Os agricultores e processadores de alimentos que pretendam exportar os seus produtos precisam de certificados de qualidade que o Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ) não tem acreditação para emitir e nem sequer tem expectativa de o fazer nos próximos anos. “Para poder acreditar produtos alimentares o INNOQ precisa de ser certificado em ISO 17025 e ainda não está”, admitiu o director-geral da instituição.
Podemos desenganar-nos pensando que a agricultura poderá ser um motor de desenvolvimento de Moçambique à curto prazo. Os produtores de comida que consigam ultrapassar os crónicos problemas da produção dentre os vários desafios que têm de ultrapassar para os colocarem nos mercados, particularmente internacionais, um deles está relacionado com a certificação de alimento em função das rígidas normas internacionais.
O drama é que esse serviço de certificação não pode ser conseguido em Moçambique. “O INNOQ neste momento certifica pelo ISO 9001 e é reconhecido internacionalmente, mas o que está em causa aqui é a certificação de produtos”.
“Para poder acreditar produtos alimentares o INNOQ precisa de ser acreditado em ISO 17025 e ainda não está”, revelou Alfredo Sitoe, o director-geral do Instituto Nacional de Normalização e Qualidade, durante o lançamento nesta segunda-feira (14) em Maputo da estratégia nacional para que empresas moçambicanas usufruam da lei norte-americana que oferece tratamento preferencial aduaneiro no acesso ao seu mercado.
O responsável do INNOQ explicou que: “para certificar um produto (alimentar) é necessário ter laboratório de ensaio também acreditado em ISO 17025, aqui no país existem vários laboratórios mas nenhum está acreditado”.
Alfredo Sitoe acrescentou que tratando-se “de agricultura temos não temos nenhum laboratório que faça, testagem de pesticidas”.
Questionado pelo @Verdade sobre os custos e tempo necessários para instalar um laboratório acreditado Sitoe esclareceu que: “temos de pensar primeiro em construir, adquirir os equipamentos, não é uma coisa fácil”.
O @Verdade confrontou o ministro da Indústria e Comércio sobre este obstáculo a exportação e Ragendra de Sousa admitiu que: “Não temos como fazer (a Certificação) aqui, o laboratório e tudo isso são coisas que para além do custo de investimento precisam de know-how”.
“Um especialista que garanta a certificação de alimentos tem de ter pelo menos cinco anos de experiência, por isso não vai ser de hoje para amanhã, é um processo que vamos começar e vamos ver até quando”, concluiu o governante.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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