sábado, 19 de agosto de 2017

BARCELONA | Moussa Oukabir. O radical de 17 anos ao volante da carrinha em Las Ramblas


Terá sido este jovem, de 17 anos, o autor material do atropelamento massivo em Las Ramblas, Barcelona. Há dois anos, escreveu nas redes sociais que queria "matar todos os infiéis".

Moussa Oukabir, de 17 anos, terá sido o autor material do atropelamento massivo em Las Ramblas, Barcelona. É neste jovem que está concentrada a investigação policial neste momento, com as autoridades a admitirem que o jovem terá roubado documentos ao irmão para alugar a carrinha. O irmão apresentou-se na polícia logo após o atropelamento, numa altura em que as suas fotografias já estavam a circular como suspeito.

Logo após o atropelamento, foi noticiado que alguém saído da carrinha (presumivelmente, o condutor) teria fugido da viatura. Segundo o El Mundo, que cita fontes policiais, Moussa Oukabir terá conduzido a carrinha que provocou a morte de pelo menos 13 pessoas e mais de 100 feridos. Após o crime, com um boné na cabeça, fugiu a correr do centro da cidade.

Moussa estaria armado, a julgar pelos alertas difundidos pelas autoridades após o incidente. Dois homens foram detidos — um marroquino e um de Melilla — mas logo se soube que nenhum deles seria o condutor.

A investigação policial está a ter em conta o testemunho de Driss Oukabir, que na quinta-feira foi detido em Ripoll, na esquadra policial a que se dirigiu, garantindo que na altura do atentado estava ali mesmo, em Ripoll (Girona), e não em Barcelona. De acordo com Driss, o irmão — o mais novo de cinco irmãos — terá roubado o passaporte do irmão mais velho, de 28 anos, para conseguir alugar não só a carrinha de Barcelona mas, também, outra que foi apreendida horas depois na zona de Vic.

Moussa Oukabir — cujo nome completo é Moussa Oukabir Soprano — vive em Barcelona, ao passo que Driss mora mais a norte, em Ripoll. A identificação de Driss foi encontrada no local do crime, em Barcelona, pelo que inicialmente a investigação se concentrou no irmão mais velho — um homem que, segundo o The Telegraph, esteve detido em 2012 por suspeita de abuso sexual.

Quem é Moussa, o irmão mais novo?

Quanto ao irmão mais novo, Moussa, que continua sem paradeiro conhecido, começam a surgir algumas informações sobre o seu historial. Segundo os jornais espanhóis, Moussa terá feito alguns comentários de teor racial, contra os não-muçulmanos, numa rede social, há dois anos. Na rede social Kiwi, perguntaram-lhe o que faria se se tornasse líder absoluto do mundo: “Matava todos os infiéis e deixaria apenas os muçulmanos continuarem com a religião”, terá escrito. Um país onde nunca viveria? “No Vaticano”.

Moussa terá viajado recentemente até Marrocos e, segundo o La Vanguardia, regressou a Espanha no último dia 13, poucos dias antes do crime. Não há informações consensuais sobre a data de nascimento do jovem — o La Vanguardia diz que Moussa terá já cumprido o 18º aniversário, mas a informação não foi confirmada. O ministro da Administração Interna do governo catalão não quis confirmar a identidade do suspeito.

Segundo o El País, as autoridades acreditam que o jovem pertencia a uma célula terrorista composta por 12 pessoas. Cinco destas foram mortas no outro ataque em Cambrils, três estão detidas — faltam, portanto, quatro (incluindo Moussa), que estão a monte.

Uma jovem que será amiga de Moussa Oukabir, que falou com o jornal catalão mas que preferiu permanecer anónima, diz-se “surpreendida com tudo isto” porque o jovem era um “rapaz normal e muito simpático”. Moussa é descrito pela mesma jovem como um rapaz “um pouco calado e que nunca procurava problemas” — “tinha um grupo de amigos, todos marroquinos, mas falava catalão perfeitamente. Acho que veio para cá com três anos de idade”.

Edgar Caetano | Observador

HÁ PORTUGUESES ENTRE AS VÍTIMAS DA LA RAMBLA | Leia em Observador: Portuguesa entre os 14 mortos de Barcelona


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