David Dinis, Director
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Bom dia! Que tal o fim-de-semana?
Aqui vão as últimas notícias:
Um sismo no Irão e Iraque fez 320 mortos. O abalo, superior a 7 graus na escala de Richter, teve epicentro no lado iraquiano da fronteira, mas - dizem as agências - foi sentido em 10 países da região. Os efeitos foram terríveis.
A Arábia Saudita vai reabrir ligações ao Iémen, alguns dias depois de ter fechado ligações aéreas e marítimas ao país, na sequência de um ataque com um míssil à cidade de Riade. O anúncio foi feito na ONU, depois de 20 organizações humanitárias alertarem para os milhões que estão em risco de morrer à fome com o encerramento das ligações ao país mais pobre da região (no sábado, a Clara Barata já explicava assim a catástrofe e as suas causas).
Na Alemanha, ou vai ou racha: os partidos marcaram a próxima quinta-feira como limite para chegarem a acordo para uma coligação de Governo, diz o Financial Times, explicando que há mais um tema sensível a travar as negociações: o futuro da zona euro.
Há mais dois países a caminho do Mundial: para a Suíça e a Croácia, bastaram dois empates fora para garantir bilhetes até à Rússia. Lá nos veremos, como diria Ronaldo - que ontem foi pai pela quarta vez.
O que marca o dia
Uma investigação do José António Cerejo ao caso Tecnoforma, na nossa manchete de hoje. Diz-nos ele que a Comissão Europeia e Ministério Público chegaram a conclusões opostas: os investigadores de Bruxelas entendem que houve fraude e que a Tecnoforma deve devolver mais de seis milhões de euros; o Ministério Público concluiu que não há motivo para acusar seja quem for e arquivou o processo. São 6,7 milhões de euros que Bruxelas entende que têm de ser devolvidos. Aqui não faltam os detalhes. Nem estes dados: o eventual abuso de poder de Miguel Relvas prescreveu; e as falsificações também.
Depois temos o caso do Panteão. Imagino que já saiba do que se trata: um jantar muito exclusivo de fecho da Websummit, junto aos mais eminentes mortos portugueses, que indignou as redes - levando a António Costa a mostrar "indignação" (mas com o Governo anterior), Marcelo a apoiar (a indignação, mas com o jantar), Paddy a pedir desculpa e a esquerda a prometer um travão no aluguer de património. A polémica foi assim, hora a hora. Mas deixa muitas dúvidas no ar, porque o jantar estava na agenda do evento (diz o Observador), porque não faltaram outras festas no Panteão que nunca indignaram ninguém (incluindo de empresas públicas e, suspeita a CMTV, um com a participação do actual PM).
Na verdade, como explica o Luís Miguel Queirós, já houve dez jantares no Corpo Central do Panteão Nacional - três dos quais este ano. E, talvez por isso, a directora não se demite e justifica que “não há corpos” no local do jantar. Afinal, perguntamos nós, o que é preciso para jantar no Panteão?
O que não acaba também é o surto de Legionella: subiu para 46 o número de casos confirmados em Lisboa. E apareceu um novo caso mais a Norte, no Centro de Saúde de Mangualde, conta esta manhã a TSF.
Na Saúde, anote este protesto: os administradores do sector privado dizem que “não é admissível” que o SNS tenha menos 50 milhões em 2018. E também este alerta: 1,9 milhões de portugueses compraram pelo menos uma embalagem de calmantes em 2016.
Na Educação, acabou-se a herança de Crato: os cursos vocacionais não vão deixar rasto, nem mesmo na lei.
De Bruxelas vem um aviso: Portugal cria muito emprego, mas pouco qualificado (via DN).
E da Defesa vem um alerta: a Força Aérea sabia há anos que era roubada pelos militares, mas nada fez - garante a Ana Henriques.
Já agora, registe um orgulho nacional: em Moto3, Miguel Oliveira repetiu o hat-trick num final de temporada “surreal”. E celebrou com um sonoro “....e sim, não há duas sem três!!!!!!! SIMMMMMMMMMMM”.
Os nossos especiais
O P2 levou-nos até à nossa última tragédia: as grandes cheias de 1967, quando a água tomou de assalto os arrabaldes pobres que Lisboa não conhecia. Há 50 anos, morreram mais de cinco centenas de pessoas. Mês e meio depois, os jornais calaram-se e o Governo já tinha parado de contar os mortos. A noite do fim do mundo, e os dias depois dela, contados pela Margarida David Cardoso, com fotos incríveis da época (e outras belas, de quem viveu aqueles dias e continua entre nós).
Mas também nos levou aos prazeres da carne. Ao caso, numa viagem ao orgasmo mais famoso do cinema - e passagem pelos três filmes que resgataram a comédia romântica. É a Joana Amaral Cardoso a lembrar Nora Ephron, que infectou a memória colectiva dos anos 1990 com as suas mulheres opinativas e as suas frases mordazes. Quem não se lembra de Um Amor Inevitável e Sintonia de Amor?
Já a Fugas quis provar-nos que há vida para além da carne. Porque o número de vegetarianos em Portugal quadruplicou nos últimos dez anos. Porque nunca se falou tanto da importância de uma alimentação equilibrada, com menos carne, peixe, lacticínios. E porque, pelo país, somam-se projectos inovadores que dispensam qualquer produto de origem animal. Por tudo isso, aqui se abre a porta para o "Especial Gastronomia".
Agenda do dia
Por cá, começa uma greve à primeira aula - um protesto original da FNE, contestando a não contagem de nove anos de carreira no retomar das progressões dos professores no OE 2018. No Parlamento, quem hoje fala sobre o Orçamento é o ministro da Saúde (na sombra do problema da Legionella). Mais animadora será a entrega do prémio Universidade de Lisboa 2017 à imunologista Maria de Sousa, também com o voto do PÚBLICO, que é parceiro de júri.
Se por cá Marcelo recebe o Presidente da Colômbia, em Caracas o Governo venezuelano reúne-se com os credores internacionais com o objectivo de restruturar e refinanciar a dívida externa da Venezuela. Na Filipinas está Donald Trump, aproveitando a cimeira da ASEAN para se encontrar com o primeiro-ministro da Índia.
Dito isto, hoje despeço-me assim: com o The Best Is Yet To Come, que me parece oportuno; e esta música perfeita que, whatever happens, será eterna.
Um dia produtivo, com um belíssimo sorriso.
Até amanhã.
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