sábado, 26 de dezembro de 2015

A DOR DA INGRATIDÃO


Obrigado. Valeu a pena. Um abraço. Um sorriso. Palavras e gestos tão simples, tão fáceis, tão necessários, que infelizmente estão em fase de extinção. Não porque eu conceda “favores” esperando receber reconhecimento ou algo em troca, mas fazer tudo por uma pessoa sem receber nenhum tipo de agradecimento ou consideração machuca. Dói ainda mais se nos retribuem com a ingratidão de um comentário maldoso ou com um olhar torto quando os papéis se invertem e nós é que precisamos de apoio.

Quantas vezes já defendemos um amigo mesmo sabendo que ele está errado? Quantas vezes deixamos de realizar nossas vontades para ajudar? Passamos tardes de sol inteiras trancados num quarto escuro cedendo o ombro para que a pessoa desabafe. Vamos para festas quando o que mais queremos é ficar em casa, debaixo das cobertores. Desmarcamos compromissos para cuidar dele/a quando fica doente. Nada mais justo e normal. Saber que confortamos alguém especial, que seu dia foi mais alegre apenas por nosso apoio, com a nossa companhia, nos faz um bem enorme.

No entanto, investir numa amizade, ser sincero e fiel desde primeiro momento até o último, para ser enganado logo que surge uma oportunidade, inevitavelmente, abre um rombo no peito de quem um dia acreditou numa relação verdadeira. Chega a hora em que ser amigo pelos dois cansa, perde a graça.

Ninguém precisa de falsos amigos ou daqueles que ficam por perto apenas quando as coisas estão indo às mil maravilhas. Queremos pessoas sempre prontas para nos ouvir, nos compreender  e respeitar nossas particularidades e limitações. Queremos amigos que ofereçam o “colo” quando estamos sós, que nos puxem as orelhas quando erramos, que se preocupem em nos ver felizes. Amigos em quem podemos contar em qualquer momento e que confiem em nós acima de qualquer coisa. Pessoas incapazes de duvidar da nossa lealdade, do nosso carácter, e, principalmente, que saibam dizer muito obrigado, seja com palavras ou com o coração.

A quem não se encaixa nesse perfil, só nos resta a certeza de que não merece fazer parte de nossas vidas, e também um recado: Tchauzinho, já vai tarde!

A ingratidão é um certificado que damos a nós mesmo de que não temos nada de bom dentro da gente para dar ao próximo, nem mesmo somos capaz de reconhecer o bem que nos fizeram! (Mariluci Carvalho)

Não simpatizo  com  ingratidão, a falsidade ou hipocrisia. Não gosto de gente metida, nem de gente que actua. Não simpatizo com  gente orgulhosa, gente que se acha mais importante só pelo facto de ter mais dinheiro do que eu. Não gosto nem sequer de gente burra. Não gosto de gente que se cala, de pessoas que tem medo de viver, nem daqueles que não prestam atenção aos outros, ou que se acham o centro vital do mundo mesuinho em que vivemos. Não gosto de água com gás, de trabalhar, nem de barata voadora sem palavras, onde eu já li isso?... 

Gosto de gente que sabe rir, de quem sente e sabe ser verdadeiro. Gosto de gente que sabe aproveitar o lado positivo da vida, que sabe ser atenciosa. Gosto de quem tem o coração maior que a cabeça, mas sabe pensar. Gosto quando sussurram no ouvido, gosto quando surge um olhar, quando beijam, quando abraçam, admiro o sentimento de reciprocidade. Gosto de pessoas autênticas, pessoas batalhadoras e audases. 

Gosto até das pessoas que magoam, mas aquelas que magoam por serem sinceras. Gosto dos me repreendem comigo quando faço besteira.  Gosto mais ainda daqueles que amam, amam no sentido de amor, aqueles que amam de verdade, não dos que ficam em duvida sobre o que sente, ou dos que amam dois, três ou quatro pessoas diferentes. Gosto de quem se ama a si mesmo. Por que quem ama não tem duvida, aproveita a vida, é autêntico e sabe rir. 

Quem ama é atencioso, sabe dar carinho, é verdadeiro, sente de verdade, e está sempre de bem com a vida. Assim vamos vivendo e aprendendo!


Por Leandro C.S Barros

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