David Dinis, Director
|
Bom dia!
Vamos a isto? Estas são as notícias das últimas horas:
A escolha para o BCE não foi política, garantiu Centeno. Foi uma decisão por aclamação: pela primeira vez, os ministros das Finanças do Eurogrupo escolheram um dos seus, e endossaram a candidatura do ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, para o cargo de vice-presidente do BCE - ele que foi chumbado pelo Parlamento Europeu. O presidente do Eurogrupo, mesmo assim, garantiu que foi "por mérito", conta a nossa correspondente, Rita Siza. Face ao processo que vimos, fica esta dúvida do Sérgio Aníbal: esta escolha abre caminho a um presidente alemão?
Na Alemanha, a AfD ultrapassou o SPD numa sondagem. O partido extremista aparece em segundo lugar, com 16%, num inquérito de opinião onde os sociais-democratas afundam nos 15,5%. E, enquanto se forma a nova "grande coligação", Angela Merkel escolheu a sua sucessora. Chamam-lhe AKK.
Na Catalunha, uma independentista quis travar o referendo à independência. Ouvida no Tribunal Supremo, a secretária-geral da ERC culpou Puigdemont e outros soberanistas por recusarem suspender a votação do dia 1 de Outubro. Já a líder da CUP, Anna Gabriel, decidiu ficar pela Suíça e não ser ouvida pela Justiça.
No Peru, Alberto Jujimori pode voltar à prisão - apesar do indulto. Um tribunal decidiu que o ex-presidente é culpado pelo assassinato de seis pessoas em 1992, por um grupo criminoso que estava às suas ordens. Jujimori ainda vai recorrer da sentença.
O Sporting ganhou oito minutos depois dos 90. O golo de Coates, claro, deu uma grande polémica nos programas desportivos da noite, onde estiveram os comentadores sportinguistas. Que eu tenha percebido, desta vez, Bruno de Carvalho não se incomodou.
O que marca o dia
Costa quer dançar o tango a quatro: abre a porta a Rui Rio, mas quer que os consensos sejam alargados ao BE e PCP - que são e serão a prioridade do Governo. Ontem, de resto, o primeiro-ministro deu um chega-para-lá numa ideia de Rui Riopara reformar a Segurança Social. E, contas feitas aos consensos, só dois em seis parecem neste momento possíveis.
Um deles não será a descentralização, apesar da nova posição comum dos autarcas das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto: querem abrir e gerir centros de saúde até à meia-noite, diz o JN.
Mas Rui Rio terá uma ajuda de Marcelo: o Presidente revelou esta madrugada que o líder do PSD quis saber da sua disposição para se empenhar na construção de consensos nacionais - e acrescentou que a resposta foi positiva. Marcelo já só quer saber o calendário, testemunhou a Leonete Botelho.
Esta noite, Rio disse esperar ter "uma liderança longa", o mesmo que dizer que não terá que sair se perder as legislativas. “Depende de muitos factores", disse numa entrevista à RTP, onde recusou comentar a escolha de Elina Fraga para vice do partido.
Elina Fraga está a ser investigada pelo MP, depois de uma queixa sobre a forma como geriu a Ordem dos Advogados. A social-democrata diz que a auditoria é "persecutória" e que desconhecia investigação judicial. E quem é que defendeu Elina (e Rui Rio)? Marinho e Pinto, sempre em luta contra "as elites".
Os 758 ricos de Portugal vão ser escrutinados. A Unidade dos Grandes Contribuintes do Fisco tem 17 inspectores para fiscalizar quem tenha rendimentos acima de 750 mil euros/ano.
Se for um contribuinte sem senha, descanse: o DN diz hoje que vai receber a password nestes dias, para entregar a declaração pela internet.
... Se tiver uma renda antiga também. Parece que a esquerda se prepara para o ajudar, diz o Negócios.
...Mas se for mutualista não. Porque o Montepio pode ter mais um problema em mãos: a venda das seguradoras aos chineses está em risco, conta a Cristina Ferreira, por causa da deterioração das contas.
Ainda assim, o Governo insiste: a entrada da Santa Casa no Montepio é como investir em arte.
