segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A mudança do Infarmed é só "uma intenção". A sério?

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia! 
Início da semana e tudo começa assim:

O grupo da revista Time foi comprado por uma fortuna. Fazendo jus ao nome, a revista Fortune, assim como a Time, a Sports Ilustrated e a People vão passar para as mãos da Meredith Corp por mais de 2,5 mil milhões de euros, diz o New York Times.
O Brexit ficou preso por uma fronteira passadaO primeiro-ministro irlandês avisou Theresa May que sem garantias escritas de que não voltará a haver controlos na fronteira entre as duas Irlandas, irá vetar o início das discussões sobre um futuro acordo de comércio.
Lá longe, no Nepal, a democracia está a ser um êxito. As primeiras eleições desde a abolição da monarquia levaram cerca de dois terços a população às urnas. E se acha que não é extraordinário, veja o que as pessoas tiveram que fazer para ir pôr um boletim numa urna.
E não muito longe dali, em Bali, a ameaça de erupção de um vulcão obrigou a evacuar mais de 100 mil habitantes da ilha. Para já só se vê fumo, mas o alerta máximo foi decretado
Na Liga de futebol, o Benfica contrariou a desconfiança com uma senhora goleada. E o Sporting chegou-se também à frente com um regresso imprevisto. Com o empate do Porto no sábado, a luta pela liderança aqueceu.

O que marca o dia

A nossa entrevista à presidente do Infarmed, que nos surpreende dizendo que a mudança para o Porto lhe foi apresentada pelo Governo como "uma intenção", não como uma decisão. Se o ministro não percebe assim, Maria do Céu Machado até avisa: a mudança vai prejudicar gravemente o instituto - e implica a perda dos melhores funcionários e de milhões de euros.
A comemoração polémica do Governo. Se a ideia era comemorar os dois anos, não correu bem. Nem tanto pelas preocupações dos cidadãos que lhe fizeram perguntas (muito focadas na saúde, emprego e fogos florestais), mas sobretudo pela forma: o Governo pagou à assistência e acabou criticado até pelo PCP e Bloco. Por estas e por outras, pergunta o Vicente Jorge Silva: "Que aconteceu a António Costa?"
Mas há um banqueiro bem surpreendido. Em entrevista ao PÚBLICO, Faria de Oliveira, o líder da Associação Portuguesa de Bancos admite que a gestão de Costa "ultrapassou as expectativas".
E há um membro do Governo a acenar para um "encore". É Pedro Nuno Santos, deixando em aberto uma alteração da legislação laboral na próxima legislatura. A entrevista ao secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, com sabor a cenoura, é da Sónia Sapage e da Liliana Valente.
O Orçamento tem um problema: o PS pediu nova votação sobre a taxa aplicada às renováveis, no OE2018, e deixou o Bloco muito desconfortável, conta esta manhã o DN.
A recta final já tem factura: se o OE 2018 é aprovado hoje, o de 2019 já leva uma conta de quase 600 milhões. E ainda faltam 13 meses para chegarmos lá.

Para ler, sem parar  

1. Segredos e intimidade, nas cartas inéditas de Salazar. Orquídeas e lavoura, segredos de espionagem e negócios de milhões. Há de tudo nas cartas da família Garton a Salazar, guardadas na Torre do Tombo. A doação, agora, de 33 cartas inéditas de Salazar a Christiana Garton, a sua “querida amiguinha” dos últimos anos de vida, ilumina uma história desconhecida. A investigação é da Bárbara Reis.
2. Esta carta esteve 70 anos à espera de ser lida. É a carta de um judeu grego que sobreviveu a Auschwitz. Foi escrita em 1944 e enterrada perto de um dos fornos crematórios deste complexo de extermínio na Polónia. Descoberta em 1980, só agora viu o seu conteúdo decifrado. A Lucinda Canelas escreveu-nos sobre ela - e é mesmo preciso lê-la. Começa assim: “Este é o meu último desejo."
3. Abel Ferrara: “Viver à procura da redenção vai acabar por te matar”. De passagem por Lisboa, na entrevista ao Luís Miguel Oliveira, o realizador deixa-nos a pensar. No que é sentir que o mundo só procura "a próxima moda", no take over corporativo que tomou conta de Nova Iorque, na relação entre poder, dinheiro e a dependência do sexo, na redenção que não é um momento mágico - porque "tem de nos conduzir ao momento seguinte". E, claro, de cinema.
4. “É preciso pensar a cidade com todos e para todos”, diz ele. O inglês Charles Landry forjou o conceito de “cidade criativa”, que se tornou dominante nos processos de revitalização urbana de muitas cidades ocidentais desde o final dos anos 1980. Olha agora para Lisboa e Porto e propõe a “cidade cívica”, feita com e para as pessoas. E como é que se faz isso, Vitor Belanciano?

Agenda do dia

Achou que a comemoração dos dois anos de Governo já tinha acabado? Não acabou: esta noite, o Governo faz um jantar de celebração para dar mais uma oportunidade a quem não brindou. Antes da (re)comemoração, António Costa fala de inovação social, numa conferência europeia sobre o tema que se realiza em Lisboa - que será encerrada (adivinhe)... por Marcelo Rebelo de Sousa. 
Com o Orçamento de 2018 a ir a votos, os ministros do Ambiente de Portugal e Espanha começam a debater a actual situação de seca nos dois países.
Lá por fora, hoje é dia da primeira visita de um Papa a Myanmar, com Francisco a pôr pressão para que se resolva o êxodo de mais de 600 mil cidadãos rohingya. Nos EUA, o Senado vota a reforma fiscal de Trump - sem aprovação garantida.
Antes de me despedir, deixo-lhe uma surpresa: o Miguel Esteves Cardoso, o nosso MEC, está a anunciar o seu regresso à TV. Sem rede e muito bem acompanhado. 
Com notícias destas até é fácil desejar isto:
Tenha um dia bom, sim? Até já! 

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