união contra Le Pen, como mostram estas imagens. E cuidado: ainda vem aí um duelo televisivo, sem margem para erros.
Sim, verdade que as sondagens continuam a mostrar uma considerável vantagem ao candidato centrista (como se pode ver nesta, publicada pelo Les Echos). Mas será que podemos confiar que tudo está decidido? Não é o que acha Paulo Rangel, à direita. Nem o que diz o Diogo, no nosso Editorial. Mas, pela esquerda, também não é o que acha Francisco Louçã, em jeito de desafio. E, pelo meio, ainda há o Vicente Jorge Silva, incomodado com o modo como a nossa esquerda se posicionou. E o Miguel Esteves Cardoso, irritado com a maneira como se fala dos eleitores de Melénchon (quem falou em rebanho devia ler o PÚBLICO, não era Miguel?).
Por cá, registe a nossa manchete: houve 50 processos a funcionários do Fisco por andarem a ver o que não deviam - em apenas três anos. Por exemplo, a 'bisbilhotar' os rendimentos de Sócrates, Manuel Pinho e Carlos Santos Silva.
Falando em Sócrates, hoje o ex-PM publica um artigo de opinião (mais um no DN), outra vez criticando a Justiça por nunca mais lhe apresentar uma acusação.
Ontem foi 1º de Maio - e, portanto, dia de avisos. A CGTP exigiu ao Governo que reveja a lei laboral (o que António Costa já disse não querer fazer tão cedo). Mas com um tabu chamado greve geral. O mais fácil será rever o que separa sindicatos e Governo, na síntese preparada pela Raquel Martins. Dado curioso, que nos conta a Liliana Valente: muita gente foi à manif pela luta passada, não pelas reivindicações de hoje. Será porque "a solução de Governo constrange a luta", como nos dizia ontem o sociólogo do ISCTE Alan Stoleroff?
A verdade é que PCP e BE não desistem dela (da luta). Nem Jerónimo, nem Catarina, que querem o Governo a andar mais depressa.
E se há lutas que vão tendo efeitos, como a dos precários do Estado já podem pedir integração a partir de dia 11, ou a dos que já estão nos quadros e vão poder subir dois escalões com o descongelamento de carreiras...
... também há lutas que parecem mais difíceis de vencer: as novas regras apontadas pelo Governo reduzem o universo de trabalhadores que podem antecipar a reforma, conta a Raquel Martins; e as disparidades salariais são o que se vê no DN de hoje.
Uma pergunta para a direita, para desenjoar: "Deve um maçon chegar a primeiro-ministro?". Imagine de quem é que o João Miguel Tavares está a falar?
A luta de que não se falou mais foi a da dívida, sobretudo depois de o relatório apresentado pelo PS e BE ter recebido um aviso de Bruxelas e de críticas vindas de dois ex-gestores da dívida pública portuguesa. Não se falou? Aqui no PÚBLICO sim: o tema está a levantar uma discussão bem boa entre Ricardo Cabral (um dos autores do relatório) e Bagão Félix, no Tudo Menos Economia.
Hoje a luta começa cedo para os alunos do 2º ano. É dia de provas de aferição, agora num modelo mais... participativo, mas ainda com limitações.
E uma tragédia que começou cedo demais (é sempre cedo demais para esta): quatro pessoas morreram em praias portuguesas no arranque da época balnear. Nas três praias a vigilância começa apenas em Junho, como explica o Samuel Silva.
Hoje na agenda
- O Governo mostra a evolução da negociação colectiva em 2016, um dos tópicos do 1º de Maio de ontem. Virão novidades sobre mudanças na lei?
- CDS em jornadas parlamentares. A entrar pela agenda da esquerda.
- Uma homenagem a Miguel Portas. O BE e o Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia organizam uma sessão de tributo ao antigo eurodeputado. O Presidente Marcelo presta-lhe outra, por sugestão de Costa.
- Angela Merkel visita a Rússia. Na agenda do encontro com Vladimir Putin está, outra vez, a questão da Ucrânia.
- A Liga dos Campeões entra nas meias-finais, hoje com uma espécie de final antecipada: Real Madrid vs Atlético de Madrid. Quem se lembra de como foi há um ano?
- Os miúdos que vão ao Mundial. Emílio Peixe, seleccionador nacional de Sub-20, diz quem escolheu para o mundial de júniores da Coreia do Sul.
Dá que pensar
1. O que é que o poder faz às pessoas? Uma investigadora portuguesa da University College de Londres analisou vários estudos feitos nos últimos 15 anos para perceber como são e o que fazem as pessoas que chegam ao poder. E a Andrea Cunha Feitas não perdeu a oportunidade para procurar a resposta a uma pergunta antiga: quão negro é o outro lado do poder?
2. Os Jotas a salvar o sistema? Hum, a propósito do lado negro: Paulo Portas chegou a chamar-lhes as escolas do crime. Passados estes anos todos, a Liliana Valente voltou lá, às juventudes partidárias, e percebeu que há quem tenha vergonha de dizer que anda por lá - mas que muitos não perderam o sonho de mudar os partidos. E já dizia a música: Olha, que coisa mais linda.
3. O que faz de alguém um extraordinário altruísta? Para não acabar com dúvidas, volto à Andrea Cunha Freitas, com uma mão cheia de fé na humanidade. E pergunta-nos ela: "Doava um rim a um desconhecido? Se a resposta foi “sim”, é possível que seja um extraordinário altruísta. Um estudo publicado na revista Nature Human Behaviour mostra o resultado dos testes que avaliaram as motivações de quem ajuda os outros, sobretudo os desconhecidos." Quer saber a conclusão?
Só mais um minuto
E se o seu ginásio tivesse uma aula de... sono? A ideia apareceu em Londres e, aqui no PÚBLICO, só ainda não conseguimos perceber se teve sucesso ou não. Por outro lado.... vai uma aposta?
E se uma app de arrumações se transformasse num grande negócio? Ah, nesta já acredita, verdade? Pois é, nada como gente com ideias práticas, para nos ajudar no dia-a-dia. O nome a memorizar é Marie Kondo, não é Isabel Coutinho?
Falando em pragmatismo, está na hora de deitar mãos ao trabalho. Daqui do PÚBLICO, desejamos-lhe um dia produtivo, mas feliz (com aquele sorriso que nos diz que tudo correrá sempre bem). Nós prometemos ajudar: aqui pode ir vendo as últimas notícias, e aqui procurar alguns textos para, volta e meia, ir acordando esse sorriso.
Dia bom! Até já!
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