Uma nova injecção de capital no Novo Banco “é prematura”. A garantia veio do Governo, que é quem tem que pôr lá o dinheiro. Segundo o Jornal de Negócios, os prejuízos do banco chegaram aos 1,6 mil milhões em 2017.
Portugal está entre os 20 países com menos mortes de recém-nascidos. A boa notícia, para variar, é que neste caso a Unicef não tem que se preocupar connosco.
Guterres quer que saibamos "aprender a aprender". O secretário-geral da ONU, agora honoris causa, avisa para a falta de regulação das novas tecnologias.
Quem não aprende é o presidente do Sporting. Para escapar a multas, Bruno de Carvalho jura que o clube não está em blackout. Mas, apesar de tudo o que disse e fez, a única reacção que teve foi a do sindicato dos jornalistas. Eu, sócio confesso, só consigo chamar a isto o Sporting Clube de Pyongyang.
Já a RTP, jura que aprendeu a lição. Depois do "infeliz incidente" no Festival da Canção, a televisão pública garante que não repete o erro. Parece que a culpa foi de um funcionário, diz o Observador.
Acrescentar um ponto
1. A geração pós-Columbine está farta de orações. Emma González, 18 anos, tem uma pergunta para o Presidente Trump: "Quanto dinheiro recebeu da National Rifle Association?" David Hogg, 17 anos, tem uma mensagem para os congressistas norte-americanos: "Nós somos as crianças, vocês é que são os adultos. Trabalhem em conjunto e façam alguma coisa." Na semana passada, Emma e David escaparam às mais de 100 balas que o seu ex-colega Nikolas Cruz disparou contra alunos e funcionários de uma escola na Florida. E saíram desse pesadelo com uma promessa vestida de ultimato, nunca antes feita com tanta raiva e convicção. O Alexandre Martins explica qual é.
2. Se uma mulher negra descobre que é neta de um criminoso nazi, isso é a vida real. E foi o que aconteceu a Jennifer Teege: descobriu, por mero acaso, que era neta de Amon Göth, o líder do campo de concentração nazi de Plaszow, na Polónia, que aparece como uma das figuras centrais do filme A Lista de Schindler. Depois de uma busca intensa para se reconciliar com esta herança que desconhecia, contou tudo num livro que chega agora ao mercado português. E tudo começou numa biblioteca, conta a Patrícia Carvalho, que esteve à conversa com ela.
3. “O que vemos na África do Sul é a democracia a funcionar, com muita força”. No dia em que aterrou em Lisboa para receber um Doutoramento Honoris Causa, a África do Sul vivia uma situação de impasse político. Um dos pais da Constituição sul-africana pós-apartheid, juiz, exilado político, activista, Albie Sachs conversou com o P2 no meio de um turbilhão de acontecimentos no seu país. "Está optimista, mas pessimista". Como assim, Filipa Guimarães?
4. Itália: quando ganhar não significa (de certeza) governar. Já não vai haver novas sondagens até os italianos irem às urnas, a 4 de Março. Como sempre, os inquéritos estão proibidos nas duas últimas semanas de campanha. Mas não é por isso que as dúvidas sobre quem irá governar o país que mais vezes muda de Governo na Europa são mais. “Nenhuma maioria é possível”, escreveu em título o diário La Repubblica. “Sem maioria”, escolheu o Corriere della Sera. Será, Sofia Lorena?
A agenda de hoje
António Costa recebe Rui Rio ao meio-dia, na Residência Oficial de São Bento, no primeiro dia do resto deste ciclo político, enquanto na AR a Conferência de Líderes marca os debates das próximas semanas. Marcelo estará a ver de longe, em São Tomé, onde está agora em visita oficial.
Em Bruxelas, o Ecofin formaliza a nomeação do espanhol Luis de Guindoscomo novo vice-presidente do BCE, substituindo o português Vítor Constâncio já em Junho. Enquanto, na Alemanha, os militantes do SPD começam a votar a "grande coligação".
Despeço-me com um convite: hoje, às 17h30, vamos receber Paulo Furtado - perdão, Legendary Tigerman - que nos vem mostrar o seu novo álbum. O Vítor Belanciano faz-lhe as honras da casa, aqui no auditório do PÚBLICO, ou no site, se não puder juntar-se a nós.
Tenha um dia feliz e produtivo.
Até amanhã!
Nenhum comentário:
Postar um comentário