Vamos
ver se nos entendemos e ser razoáveis nos adjectivos. A Associação
de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro, mais conhecida por ADASCA
completou este ano 18 anos de actividade, tendo cancelado apenas uma
sessão de colheitas de sangue, o que provavelmente será caso
inédito.
Surgiu
dois anos (?) após o Hospital de Aveiro ter deixado de fazer
colheitas de sangue, por força duma normativa da Comunidade
Europeia. Esta associação nasceu contra a vontade das duas
federações, vai-se lá saber porquê! (embora tenhamos conhecimento
das suas motivações). Nunca alinhámos com certos cambalachos. A
independência paga-se cara, ainda assim, é mais suave do que o peso
de estar subjugados a ditames duvidosos. Os dadores de sangue não
passam procurações em branco a ninguém para serem representados
seja por quem for. O que temos vindo a constatar é um abuso de
representação. Se os dadores assistissem a algumas reuniões, das
duas uma: deixavam de doar sangue, ou, saiam estarrecidos de
vergonha. As ameaças, a guerrilha verbal, os ataques pessoais, as
traições são uma constante. Não se olha a meios para denegrir (ou
desacreditar) os que não alinham. À opinião pública anunciam a
solidariedade através dos meios de comunicação social, com vozes
angélicas, com o coração nas mãos; entre os colegas provocam e
alimentam guerrilhas, dividir para reinar.
A
quem interessa cerrar os olhos? Que mundo desconhecido é este? A
ADASCA não tem por onde fazer receitas, e para desenvolver as suas
actividades em prol da dádiva de sangue, tem recorrido muitas vezes
a campanhas de angariação de fundos. Nem sequer os seus quase 4 mil
dadores associados pagam qualquer valor de cotas.
Os
apoios financeiros concedidos pelo IPST, através das candidaturas
apresentadas no início de cada ano, obedecem a regras cada vez mais
apertadas, a uma lista de rubricas definidas por este. A ADASCA tem
de alinhar com as exigências que lhe são impostas, caso contrário
fica com as mãos vazias. O inacreditável, também acontece. Nunca,
ninguém se preocupou em saber quais são as nossas necessidades.
A
Equipa de Verificação da Execução do Apoios Financeiros, entendeu
enviar um e-mail a pedir a devolução de determinado montante que
foi gasto na aquisição de bens para os almoços convívio nos anos
de 2016 e 2017 no âmbito da comemoração do Dia Mundial do Dador de
Sangue promovidos por esta associação, que congregou dadores e
elementos das brigadas do CST de Coimbra no Salão da Junta de
Freguesia de Cacia. Minhas senhoras e meus senhores da referida
Equipa, aqui não existe contabilidade dupla. Não promovemos
vaidades, nem alimentamos Egos.
Transcrevemos:
“Alertamos para o facto de a situação financeira referente ao ano
2016 (Projeto Específico), e 2017 (Projeto Anual), não se encontrar
regularizada perante o IPST, poderá determinar a exclusão de
futuras candidaturas a apoios financeiros, conforme previsto na
alínea c) do nº 1 do art.º 11º do Regulamento dos Programas de
Apoio Financeiro, Portaria nº 258/2013 de 13 de Agosto.”
Perante
esta ameaça nós respondemos: Quando a ADASCA deixar de receber os
apoios do IPST, para quem tanto temos trabalhado voluntariamente, as
portas da Sede e do Posto Fixo serão encerradas para reflexão. A
referida Equipa aprova o que entende que deve aprovar. Aliás, ainda
estamos para saber quem entregou documentos contabilísticos desta
associação a uma federação, tendo os mesmos sido mostrados à
nossa advogada em plena sala do tribunal em Lisboa. Se a ADASCA não
é federada, como pode haver acesso à sua documentação?
Além
de ser surreal, causa ou denota estranheza, não pertencendo à
esfera do real. = ABSURDO, BIZARRO, ESTRANHO), estamos perante actos
administrativos com reflexos de “promiscuidade”. O Conselho
Directivo tem conhecimento destes procedimentos?
A
autonomia da ADASCA é limitada. O CST de Coimbra impõe a sua
vontade. Acontece com as datas de calendarização anual das sessões
de colheitas de sangue, têm de ir ao encontro das suas
conveniências. Aconteceu assim com a substituição das cadeiras no
Posto Fixo. Foi vergonhoso o que aconteceu. Não existe colaboração
vs cooperação. O que sentimos e assistimos é a uma imposição
constante, com uma boa dose de autoritarismo à mistura e falta de
civismo. Mais: por vezes, somos confrontados com elementos que formam
as brigadas a seguir o mesmo modelo, onde o sarcasmo é notório. Por
muito nobre que seja a nossa causa, não estamos todos no mesmo
barco, existem interesses plantados que falam mais alto. A maldade
humana também se faz sentir nesta área.
Tudo
isto são factos, sem margem para dúvidas, mas a sua descrição, e
a dos elementos que a eles levaram, não têm, por si, carácter de
explicação.
Uma
coisa é enumerar os factos e outra, bem diferente e bem mais
complexa, é explicá-los cabal e definitivamente. Com o tempo lá
iremos.
Vamos
dando conta através do Boletim InfoADASCA o que mais nos desagrada.
Existe quebra de dadores nos locais das colheitas? Tenho dúvidas,
porque às vezes os dadores não são todos atendidos. As alegações
são de diversa ordem...
A
que se deve tal quebra? É impossível tapar o Sol com uma peneira,
ele deixa-nos mal vistos. Dividir para reinar, claro que sim. A quem
interessa? A realidade do universo dos dadores mudou, quem não
acompanhar a sua evolução vai sentir os efeitos da frustração.
Sejamos honestos connosco próprios, ao menos isso.
*Joaquim Carlos, Director
do InfoADASCA
**Adaptado:
Ano II, Edição nº. 13 Setembro 2021. As opiniões expressas são
da exclusiva responsabilidade do autor e não veiculam a dos
restantes elementos dos órgãos sociais.
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