sábado, 9 de fevereiro de 2019

Fotorreportagem | ADASCA Comemora 12 anos de Existência dia 9 de Fevereiro 2019 | Os dadores de sangue associados desta associação estão de parabéns pelo seu 12º. Aniversário


Considerando os reflexos provocados pelo sol nos vidros e a claridade interior no Mercado Municipal de Santiago, a qualidade das fotos é a possível tal como o vídeo.


A Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro, mais conhecida por ADASCA, completou no passado dia 6 do corrente mês 12 anos de existência. Doze anos de tribulações, lutas, incompreensões, ultrapassando alguns obstáculos para chegar até aqui, com os resultados alcançados que pouco nos satisfazem.
Reconhecemos que podíamos ter ido mais além, assim tivéssemos mais apoios. Sim, em vez de apoios, foram-nos levantados condicionalismos, limitando as nossas actividades, sendo o Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra uma das entidades visadas, o que nos coloca numa situação de embaraço, na medida em que, é com o ele que estamos condenados a trabalhar.
É justo colocar a seguinte observação: O CST de Coimbra necessita desta associação ou não? Porque razão continua a bloquear a entrada da ADASCA no Campus Universitário da Universidade de Aveiro, com quem mantemos um protocolo há uns anos, onde se podia aumentar o universo de dadores jovens? Que interesses existem neste impedimento? Face a tudo isto não acreditamos que a necessidade de sangue seja assim tão preocupante, talvez se trate de uma atitude administrativa do posso e mando e vocês só vão até onde queremos...
O IPST tem um novo Presidente do Conselho Directivo, contudo, ainda não se dignou estar presente num dos Aniversários da única da associação de dadores legalmente existente no Concelho de Aveiro, que tem vindo a desenvolver um trabalho sem paralelo em prol da dádiva ao longo destes 12 anos.
Devemos ser consequentes com o que dizemos e fazemos, creio ter sido este o sentimento que levou o novo presidente do IPST     quando dirigiu uma mensagem às associações de dadores e por sua vez aos dadores de sangue, quando escreve: “Numa época da nossa vivência coletiva marcada pelos interesses individuais, em que o egoísmo faz perigar as diversas iniciativas de voluntariado em prol do bem comum e de causas sociais, é de relevar o excecional papel das Associações (...) na dinamização e mobilização dos cidadãos para fazerem a sua dádiva de sangue”.

“O IPST reconhece que as vossas Associações são parceiros activos e empenhados na dádiva voluntária, contribuindo para a manutenção das reservas de sangue e seus componentes, que são de valor estratégico para o País” acrescentou.
Continua “O IPST está consciente da inabalável vontade dos Dadores e das suas Associações manterem esta actividade, não vacilando perante frases feitas e chavões, proferidas por quem não percebe que com a dádiva de sangue benévola, e voluntária, não remunerada, não há negócio algum”!
Por fim “O IPST pretende desenvolver os níveis de colaboração com as Associações de Dadores, incrementando sinergias, reconhecendo que também temos um caminho comum a percorrer face aos desafios que no futuro se colocarão à dádiva de sangue”, esta a mensagem então disponiblizada no site do IPST assinada pelo Dr. João Paulo Almeida e Sousa actual Presidente do Conselho Diretivo do referido instituto.
Passando para outro campo «A política bem entendida, é uma forma de Caridade» disse um dia o Papa Pio XI. «A roda do tempo não anda para trás, é certo, mas, nem por isso deixa de ser roda e de rodar. A hora da democracia formal já passou, irremediavelmente» escreveu Gustav Canadal, dois pontos de vista que não devem ser desvalorizados.
Pelo que nos é dado saber, no passado, surgiram diversas tentativas para fundar uma associação de dadores nesta cidade. Nenhuma das tentativas vingou porque a traição triunfou sobre a cabeça pensante em tal projecto, o mesmo esteve para acontecer com a ADASCA. O que nos deixa bastante tristes é saber que decorridos estes anos, alguém ainda põe em causa a existência da ADASCA e o seu interesse público, só assim podemos compreender a falta de apoios financeiros. Estamos nós perante um comportamento típico da cultura da comunidade aveirense que nem faz nem apoia? É possível. Será ela merecedora de ter no seu meio uma associação com esta grandeza e dinâmica regional, quando passou a ser uma das maiores associações do género no País com mais sessões de colheitas num só local?
A ADASCA além do contrato de comodato que mantém para a utilização das duas lojas, sendo uma para Sede e a outra para recolha de sangue, necessita do apoio financeiro da Câmara Municipal de Aveiro, e por sua vez da União de Freguesias da Glória e Vera Cruz porque não existem receitas financeiras provenientes das nossas actividades, apenas se recebe o apoio que o IPST entende que deve dar. Em contrapartida financia escandalosamente duas estruturas tão necessárias como a fome, causadoras do divisionismo associativo.
As boas intenções alinhadas com a vontade de ajudar podem traduzir-se em actos consumados para bem de todos, assim esperamos.
Por fim, a crise de valores humanos no sentido de assumir funções em lugares associativos, é preocupante e não estamos a ver como vai ser contornada. Sentimos a necessidade de integrar jovens nos órgãos sociais da associação, mas, eles não se disponibilizam.
Também além do desencanto, pela parte que me diz respeito, sinto o cansaço acumulado de 12 anos como voluntário a tempo inteiro na associação de que sou o principal fundador e actual presidente da direcção, não é de admirar.
Admirar, isso sim, é ainda continuar aqui, incomodar quem toma as decisões nos gabinetes, muitas delas desajustadas com a realidade que vivemos no terreno.
Continuamos com os mesmos problemas de sempre: a isenção das taxas moderadoras nos centros de saúde funciona mal, a contagem do tempo para efeitos da isenção é determinada pelo administrativo em serviço, desrespeitando a lei. Como é possível praticar estas ilegalidades uma vez que todas estas entidades dependem do Ministério da Saúde? A lei existe para ser respeitada ou para ser desrespeitada?
Quem não é por nós dadores, é objectivamente contra os dadores de sangue.
Para terminar aproveito a oportunidade para dar a conhecer os resultados alcançados no ano transacto, entre Janeiro e 29 de Dezembro de 2018:

- Total de Sessões de Colheitas: 114
- Dadores inscritos: 3514
- Total de Colheitas: 2807
- Dadores suspensos: 707
- Dadores primários: 273
- Dadores eliminados: 15
- Inscrições para medula óssea: 215
- Desde o dia 29-12-2006 a 31 – 12 – 2018 foram aprovados 24618 dadores, reprovados 7272, reprovados para análises 898 num total de 31893 inscritos nas sessões de colheitas realizadas pela ADASCA.

- Nesta data a ADASCA congrega cerca de 3749 dadores associados de pleno direito.
Bem podíamos ter ido mais além, se não nos fossem os condicionalismos criados pelo CST de Coimbra.
Chegamos à situação mais ridícula e assim concluo: mendigar para realizar mais sessões de colheitas parece-nos surrealista. Não estamos certamente perante a necessidade de sangue, estamos sim, perante uma muralha erguida de interesses instalados que nos dá que pensar. BASTA!

Joaquim Carlos
Fundador | Presidente da Direcção da ADASCA
Aveiro, 9 de Fevereiro de 2019

Mensagem disponível  em www.adasca.pt 

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