segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O nome dele é Pedro. O do outro é Rui. E a diferença é?



P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia!
Aqui estamos de volta. Vamos às últimas notícias?  

Na Argentina, Macri derrotou Cristina Kirchner. A vitória nas eleições legislativas de ontem deu ao partido do actual chefe de Governo um poder nunca visto desde 1985, explica o El Pais.
Lombardia e Veneto votaram para ganhar autonomia de Roma. Há menos semelhanças com a Catalunha do que se poderia pensar, mas não é uma coincidência que as regiões italianas da Lombardia e Veneto tenham votado ontem num referendo para pedir mais competências e autonomia fiscal. A consulta era não vinculativa, mas o "sim" ficou acima dos 90%. Falta dizer que quem os convocou foram os seus presidentes, membros do partido extremista Liga Norte.
Na Catalunha continua o braço-de-ferro. O El Pais anuncia que Rajoy tem a porta de saída aberta para qualquer dos 180 dirigentes regionais que não acatem o artigo 155 da Constituição - invocado este sábado para tirar a autonomia à Catalunha. O El Mundo diz que Puigdemont resiste a convocar eleições,  apesar de a maioria dos catalães preferir essa solução. O relógio está em contagem decrescente: falta uma semana para Madrid tomar a região nas mãos.
Já no Japão, Abe ganhou a aposta... e poder também. Primeiro-ministro japonês garante maioria de dois terços no Parlamento, arrasando as duas novas forças políticas que ameaçavam o seu domínio. O objectivo é, agora, rever a Constituição pacifista do país.
No desporto, registe a fome do leão (que venceu e convenceu em Alvalade) e o voo da águia, a escapar de mais uma escorregadela (com o video-árbitro avariado). Já na Fórmula 1, prepare a garrafa com o champanhe: Lewis Hamilton está mesmo à beira do tetra.

O que marca o dia

O nome dele é Pedro. Num pavilhão com luz natural, mas organizado em modo de comício partidário, Santana Lopes apresentou-se como o candidato à liderança do PSD que quer “unir o partido”, demarcou-se de Rui Rio, virou a agenda de Passos (mas com o passismo ao lado), fez as pazes com Marcelo, bateu na "geringonça" e vingou-se de Sócrates. "O meu nome é Pedro Santana Lopes e assumo tudo o que fiz na minha vida", disse ele. E assim se lançou o candidato
Na corrida Santana/Rio, fizemos um balanço dos primeiros discursos, onde o que os separou é menos do que aquilo que os uniu, explica a Sofia Rodrigues. Mas o verdadeiro desafio deles é outro, anota o Amílcar Correia, no Editorial do dia.

Quem diz que levou uma "sova monumental"? O Presidente Marcelo, no final da sua caminhada pelo país, explicando o que sentiu com os incêndios de 15 de Outubro. O rescaldo faz-se, agora, de medidas: o Governo anunciou que vai duplicar os meios aéreos, também mais patrulhas militares, isto já depois de António Costa ter explicado o que vai fazer - apoiar todas as vítimas de todos os incêndiosaumentar já os meios, fazer a reforma em 14 meses.
As reacções foram... assim, assim: PSD disponívelCDS "construtivo", a esquerda exigente. De pé atrás ficaram bombeiros e oficiais das forças armadas. Já agora, um aviso: as temperaturas vão subir (outra vez).

Ora aqui está um caso novo: um juiz desculpou uma agressão com um adultério. E agora vai ter a consequência.
E agora um caso velho: na Cova da Moura, há mais três agentes da PSP acusadosde agressão e falsificação de documentos, diz o DN.
Na saúde também há caso e consequência: o Tribunal de Contas acusou o Estado de falsear dados sobre listas de espera, o Ministério pediu agora uma auditoria independente.
Idem, ibidem na Educaçãoas Finanças detectaram uso ilegal do "vale Educação" e, vai daí, acabaram com ele.
É assim por cá: sempre a subir e a descer. E, a propósito, sabe quem é que mais lucra com as inspecções aos elevadores? 

