Tyler Durden
Se houver uma corrida a um banco, qualquer banco na UE, será melhor estar entre os primeiros a sacar o dinheiro.
Embora o dinheiro seja seu, a UE quer congelar contas para impedir corridas a bancos fracassados .
Estados da União Europeia estão a considerar medidas que lhes permitiriam travar temporariamente a retirada de dinheiro das suas contas para impedir corridas bancárias , revelou um documento da UE revisto pela Reuters.
A medida destina-se a ajudar a resgatar prestamistas considerados insolventes ou provavelmente insolventes, mas críticos dizem que isto poderia abalar a confiança e pode mesmo acelerar retiradas aos primeiros rumores de perturbação num banco.
A proposta, que tem estado em elaboração desde o princípio deste ano, verifica-se menos de dois meses após uma corrida aos depósitos no Banco Popular ter contribuído para o colapso daquele prestamista espanhol.
Dar aos supervisores o poder de bloquear temporariamente contas bancárias de prestamistas aflitos é "uma opção factível", reconhece um documento preparado pela presidência estoniana da UE, reconhecendo que os estados membros estavam divididos quanto à questão.
Os países da UE que já permitem uma moratória a nível nacional sobre desembolsos de bancos em procedimentos de insolvência, como a Alemanha, apoiam a medida, disseram responsáveis.
"O desejo é impedir uma corrida bancária, de modo que quando um banco estiver numa situação crítica não seja empurrado para o abismo", disse uma pessoa familiar com as ideias do governo alemão.
A proposta estoniana foi discutida por representantes da UE em 13 de Julho mas não foi tomada qualquer decisão, disse um responsável da UE. As discussões deverão continuar em Setembro. A aprovação de legisladores da UE seria exigida para qualquer decisão final.
De acordo com o plano discutido pelos estados da UE, os desembolsos poderiam ser suspensos durante cinco dias úteis e o bloqueio poderia ser estendido até um máximo de 20 dias em circunstâncias excepcionais, diz o documento estoniano.
Clientes assustados
Estive com Charlie Bannister da Association for Financial Markets in Europe (AFME), que afirma: "Acreditamos fortemente que isto incentivaria depositantes a fugirem de um banco numa fase primária".
Por que os clientes podem querer fugir?
Aqui está um trilião de razões: Mais de €1 trilião de empréstimos incumpridos na UE: percentagens UE versus EUA .
Notas
Não sei porque os gráficos por vezes utilizam códigos de país diferentes do que aparecem na primeira coluna. Onde há diferença, mostro ambos os símbolos. A lista de códigos de país é mostrada abaixo.
O rácio Forb representa o rácio de tolerância (forbearance).
O rácio Cov representa o rácio de cobertura: (Empréstimos – Reserva no balanço)/Montante total de empréstimos não cumpridos. É uma medida de quão preparado está um banco para perdas.
A Itália, Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda têm uma soma de €606 mil milhões de empréstimos não cumpridos.
Todo o sistema bancário europeu está super alavancado, sub-capitalizado e apoiado pelas Facilidades Quantitativas do BCE. Dito simplesmente, o sistema bancário da UE está insolvente.
O facto de a UE ter de considerar medidas tão drásticas prova isso.
29/Julho/2017
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