O Vereador da Cultura do Município de Albergaria-a-Velha, Delfim Bismarck, revelou que o
Arquivo Municipal está a proceder a um trabalho de inventariação das famílias Albergarienses
através da compilação e cruzamento de diversos registos. “Em meia dúzia de anos esperamos
ter a maioria da população cadastrada”. A afirmação foi feita na terça-feira, na cerimónia de
comemoração do nono aniversário do Arquivo Municipal, onde estiveram presentes vários
munícipes que celebraram protocolos de doação e cedência de documentação com a
Autarquia.
Com o intuito de promover a preservação da memória coletiva e o estudo da História local, o
Arquivo Municipal está a proceder ao levantamento de diferentes registos – registos paroquiais
de batismos, casamentos e óbitos; registos de passaporte; encomendas de fotografias da Casa
Foto Gomes; registos de velocípedes, motociclos e cartas de condução; fichas de funcionários
da Fábrica Alba – de forma a poder construir um historial das pessoas e famílias que viveram
em Albergaria-a-Velha. Com a compilação e cruzamento da informação, o munícipe pode
recolher diversos dados sobre os seus antepassados, estabelecer relações entre as pessoas e
saber “por onde andaram” os familiares, caso tenham emigrado. “O projeto do Arquivo
Municipal é único no País, não existe mais nenhum com esta dimensão em termos de
quantidade e variedade dos registos levantados”, salienta Delfim Bismarck.
Como tem sido hábito ao longo dos anos, o Arquivo Municipal aproveitou a data do seu
aniversário para celebrar protocolos de doação e cedência, sendo que, este ano, foram doze
os munícipes que disponibilizaram documentação variada ao Município. Entre o material
cedido, é possível destacar fotografias do século XX de Albergaria-a-Velha, negativos em vidro
e película com paisagens de Angeja dos séculos XIX e XX, a brochura inaugural do CineTeatro
Alba de 1950, documentação da Quinta do Fontão, de 1816 a 1935, e a encadernação
de “O Arauto de Osseloa”.
O Presidente da Câmara Municipal, António Loureiro, agradeceu a generosidade dos
munícipes pela partilha de diversos documentos que contribuem para aprofundar o
conhecimento do Concelho. O autarca destacou ainda o papel do Arquivo Municipal no
“potenciar da riqueza da nossa História” e na sua divulgação junto de diferentes públicos, em
especial, dos mais novos. “As crianças têm gosto em conhecer mais sobre as suas raízes”, afirmou, e deu o exemplo de uma escola que, nas suas salas de aula, já tem fotografias da
estátua da Rainha D. Teresa “inaugurada há apenas dez dias!”
Ao longo de 2017 o Arquivo Municipal tem dado continuidade à sua missão de tratar e
disponibilizar a mais diversa documentação do Concelho ao público, em especial, através do
seu portal, que já conta com 2055 utilizadores, que fizeram mais de 54 mil consultas desde a
sua criação. Neste ano, foi concluído o trabalho de descrição das atas da Câmara Municipal
dos séculos XIX e XX, bem como a inserção de todos os processos de obras particulares e
vistorias incorporadas no Arquivo, de 1948 a 1996.
Em relação ao espólio fotográfico da Foto Gomes, constituída por 200 mil chapas em vidro e
película, é de salientar o registo de mais de 120 mil chapas até à década de 1970. O processo
de identificação das várias fotografias está a ser desenvolvido em parceria com os utentes da
Misericórdia de Albergaria-a-Velha, tendo o projeto colaborativo sido reconhecido como uma
boa prática pela Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas.
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