Pergunta um leitor: “Por que martelar tanto contra o igualitarismo, comparando-o com a lama e a sujeira? Não haverá nisso um exagero? Afinal de contas, é a ideologia de alguns badalados filósofos atuais; da hoje segunda potência mundial, a Rússia; dos vermelhos e róseos em geral, e de até alguns padres ‘atualizados’! Não é preciso procurar um igualitário muito longe, pois eles são uma multidão e estão por aí.”
Em última análise, o leitor indaga por que comparar o igualitarismo com a figura horrível, que serve até de propaganda da Nordstrom, escolhida para ilustrar um artigo. [foto ao lado]
Convém recordar que recentemente apareceu na publicidade esse jeans rasgado e sujo, que está empolgando muitas pessoas na internet.
Mas vejamos rapidamente de que trata o igualitarismo, de cuja ideologia esse jeans é um símbolo.
Comecemos pelo mais simples. Afirma Plinio Corrêa de Oliveira: “Tomemos a pedra e a água. A pedra tem uma porção de qualidades próprias. Ninguém nega que a água também tenha qualidades próprias. Porém, há uma impossibilidade radical de se fazer alguma coisa que seja, ao mesmo tempo, pedra e água. No nível da existência da pedra e da água, ou bem uma coisa é pedra, ou bem é água; mas ser pedra e água ao mesmo tempo é impossível”.
Do mesmo modo, lemos na Metapédia que o igualitarismo é uma doutrina que pretende considerar todas as pessoas como iguais, sem importar sua raça, religião, sexo, “orientação sexual” etc., e com os mesmos direitos políticos, econômicos, sociais e civis.
Encontramos a cada instante em nossa vida pessoas superiores ou inferiores a nós. É a lei da existência. Como proceder em relação a elas? Em primeiro lugar, sem inveja.
Há superiores e inferiores. Comecemos por estes últimos. É bom que haja desigualdade, para que haja alguém a quem se possa dar algo. O que faz desaparecer exatamente aquilo que é o nervo do problema: a ideia de que, como diz Dr. Plinio, o homem que precisa é um coitado e todo aquele que recebe um favor, um humilhado. Isto é falso. Está na economia da Providência que uns recebam de outros.
Isto quanto às coisas que estão abaixo de nós. Com relação àquelas que nos são superiores, cabe-nos a admiração, não a inveja. Etapa primeira da admiração é a capacidade de se maravilhar, de se encantar humilde e desinteressadamente: “A admiração que desce é simétrica à admiração que sobe”, ensina o mesmo Dr. Plinio. Ambas constituem uma necessidade, não uma mania.
É preciso reconhecer que estamos hoje em presença de “um fato dominante que engloba todos os outros fatos, que contém todos os outros fatos e dentro do qual todos os outros fatos se encaixam” (Dr. Plinio). E este fato é o igualitarismo.
O igualitarismo traz inveja e a mania de nivelar por baixo. Carrega consigo a inveja, a qual traz consigo a infelicidade. Portanto, martelar contra o igualitarismo é uma necessidade, e uma necessidade urgente.
Para se aquilatar a extensão desse igualitarismo, vejamos ainda o que sobre ele diz Dr. Plinio: “O fato mais importante de nossos dias é uma imensa Revolução igualitária, que dirige em seu benefício o curso de todos os acontecimentos, visando à igualdade completa, por meios ora graduais e pacíficos, ora abertos e brutais”.
Podemos dizer que o contrário do igualitarismo é a admiração, virtude ‘cristianíssima’ da qual nos deu exemplo o próprio Verbo de Deus encarnado, que colocou pelo menos uma nota de admirável em tudo quanto fez, sem nenhuma exceção.
Mas se todas as coisas são iguais, como podem a sujeira e a falsidade — insinuadas na imagem que enfeia nossa página — não ser a mesma coisa? Lembremos que o igualitarismo rejeita tudo quanto é qualidade, tudo quanto é categoria, tudo quanto é classe. Ele tende a adotar o feio e o doloso como valores supremos. E lembremos também que sem desigualdade não pode haver admiração. Escolhamos!
Fonte: ABIM
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