domingo, 9 de março de 2025

Porque hoje é … Domingo | O IPST INTERFERE NAS ACTIVIDADES DA ADASCA


Vamos ver se nos entendemos e ser razoáveis nos adjectivos. A Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro, mais conhecida por ADASCA completou este ano 18 anos de actividade, tendo cancelado apenas uma sessão de colheitas de sangue, o que provavelmente será caso inédito.
Surgiu dois anos (?) após o Hospital de Aveiro ter deixado de fazer colheitas de sangue, por força duma normativa da Comunidade Europeia. Esta associação nasceu contra a vontade das duas federações, vai-se lá saber porquê! (embora tenhamos conhecimento das suas motivações). Nunca alinhámos com certos cambalachos. A independência paga-se cara, ainda assim, é mais suave do que o peso de estar subjugados a ditames duvidosos. Os dadores de sangue não passam procurações em branco a ninguém para serem representados seja por quem for. O que temos vindo a constatar é um abuso de representação. Se os dadores assistissem a algumas reuniões, das duas uma: deixavam de doar sangue, ou, saiam estarrecidos de vergonha. As ameaças, a guerrilha verbal, os ataques pessoais, as traições são uma constante. Não se olha a meios para denegrir (ou desacreditar) os que não alinham. À opinião pública anunciam a solidariedade através dos meios de comunicação social, com vozes angélicas, com o coração nas mãos; entre os colegas provocam e alimentam guerrilhas, dividir para reinar.
A quem interessa cerrar os olhos? Que mundo desconhecido é este? A ADASCA não tem por onde fazer receitas, e para desenvolver as suas actividades em prol da dádiva de sangue, tem recorrido muitas vezes a campanhas de angariação de fundos. Nem sequer os seus quase 4 mil dadores associados pagam qualquer valor de cotas.
Os apoios financeiros concedidos pelo IPST, através das candidaturas apresentadas no início de cada ano, obedecem a regras cada vez mais apertadas, a uma lista de rubricas definidas por este. A ADASCA tem de alinhar com as exigências que lhe são impostas, caso contrário fica com as mãos vazias. O inacreditável, também acontece. Nunca, ninguém se preocupou em saber quais são as nossas necessidades.
A Equipa de Verificação da Execução do Apoios Financeiros, entendeu enviar um e-mail a pedir a devolução de determinado montante que foi gasto na aquisição de bens para os almoços convívio nos anos de 2016 e 2017 no âmbito da comemoração do Dia Mundial do Dador de Sangue promovidos por esta associação, que congregou dadores e elementos das brigadas do CST de Coimbra no Salão da Junta de Freguesia de Cacia. Minhas senhoras e meus senhores da referida Equipa, aqui não existe contabilidade dupla. Não promovemos vaidades, nem alimentamos Egos.
Transcrevemos: “Alertamos para o facto de a situação financeira referente ao ano 2016 (Projeto Específico), e 2017 (Projeto Anual), não se encontrar regularizada perante o IPST, poderá determinar a exclusão de futuras candidaturas a apoios financeiros, conforme previsto na alínea c) do nº 1 do art.º 11º do Regulamento dos Programas de Apoio Financeiro, Portaria nº 258/2013 de 13 de Agosto.”
Perante esta ameaça nós respondemos: Quando a ADASCA deixar de receber os apoios do IPST, para quem tanto temos trabalhado voluntariamente, as portas da Sede e do Posto Fixo serão encerradas para reflexão. A referida Equipa aprova o que entende que deve aprovar. Aliás, ainda estamos para saber quem entregou documentos contabilísticos desta associação a uma federação, tendo os mesmos sido mostrados à nossa advogada em plena sala do tribunal em Lisboa. Se a ADASCA não é federada, como pode haver acesso à sua documentação?
Além de ser surreal, causa ou denota estranheza, não pertencendo à esfera do real. = ABSURDO, BIZARRO, ESTRANHO), estamos perante actos administrativos com reflexos de “promiscuidade”. O Conselho Directivo tem conhecimento destes procedimentos?
A autonomia da ADASCA é limitada. O CST de Coimbra impõe a sua vontade. Acontece com as datas de calendarização anual das sessões de colheitas de sangue, têm de ir ao encontro das suas conveniências. Aconteceu assim com a substituição das cadeiras no Posto Fixo. Foi vergonhoso o que aconteceu. Não existe colaboração vs cooperação. O que sentimos e assistimos é a uma imposição constante, com uma boa dose de autoritarismo à mistura e falta de civismo. Mais: por vezes, somos confrontados com elementos que formam as brigadas a seguir o mesmo modelo, onde o sarcasmo é notório. Por muito nobre que seja a nossa causa, não estamos todos no mesmo barco, existem interesses plantados que falam mais alto. A maldade humana também se faz sentir nesta área.
Tudo isto são factos, sem margem para dúvidas, mas a sua descrição, e a dos elementos que a eles levaram, não têm, por si, carácter de explicação.
Uma coisa é enumerar os factos e outra, bem diferente e bem mais complexa, é explicá-los cabal e definitivamente. Com o tempo lá iremos.
Vamos dando conta através do Boletim InfoADASCA o que mais nos desagrada. Existe quebra de dadores nos locais das colheitas? Tenho dúvidas, porque às vezes os dadores não são todos atendidos. As alegações são de diversa ordem...
A que se deve tal quebra? É impossível tapar o Sol com uma peneira, ele deixa-nos mal vistos. Dividir para reinar, claro que sim. A quem interessa? A realidade do universo dos dadores mudou, quem não acompanhar a sua evolução vai sentir os efeitos da frustração. Sejamos honestos connosco próprios, ao menos isso.

*Joaquim Carlos, Director do InfoADASCA
**Adaptado: Ano II, Edição nº. 13 Setembro 2021. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade do autor e não veiculam a dos restantes elementos dos órgãos sociais.

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