David Dinis, Director
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Bom dia!
Eis o que aconteceu enquanto dormia:
Trump reagiu ao novo míssil da Coreia dizendo que os EUA "vão tomar conta do assunto". Kim Jong Un declarou por terminado o seu programa nuclear, garantindo que o míssil balístico disparado (o primeiro lançado desde Setembro) tem capacidade para atingir Washington. O problema, mais um, está contado aqui.
A reforma fiscal de Trump passou um teste, o primeiro no Senado. O comité orçamental dividiu os votos quase ao meio (12/11) e até às próprias bancadas republicana e democrata. Mas o próximo passo, decisivo, é ainda mais incerto, explica o New York Times.
A bitcoin já vale 10,000 dólares. E deixou os investidores entre a euforia e a preocupação com uma bolha. Daqui a pouco já volto ao tema.
Foi descoberto um erro de segurança nos Mac, que permite a qualquer utilizador entrar sem qualquer password. Ups!
A factura do Brexit já tem um número: o Reino Unido pagará até 50 mil milhões de euros para sair da Europa, um pouco menos do que exigia Bruxelas, noticiou o Telegraph. A primeira reacção veio de Nigel Farage, líder fundador do Ukip: a conta "vai unir o povo britânico num desgosto". Poucas horas antes, um relatório censurado deixou o Parlamento de Londres furioso com Governo de May.
Em Londres houve um duelo em português. Foram 11 contra 11 e, no final, o “mestre” Mourinho levou a melhor sobre o “aprendiz” Marco Silva.
O que marca o dia
Mais um processo falhado na Saúde: há um ano, o Governo anunciou o lançamento de um novo concurso para a parceria público-privado do Hospital de Cascais, admitindo até a reversão para o Estado, caso não aparecesse uma proposta vantajosa. Mas o Ministério falhou o timing - e teve que renovar a PPP por mais dois anos, sem avisar ninguém (e assim ficará até ao fim da legislatura). A notícia é confirmada pela líder da ARS de Lisboa, em entrevista ao PÚBLICO.
E depois temos uma pergunta do BE sobre a ida do Infarmed para o Porto: o Governo tem "compromissos com agentes imobiliários?"
Na energia também houve um acto falhado. Mas só agora começamos a perceber melhor a história de uma negociação que teve a ajuda de dois secretários de Estado, uma desautorização de Costa (em nome de chineses e australianos) e duas versões diferentes do Bloco. Ao que conta a Associação das Renováveis ao DN, a polémica não evitou que fugissem investidores.
Com Marcelo a fazer um aviso, Francisco Louçã deixa um alerta: é preciso atacar as clientelas "sem dó nem piedade". No Editorial do dia, eu fiz a síntese possível: esta geringonça não é renovável.
Na Educação, o Governo pediu um estudo. E ele diz que voltar ao número de alunos por turma antes da troika custaria 84 milhões de euros. Para já, o Governo ficou a meio caminho.
Para os sem-abrigo vieram cem propostas. A isto, o Governo chama um "plano de acção".
Já para os refugiados, há portas abertas: o MAI está disponível para acolher mais de mil pessoas a partir da Turquia.
A sardinha é que não sai de onde está. O Governo obriga a pesca a parar um mês até Abril (embora com uma compensação). Mas numa entrevista ao PÚBLICO, um dos cientistas que fez o alerta repete o aviso: em 2018, não devia haver pesca nenhuma, porque "não há sardinhas jovens para pescar".
O que vai parar são os comboios, na véspera do feriado de sexta-feira. A culpa, dizem, é da nova regulamentação para o sector ferroviário.
A dúvida do dia chama-se Autoeuropa: o Negócios diz que o pré-acordo com os trabalhadores está em risco, o jornal i arrisca que será aprovado pela margem mínima. Daqui a nada já sabemos.
Outras histórias nossas
1. “Deixou de haver ética e sangue na criação artística”. O nome é José Mário Branco e o pretexto para a conversa com o Gonçalo Frota é a reedição integral de uma das fundamentais obras discográficas da música popular portuguesa. são oito álbuns, agora que se cumpre meio século sobre as suas primeiras gravações. A pergunta que nos fazemos é esta: "E agora que está diante desta reedição integral, olha-a como uma obra fechada?" A resposta, toda ela, está aqui.
2. Um ovni na Bulgária que se chama comunismo. O Luís Octávio Costa agarrou no livro Forget Your Past e foi procurar as ruínas modernas do comunismo, as toneladas de betão armado, os colossais Transformers e os maravilhosos painéis de pastilha dourada. Pelo caminho, descobriu que a Bulgária continua desesperadamente a tentar esquecer o seu passado. A reportagem na capa da Fugas desta semana começa num entroncamento.
3. Na era de Trump, os xerifes levantam a voz. Com o respaldo de um presidente politicamente incorrecto, os xerifes conservadores sentem-se à vontade para endurecer o seu discurso – e as acções das forças policiais que dirigem. A reportagem na América longínqua é um exclusivo do The Washignton Post para o PÚBLICO.
4. Por que valem as bitcoins tanto dinheiro? A tecnologia não é nova (tem quase uma década), mas nunca despertou tanta atenção. Depois de 11 meses a subir, cada bitcoin vale agora dez mil dólares, um recorde absoluto que pôs o Wall Street Journal, esta noite, a falar de uma moeda comum e a Bloomberg a alertar para a formação de uma bolha. Os porquês - e outras perguntas e respostas sobre o fenómeno - estão decifrados aqui.
Agenda do dia
O Parlamento terá um dia agitado, com audições sobre o surto de Legionella, uma sobre a seca e a discussão de um pacote legislativo sobre floresta e incêndios - que junta 41 diplomas de todos os partidos, menos do PS. Na corrida pelo PSD, Rui Rio apresenta uma comissão de honra com um ex-amigo de Santana Lopes. Tudo isto enquanto António Costa ruma à cimeira UE/África, oportunidade para um primeiro encontro com o novo Presidente de Angola.
Lá por fora, a Comissão Europeia decide se limita as emissões da indústria de avião, enquanto Barack Obama faz uma viagem para ver Xi Jinping (sim, ele mesmo), enquanto Janet Yellen faz uma das suas últimas intervenções perante o Congresso.
Dito isto, é hora da bica (de um simbalino, se estiver a Norte) para ganhar energia. Fica uma ideia: se for ao Booínga, Carlos conta-lhe a história do café enquanto espera.
Agora sim, venha lá esse dia.
Que seja produtivo e feliz. Até já!
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