Uma pausa para ler... 

Quatro especiais do PÚBLICO, para ler tranquilamente:
1. Eles só dormiram quando a chuva chegou. A Patrícia Carvalho pegou na caneta, o Adriano Miranda na máquina fotográfica. E fizeram-se à estrada, para procurar a memória da noite dos brutais incêndios de 15 de Outubro. A reportagem que fez a capa do P2, este domingo, começa assim: "Quinta-feira de manhã. Na estrada que liga São Jorge a São Joaninho, em Santa Comba Dão, ainda permanece o esqueleto carbonizado do que foi um pequeno veículo motorizado. Está ali, meio caído na berma, contra um solo preto de carvão, que cobre toda a paisagem, depois da passagem do devastador incêndio de 15 de Outubro que, naquela zona, deixou cinco mortos. O condutor do veículo foi um deles e o funeral realizava-se naquela quinta-feira à tarde. O homem, de 67 anos, decidiu fugir quando as chamas lhe atingiram a casa. A mulher ficou, escondeu-se e salvou-se. Ele meteu-se pela estrada, foi apanhado pelo fogo, abandonou o pequeno carro, fugiu a pé mas o incêndio foi mais rápido. Morreu ali." Os caminhos que nos fizeram chorar estão aqui, para nunca mais esquecer.
2. Mata Hari: este mistério centenário. Uma recolha inédita de objectos pessoais e de documentos militares até há pouco tempo mantidos fechados nos arquivos dos serviços secretos britânicos e franceses (incluindo a sua suposta “confissão”), mas também de fotografias, retratos, telegramas, correspondência, pinturas, recortes de jornais, livros e cartazes dos inúmeros filmes que glosaram a sua vida, propõe-se lançar uma nova luz sobre a vida desta mulher holandesa que marcou o imaginário do início do século XX. Curioso, o Sérgio C. Andrade foi espiar a exposição, mas avisa: "Muita coisa vai permanecer envolta em mistério". 
3. “Vai ocorrer uma revolta social contra a tecnologia”. Richard Baldwin, um dos maiores especialistas sobre a globalização, veio a Portugal discutir a desigualdade numa conferência na Fundação Francisco Manuel dos Santos. E está convicto que a tecnologia vai passar a ser alvo de críticas da sociedade, porque "os ganhos obtidos com a globalização são canalizados para as elites". A entrevista foi conduzida pelo Diogo Queiroz de Andrade.

Agenda do dia

Ainda com os incêndios na memória o Governo tenta mostrar trabalho: António Costa recebe a Associação Portuguesa de Seguradores, enquanto o ministro da Agricultura se reúne com autarcas e representantes dos agricultores dos concelhos mais atingidos. Com uma agenda diferente está o ministro da Economia, abrindo o pano do WebSummit 2017, que está aí mesmo à porta. Menos simpática, mas também importante, será a assembleia de credores da Oi (à atenção da Pharol SGPS, antiga PT, que é accionista de referência).
La por fora, Theresa May leva ao Parlamento britânico o estado da arte das negociações do Brexit. Mas o dia será, esperamos, marcado pelo quinto prémio FIFA para Ronaldo, como melhor jorgador do ano. Sendo que, por cá, o campeonato prossegue com um Moreirense-Braga e um Vitória-Portimonense.
E pronto, assim começa mais uma semana. Se já estiver em stress, a Isabel Coutinho descobriu a maneira perfeita de pôr um sorriso nos lábios: é ao som de Despacito, mas é mesmo caso para pôr o preconceito para trás das costas. E se conseguir abrir um espacinho na agenda, a Cláudia deixou-nos algumas ideias para sair ao final do dia
Agora sim, despeço-me.
Um dia produtivo, um dia feliz.
Até já!

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