O PSD considerou hoje "errada e inaceitável" a proposta de nomeação de dois vogais para a entidade reguladora das comunicações, Anacom, que, segundo os sociais-democratas, têm ligações a uma empresa regulada e uma organização na órbita dessa empresa.
"Errada e inaceitável porque, em primeiro lugar, destrói o capital de confiança do que é uma entidade de regulação, criando condições para que se levante uma grande suspeição no papel de árbitro isento e independente que tem de assegurar", afirmou o vice-presidente da bancada do PSD Luís Leite Ramos, em declarações aos jornalistas no parlamento.
Em causa estão as nomeações para a Anacom (Autoridade Nacional de Comunicações) de Dalila Araújo, que desempenhava até agora as funções de 'senior advisor' na Portugal Telecom e de Margarida Sá Costa, até agora secretária-geral da Fundação Portuguesa das Comunicações.
"A decisão do governo de nomear para a entidade reguladora das comunicações, a Anacom, duas pessoas com ligações recentes, exclusivas e duradouras a uma das empresas reguladas ou a uma organização que funciona na órbita dessa empresa, é para nós uma decisão errada e inaceitável", criticou.
O deputado do PSD salientou que o partido não põe em causa "a idoneidade e competência das pessoas", mas considera que "não dão garantias de isenção e independência nas actividades de fiscalização e arbitragem de conflitos que se vierem a colocar".
"É um passo que põe em causa toda a actividade de regulação, não só da Anacom, mas de todas as outras entidades reguladoras, porque afecta a confiança dos cidadãos", afirmou.
O PSD aguardará que o Governo pondere sobre esta decisão, uma vez que os nomes ainda terão de ser apreciados pela Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (CReSAP) e ouvidos na Assembleia da República.
Além das duas vogais em causa, o Governo vai propor João Cadete de Matos, que sai do Banco de Portugal, para presidente da Anacom e Francisco Cal, que desempenha actualmente as funções de presidente da Estamo, Participações Imobiliárias, SA, como terceiro vogal.
Fonte: Jornal de Negócios
Comentário: Olha quem acusa quem. Tudo farinha do mesmo saco, pois o que interessa é encaixar os amigos, manter em dia os interesses. Eles sabem que a justiça não se mete na situação, porque alegadamente diz respeito à politica.
J. Carlos
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