- Marcos Luiz Garcia
Embora este artigo seja aberto a quem estiver disposto a degluti-lo, convido especialmente os católicos a me acompanharem nestas considerações.
Desde a década de 1950, mais especialmente a partir do Concílio Vaticano II, vem se verificando na opinião pública católica um afastamento insensível, paulatino e ininterrupto em relação a Deus, em nome da ideia cínica de que Ele não castiga, de que não há inferno e nem mesmo purgatório.
Por causa disso, os problemas, sobretudo os morais, vêm progredindo, com o sinal verde ou a complacente passividade de inúmeras autoridades religiosas, principais responsáveis pela observância dos Mandamentos da Lei de Deus na sociedade.
Vamos a exemplos concretos. Todos sabem que motéis são locais destinados à prática de pecados contra o sexto e o nono Mandamentos. Quem passa pela rua, sabe o que está ocorrendo lá dentro. Mas hoje essa triste realidade é inteiramente tida como normal. Chegou-se a isso porque muitos dizem “Deus perdoa tudo e a todos e não castiga ninguém”…
Os trajes imoralíssimos de hoje, mais próximos do nudismo do que nunca, são utilizados até dentro das igrejas, nas missas e — oh dor! — na comunhão. Sacrilégios se sucedem às catadupas. Claro, isso porque “Deus perdoa tudo e a todos e não castiga ninguém”…
As praias se tornaram locais de nudismo efetivo. Quem ousaria chamar de traje o que se usa nelas? Homens e mulheres pecam olhando-se impudicamente sem restrições, porque “Deus perdoa tudo e a todos e não castiga ninguém”…
As famílias inteiramente afinadas com a verdadeira Doutrina Católica estão reduzidas a um número mínimo. E, num leque de pecados gravíssimos, chega-se até a realizar casamentos entre seres humanos e animais! Nada demais? Claro que não, dizem, pois “Deus perdoa tudo e a todos e não castiga ninguém”…
O consumo de drogas está de tal maneira dominante, que já se cogita em liberá-lo. Claro, uma vez que “Deus perdoa tudo e a todos e não castiga ninguém”…
O aborto é um assassinato cometido aos milhões, mas Deus não dá importância. Claro, “Ele perdoa tudo e a todos e não castiga ninguém”…
O leitor ou a leitora já deve estar com náusea desse triste elenco, o qual, aliás, poderia continuar com outros temas, como a monstrificação das pessoas, a extinção da civilização, a implantação do horrendo, o satanismo etc.
Embora esse fenômeno respingue em toda a humanidade, os católicos foram mais especialmente influenciados pela falsa máxima de que Deus não castiga ninguém, de que seu Poder é fictício, de não se deve temê-Lo. Isso leva as pessoas a pecarem cada vez mais abertamente, ofendendo-O sem o menor sentimento de dor.
Aqui vem a razão mais profunda deste artigo.
Aqueles que mais incutem a falsa ideia de que não se deve temer a Deus e fecham os olhos para a imensidão de pecados que se cometem, procuram de outro lado incutir um temor terrível — este sim, infundado, porque destituído de base científica consistente — de que a natureza vai punir a humanidade se esta não cumprir as normas ditadas pelos movimentos ecologistas, especialmente pelo Sínodo da Amazônia.
Isso explica porque Fátima não é pregada suficientemente nas igrejas, nem se fale da ameaça enunciada por Nossa Senhora de que Deus punirá com um castigo terrível as infidelidades a Ele. Afinal, como Deus pode estar indignado se, segundo o Papa Francisco disse na Cova da Iria, “Deus perdoa tudo e a todos”?
Fica claro que tal postura em face de Fátima neutraliza inteiramente o efeito salvador da Mensagem da Santa Mãe Deus em 1917 e explica porque a humanidade ainda não se converteu.
E o temor maior fica transferido para a natureza. Esta, sim, castiga! E para evitar que isso aconteça, é necessário realizarmos o novo comunismo indígena, propalado pelo Sínodo da Amazônia e pela nova igreja que ele vai lançar.
O temor do Deus Eterno, que fará um juízo também eterno, é substituído pelo temor da natureza e dos ancestrais indígenas.
Aqueles mesmos que minimizam o temor de Deus, que é real, exageram, inculcam o temor fictício da natureza.
O mais triste é que tudo isso recebe um impulso muito forte do clero progressista, que se faz passar como sendo a autêntica Igreja de Deus.
Caminhamos assim para uma nova religião, na qual, pelas próprias mãos de seus pastores, se destrona a Deus e O substitui pela “Mãe Terra” ou Pachamama.
Miserere nobis, Domina!
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