O líder do Chega, André Ventura, acusou hoje o primeiro-ministro de protagonizar uma “fraude” por se apresentar como “libertador de Portugal” aliviando as medidas de contenção da covid-19 perto das eleições autárquicas.
“Subitamente e miraculosamente, a vinte e tal dias das eleições autárquicas, já não há internamentos, nem os telejornais abrem com os casos mortais de covid-19. Parece que agora vivemos no país das maravilhas que vai receber milhões da Europa, que a covid desapareceu e que [o primeiro-ministro] António Costa de férias, aqui no Algarve, se apresenta como o libertador de Portugal”, declarou.
Numa intervenção no evento que marcou a ‘rentrée’ política do partido, em Albufeira, no Algarve, André Ventura disse considerar que o recente alívio das medidas de combate à pandemia de covid-19, e o anúncio de novas, “é uma das maiores fraudes políticas dos últimos anos” e que os portugueses a vão pagar “muito caro”, mais cedo ou mais tarde.
“António Costa é muito hábil e conseguiu, de facto, isto, extraordinário, que é: por sorte do Partido Socialista, só quando começam a chegar as eleições que mais lhe interessam é que, subitamente, se começa a falar de deixar de usar máscara, os restaurantes podem reabrir, os setores podem todos funcionar”, afirmou.
Na opinião do líder do Chega, agora que se aproxima a data das eleições marcadas para 26 de setembro “já ninguém quer saber nem do Rt, nem dos índices de incidência, nem da mortalidade, nem dos internamentos” provocados pela covid-19.
No seu discurso, André Ventura aproveitou ainda para acusar os presidentes do PSD, Rui Rio, e CDS/PP, Francisco Rodrigues dos Santos, de terem “definhado” a direita, impedindo a possibilidade de um “governo nacional de direita”, por não terem “feito o seu trabalho”.
“Tornaram-na uma direita burguesa, amorfa e uma direita de meninos copos de leite. Tornaram-na uma direita incapaz de lutar com a esquerda, no seu próprio território, e isso é culpa deles”, sublinhou.
André Ventura disse ainda querer “em dois anos ultrapassar o PSD como o principal partido da oposição em Portugal” considerando que o seu partido é o único que “poderá garantir um governo de direita”.
Mostrando-se confiante na obtenção de “centenas de eleitos” nas autárquicas, o líder do Chega apelou à “responsabilidade” no desempenho de funções autárquicas, já que o partido será “avaliado” por isso nas próximas eleições legislativas.
Lusa
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