Diogo Queiroz de Andrade, Director adjunto
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Bom dia,
A manhã noticiosa começa necessariamente com este nosso trabalho de investigação que revela o relatório que a Protecção Civil fez sobre o incêndio de Pedrógão. O extenso trabalho de investigação da Liliana Valente dá a conhecer os detalhes deum documento que ficou na gaveta durante cinco mesese que mostra um país sem meios técnicos à altura para gerir uma catástrofe de proporções dramáticas, onde muita coisa falhou, a informação não fluiue a liderança esteve descoordenada. Vale a pena ocupar algum tempo a ler o que revelamos hoje nas nossas páginas, não só porque o tema vai ocupar todo o dia informativo mas principalmente para que possamos exercer o nosso direito de exigir que nunca mais se repita algo assim.
E esta não é, infelizmente, uma prática rara: ainda ontem revelámos um inquérito à morte de dois recrutas num curso de comandos que esteve escondido numa gaveta durante mais de trinta anos. Nem às famílias das vítimas foi esclarecida a causa da morte, como conta o trabalho da Ana Dias Cordeiro.
Por falar em documentos oficiais, e em problemas cuja resolução devemos exigir, este estudo do Ministério da Educação mostra quão funda é a desigualdade no território nacional: há escolas do segundo ciclo onde mais de dois terços dos alunos são beneficiários da Acção Social Escolare outras, no mesmo concelho, onde menos de 20% necessitam desse mesmo apoio, como explica a Rita Marques Costa.
E é para resolver outra desigualdade, a que separa o interior do litoral, que foi apresentado um novo plano de Ordenamento do Território, que está agora em discussão pública – o Abel Coentrão lista aqui os dez compromissos e as cinquenta medidasque querem marcar esta agenda.
Ainda em modo relatório, vale a pena ficar a saber que um documento da Organização Mundial de Saúde sobre a qualidade do ar revela que 92% dos habitantes do planeta continua a respirar ar contaminado em níveis muito perigosos para a saúde.
Outro tema quer vai marcar, e de que maneira, o dia de hoje: o primeiro rascunho do novo orçamento da Comissão Europeia para o período 2021/2027é apresentado em Bruxelas. A Rita Siza mostra, a partir da capital belga, os detalhes de um documento essencial que mostram também a recompensa que terá o bom trabalho de Carlos Moedas, que conseguiu um aumento de 40% no seu orçamento para a investigação, ciência e inovação europeias. Ainda sobre contas: Das manifestações que ontem marcaram o dia do trabalhador, ficamos a conhecer a diferença de 35 euros entre aquilo que as centrais sindicais exigem para o salário mínimonacional, como conta a Sónia Sapage.
Breve momento para respirar entre relatórios e números: já sabe que o Facebook vai lançar uma ferramenta para facilitar encontros e relações? Dados os problemas recentes com as questões de privacidade, esta é mesmo daquelas coisas que tem tudo para correr mal. E de seguida pode aproveitar para conhecer os detalhes da maior operação logística de moeda em Portugal, que consistiu na importação de 272 milhões euros em moedas de 1 e 2 cêntimose que é revelada aqui pelo Luís Villalobos.
Este email começou por apresentar documentos oficiais que estavam escondidos e que devem ser conhecidos e discutidos de forma a que possamos exercer a nossa cidadania. Termino com dois exemplos dessas discussões que também passam pelas nossas páginas: o artigo de opinião publicado pela Plataforma de Reflexão e Intervenção sobre Género e Sexualidade sobre o retrocesso que representa o último acórdão do Tribunal Constitucional sobre a Procriação Medicamente Assistida, e o debate sobre o futuro digital da democraciaque vai decorrer em Lisboa no próximo dia 8 e que coloca frente a uma plateia portuguesa vários especialistas europeus.
Para tentar contribuir para uma sociedade mais esclarecida, e mais exigente, vamos continuar a fazer o nosso trabalho. Visite-nos porque temos novidades o dia todo, a qualquer hora. Ate já.
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