O geneticista António Lima-de-Faria esteve hoje, 15 de maio, nos Paços do Concelho de Cantanhede, onde foi recebido pela líder do executivo camarário, Helena Teodósio, no âmbito de uma receção em que participaram também o vice-presidente da Câmara, Pedro Cardoso, os vereadores Adérito Machado, Célia Simões e Gonçalo Magalhães, o ex-presidente da autarquia Rui Crisóstomo, bem como representantes de várias entidades e dezenas de funcionários do Município.
Acompanhado da esposa, Hanna, Lima-de-Faria ouviu de Helena Teodósio “um testemunho de reconhecimento pela honra de o recebermos neste espaço nobre e pelo privilégio de o podermos ouvir falar um pouco sobre a sua vida dedicada à investigação científica, na sequência da conferência que proferiu para centenas de alunos do Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria. Foi uma experiência extraordinária para aqueles jovens estudantes terem assistido a uma aula de tão eminente figura da ciência que tem particularidade de ser também o patrono da sua escola”, sublinhou a autarca.
A presidente da Câmara Municipal falou ainda da “ligação ao Município deste filho ilustre de Cantanhede, uma ligação aliás institucionalizada na atribuição da medalha de Ouro da Cidade, em 1996, e na criação do Prémio Professor Doutor Lima-de-Faria, para distinguir o aluno do concelho com melhor média final no ensino secundário, sem esquecer o significado da doação que fez há alguns anos da sua biblioteca científica, um valioso acervo que inclui livros sobre diversas áreas do conhecimento e uma importante coleção de mapas de Portugal, alguns datados do século XVI”.
Por seu lado, o Professor Lima-de-Faria começou por se congratular com o facto de a Câmara Municipal ter criado “um prémio com o seu nome para distinguir o desempenho escolar dos jovens do ensino secundário. É muito mais importante do que ter o nome numa rua” afirmou, dando conta que, passados vinte anos da criação do prémio, escreveu a todos os galardoados “para saber das suas carreiras e, também, da utilidade do prémio”.
O cientista considera que “mais importante do que o que está nos livros é a curiosidade perante o que não se sabe, perante o desconhecido, é aí que reside o avanço da ciência e é isso que explica minha vida dedicada à investigação científica”.
António José Cortesão Lima de Faria nasceu em Cantanhede a 4 de Julho de 1921 e doutorou-se em genética pela Universidade de Lund (Suécia), onde, desde o início da década de cinquenta do século passado, se destacou como proeminente cientista e docente.
Com uma carreira reconhecida a nível mundial pelo seu contributo para o avanço da ciência, particularmente no campo da citogenética molecular, do seu currículo académico e científico salienta-se a vasta atividade em algumas das mais prestigiadas universidades e institutos da sua área de investigação, nomeadamente nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, bem como o seu trabalho como membro e consultor de influentes organismos e comités internacionais no domínio da pesquisa científica.
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