segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Tumulto termina em mortes e feridos no Niassa


O Comando Distrital de Mandimba, na província do Niassa, transformou-se, na segunda-feira (02), em campo de batalha. Consequentemente, quatro indivíduos morreram e outros seis ficaram feridos vítimas de balas reais e de borracha disparadas pela Polícia da República de Moçambique (PRM), acusada de inoperância pelos insurgentes.

O móbil da rebelião é o alegado fracasso da corporação no combate à criminalidade que assola sobremaneira aquele ponto do país.

Na madrugada desta segunda-feira, presumíveis bandidos arrombaram uma residência num dos bairros em Mandimba, tendo-se apoderado de dinheiro após ameaçarem o dono com uma arma de fogo.

Aliás, os habitantes daquela vila municipal e fronteiriça queixam-se de constantes assaltos, alguns dos quais à mão armada, e argumentam que em caso de detenção de malfeitores, estes são posteriormente restituídos à liberdade pela própria Polícia, mediante o pagamento de suborno.

Como forma de impedir tal situação, por volta das 06h30, um grupo de populares invadiu o Comando Distrital da PRM em Mandimba, onde se tinham amotinado, exigindo que as autoridades libertassem os criminosos para que se fizesse justiça pelas próprias mãos.

Gerou-se um tumulto que acabou em tragédia e devido à confusão que se instalou não foi possível realizar detenções.

Alguns agentes da Lei e Ordem colocaram em fuga, porque, para além de tentar tomar o comando de assalto, os populares arremessavam pedras para o interior das instalações.

A casa do comandante distrital em Mandimba não escapou da fúria popular e foi vandalizada. Para conter os ânimos, foi necessário despachar para o terreno um efectivo da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), a qual conseguiu restabelecer a ordem no princípio da tarde.

O @Verdade apurou que as vítimas mortais são dois adolescentes de 14 anos e dois adultos. Houve ainda danos materiais avultados, tais como viaturas, motorizadas e bicicletas incendiadas.

Alguns serviços públicos e privados estiveram encerrados por conta do motim e alguns cidadãos refugiaram-se no Malawi.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

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