Arroz volta a aumentar e custa mais 89% do que antes da guerra.
O cabaz de bens alimentares essenciais está agora avaliado em 219,40 euros (19,48%), depois de ter subido ligeiramente em relação à semana passada (com 217,14 euros): em dez meses, desde o início da guerra na Ucrânia, o conjunto de produtos alimentares avaliados pela Deco custa agora mais 35,78 euros do que antes da invasão da Rússia.
Segundo a análise da Deco os laticínios (26,30%) são a categoria que mais contribuíram para o aumento do cabaz, seguidos da carne e dos congelados (20,33%).
“Comprar um quilo de lombo de porco, de frango, de febras de porco, de costeletas do lombo de porco, de bifes de peru, de carne de novilho para cozer e de perna de peru custa esta semana 39,54 euros. Na véspera do início da guerra, a 23 de fevereiro, igual quantidade de carne custava 32,24 euros, ou seja, menos 7,30 euros”, assinala a Deco Proteste.
A associação destaca ainda o aumento dos produtos de mercearia (19,47%), do peixe (17,40%) e das frutas e legumes (26,74%).
Entre os dias 28 de dezembro e 4 de janeiro, os dez produtos com maiores subidas de preço foram os douradinhos de peixe (16%), o iogurte líquido (mais 13%), o arroz carolino (10%), os brócolos (9%), o grão cozido (9%), a couve-flor (8%), o arroz agulha (7%), o café torrado moído (7%), a costeleta de porco (7%), e as salsichas tipo Frankfurt (7%).
Já entre 23 de fevereiro de 2022 e 4 de janeiro de 2023 os produtos alimentares que mais aumentaram de custo na carteira dos portugueses foram o arroz carolino (81%), a alface frisada (51%), a cenoura e o leite UHT meio-gordo (47%), a bolacha maria e a vouve-coração (38%), os douradinhos de peixe (38%) e o iogurte líquido (37%).
A associação de defesa do consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.
A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, que “representam atualmente apenas 3,5% da produção agrícola nacional: sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%).
“E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, acrescenta a Deco.
O organismo esclarece que “a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um setor há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.
“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, sublinha.
Multinews
ECO-SAPO
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