quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A beleza e alegria no risco

Rejoneo
♦  Plinio Corrêa de Oliveira
Observando esta foto, a primeira impressão que se tem é a do risco na marcha do cavalo e do cavaleiro diante do perigo. Há um gosto, uma espécie de alegria e euforia, em a pessoa se atirar dentro do risco.

RejoneoTem-se a impressão de que o risco produz psicologica­mente, no cavalo e no cavaleiro, um arejamento fresco e agradável. Cavalgar dentro do risco e do imprevisto, improvisando atitudes necessárias — ora avançando, ora recuando, e várias outras atitudes tomadas de acordo com certa regra — faz a beleza do rejoneo, que é a tourada realizada a cavalo. Nesse evento o cavalo deve correr muitíssimo bem e avançar com passo lindo e audacioso. Mereceria ter o nome de Relâmpago ou de Corisco.
O animal age por instinto, mas dir-se-ia que esse cavalo tem noção raciocinada do que está ocorrendo, e acha uma verdadeira beleza jogar-se para frente e raspar no peri­go. Tem-se a impressão de um bem-estar do cavalo na hora em que o touro avança contra ele. Roça no perigo, mas sai com elegância, como se dissesse: “Touro, não és senão touro; eu sou superior, sou um cavalo — sou elegância, força e garbo. Tu és massa bruta, és mera força. E por causa disso eu posso raspar-me em ti, posso até permitir que teu chifre me risque, para eu ter a alegria de passar rente ao perigo e sair vitorioso. Tu és apenas uma almofada na qual se cravam as banderillas”.
Elegância, força e garbo no “rejoneo”
Reações assim lembram as reações do espírito humano. Colocados diante do perigo em várias circunstâncias da vida, certos homens têm atitudes como essas. Não é só o perigo da morte, mas também o perigo que se corre numa argumentação ou numa jogada política, numa manobra arriscada. Há homens que se saem assim.

Agrada-nos ver no touro aquela força, mas ele tem apenas a força bruta, não tem expressão, não tem nada de “humano” na sua atitude. No cavalo há algo que lembra reações humanas, e por suas atitudes ele parece transcender da mera condição de bicho, entrando um pouco no reino dos homens.
Elegância, força e garbo no “rejoneo”

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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 16 de setembro de 1989. A transcrição não passou pela revisão do autor.
Fonte: ABIM


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