David Dinis, Director
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Bom dia!
A recta final da semana arranca assim:
O exército sírio declarou "vitória total" sobre o Daesh, assinalando a captura da última cidade ocupada pelos jihadistas no país e o colapso do seu reinado na região.
A Arábia Saudita mandou os seus cidadãos sair do Líbano, seguindo ordem idêntica do Kuwait e do Bahrein - e aumentando os receios de que o conflito entre Riad e o Irão esteja a caminhar para um confronto militar. Nesta guerra, o Líbano é só "um peão", como explica a Clara Barata.
A presidente do Parlamento catalão enterrou o machado. Carme Forcadell deu a declaração unilateral de independência como um acto “meramente simbólico”. Ainda passou a noite em prisão preventiva, mas o Supremo aceitou fixar-lhe uma caução (alta) para que possa sair em liberdade.
Theresa May está disposta a pagar mais: segundo o Financial Times, a primeira-ministra vai subir o valor do cheque a pagar à UE para desbloquear as negociações do Brexit. Acrescenta o Telegraph que também já tem uma hora para a saída: dia 29 de Março de 2019, às 23h00. Problema: um documento relevado pelo mesmo jornal mostra que a Irlanda está a fazer novas exigências a Londres, atirando o processo para o caos.
O que marca o dia
Um problema na Educação: a maioria dos alunos que chumbam no 7º ano tem seis ou mais negativas, mostra um estudo que analisou pela primeira vez as notas do 3º ciclo de ensino. Os resultados são assustadores, até pelo que dizem sobre os alunos de meios desfavorecidos.
Mais dois problemas à vista: a dívida no Ensino Superior deixou em risco os salários; e o atraso nos concursos para o SNS está a mandar médicos para o privado (conta o JN).
E um atrasado no MAI: antes dos incêndios de Outubro, o ministério recusou um pedido de reforço de meios, conta também o JN. Mas estamos sempre a tempo de aprender: hoje mesmo, quatro ministros e um secretário de Estado vão ter um “Workshop” sobre incêndios, conta o Expresso.
Mais um problema, no Orçamento: Bruxelas antecipa uma derrapagem de 625 milhões na receita em 2018. A Comissão fala de “sério risco de incumprimento”.
E um aviso adicional a Centeno: o presidente da Confederação do Comércio diz não ver "qual o interesse" de um novo acordo sobre aumento do salário mínimo. A entrevista ao PÚBLICO antecipada um dos temas da Concertação Social de hoje.
A boa notícia da semana já acabou: a Websummit fechou com a dupla Marcelo-Al Gore, com um prémio para um mini frigorífico e com um certo apetite por Portugal. A verdade é que passaram por cá investidores que valem três vezes o PIB português (e isso é dizer alguma coisa).
No Ambiente, podemos escolher: o copo meio vazio é que 28 milhões de euros dos portugueses ardem com o lixo de Lisboa e Porto; o copo meio cheio é que estamos entre os que mais reciclam.
Ontem, o dia terminou com uma surpresa na Altice: Michel Combes deixou o cargo de presidente executivo. Parece que as relações lá em cima não estavam famosas. A reacção dos mercados? Boa, conta o Eco.
E também com um "read my lips" de Filipe Vieira: "Não há, nem nunca haverá corrupção no Benfica", disse ele.
Os nossos especiais
A "geringonça" faz dois anos, mas o caminho mais duro é o que ainda falta, como explica a equipa de Política do PÚBLICO, falando com figuras influentes e relevantes da esquerda portuguesa. É assim que arranca o nosso Destaque do dia, que passa também pelos obreiros da governabilidade, por 10 medidas da troika que (ainda) resistem à geringonça, por um surpreendente artigo do socialista Ascenso Simões sobre "o futuro do Governo e o Governo futuro". Um trabalho que termina num editorial assumidamente provocatório: presos à “geringonça”?
A fechar os 100 anos da revolução de Outubro, que nos levaram a Moscovo e São Petersburgo, o Manuel Carvalho escreve hoje sobre o fim do comunismo soviético enquanto obra de arte. Não, não um texto sobre o Hermitage, mas sobre um homem que fez o inconcebível: "abater um totalitarismo". Para fechar o dossiê, o Jorge Almeida Fernandes recuperou notas antigas e deixou-nos a chave de ouro: a cronologia de 1989, o ano dos prodígios.
Voltou um prodígio: António Lobo Antunes. Sentiu “a mão muito feliz” ao escrever o romance, mergulho profundo em memórias para indagar sobre o amor, a morte, a vida. É a relação entre um pai e um filho, a guerra de África em fundo. Eis António Lobo Antunes, agora, a não encontrar o rapaz que foi. E a falar com a Isabel como se ainda fosse um: “É claro que é um grande romance, fui eu que o escrevi!”.
"É urgente mudar a nossa relação com outros seres do Universo". É necessário repensar as nossas ideias sobre o que significa existir, o que é a Terra ou a sociedade, a partir das questões ecológicas que enfrentamos. É este o desafio, gigante, mas essencial, do britânico Timothy Morton, figura inquieta e complexa, um dos filósofos mais influentes da actualidade, que vai estar esta sexta-feira no Fórum do Futuro no Porto. O Vítor Belanciano teve a sorte de uma conversa prévia, mesmo a tempo de nos deixar o texto para leitura de fim-de-semana.
Agenda do dia
Meses depois da primeira abertura, meses depois do previsto, hoje é inaugurado o novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa - aquele que Carrilho da Graça dizianão temer ser o novo "símbolo do turismo". Não muito longe dali, em São Bento, os deputados ouvem mais dois ministros sobre o OE 2018 (a da Justiça e o da Defesa). Um terceiro ministro, o MAI, ouve as forças de segurança sobre o caso Urban Beach - e as mudanças legislativas sobre empresas de segurança privada.
Em Bruxelas, onde termina mais uma ronda negocial do Brexit, os ministros europeus conversam sobre comércio internacional, preparando a cimeira da OMC. Já no Vietnam, numa cimeira da APEC, Trump também fala de comércio, na habitual linguagem dos avisos.
Mais logo há jogo: a selecção portuguesa defronta a Arábia Saudita num jogo amigável. O que serve para lançar um fim-de-semana preenchido. Seja com o Cinecartaz, com o Guia do Lazer, com as leituras e conselhos do ípsilon, ou com a ajuda do Inimigo Público, o que importa é que que mantenha o sorriso aberto.
Eu volto na segunda-feira.
Dia bom, um óptimo fim-de-semana!
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