sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O QUE REALMENTE É VAIDADE


Em primeiro lugar vamos ver o que significa vaidade na nossa língua portuguesa: Vaidade, segundo o dicionário Aurélio, é a qualidade daquilo que é vão (fútil, insignificante, que só existe na fantasia, falso, ilusório e inútil), pode ser também um desejo imoderado de atrair a admiração; presunção.

A vaidade é definida, entre outras coisas, como o excessivo desejo por merecer a admiração dos outros (Aurélio). Os dicionários dizem ainda que o vaidoso é presunçoso (convencido), orgulho excessivo, arrogância e fútil (sem seriedade).

A vaidade consiste em uma estima exagerada de si mesmo, uma afirmação snobe da própria identidade. Para alguns, a vaidade é mais utilizada hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa.

 “Precisamos estudar a palavra “vaidade” no original hebraico e grego, compararmos as várias vezes em que ela é usada na Escritura e qual o verdadeiro sentido que esse vocábulo possuía nos tempos antigos.

Vaidade no hebraico advém de duas palavras. Habel, shav, que significa vazio e oco. Seu uso no Antigo Testamento estava relacionado ao abandono do único Deus verdadeiro e à busca de ídolos que não podiam satisfazer às necessidades de Israel pelo simples facto de não existirem. Adorar ídolos os tornou-se sinónimo de vaidade, pois era como se o povo israelita estivesse buscando ajuda no vazio.

No grego, vaidade é representada pelo substantivo mataiotes e também significa vazio. Não há qualquer relação entre vaidade e o uso de jóia, roupas ou ornamentos. Seu significado, em primeiro lugar, refere-se ao mundo criado que, no pecado e sem preencher o propósito inicial para qual foi criado, tornou-se vazio.

“Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou” (Rm 8.20).

Vaidade no gr. mataiotes é também usado por Paulo para expor a forma de pensar e o estilo de vida dos gentios que não agradam a Deus: “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico, que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos” (Ef 4.17).

Vaidade no gr. mataiotes, também podia denotar as palavras impressionantes, mas vazia, de falsos mestres que muito falam, mas não possuem conteúdo nenhum: “Porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro”(2ª Pe 2.18).

Vaidade no hebraico awv - shav significa: falsidade; vazio de fala, mentira; inutilidade.

A palavra vaidade quando refere-se ao sopro (vida), a enfermidade, algo vazio. Salomão também usa a palavra vaidade nesse sentido de algo vazio, oco. “Vaidade de vaidade! Diz o pregador; vaidade de vaidade! Tudo é vaidade” (Ec 1.2).

Vaidade é colocar esperança naquilo que é vão, passageiro, perecível. Neste mundo tudo é passageiro e ninguém leva nada daqui. Por isto Salomão diz: “tudo é vaidade”. A vida só deixa de ser vaidade quando entregamos a nossa vida a Deus e o servimos de todo coração. Tudo que o homem faz sem dedicar a Deus ou não um alvo que é Cristo é vaidade, ou seja, vazio [GONDIM - É proibido – P. 67-70].

A palavra “vaidade” não é um termo que descreve uma pessoa cuidadosa vestida ou de adornos no corpo; pelo contrário, esse vocábulo valoriza-se ao modo de viver.

“Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1.15).

Paulo as coisas importantes são aquelas que não vêem, pois tudo o que os nossos olhos contemplam um dia passará. Sendo assim, para o apóstolo o que é finito deveria ser considerado vaidade: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem são temporais, e as que se não se vêem” (2ª Co 4.8).


Fazendo uma avaliação sobre alguns costumes do ser humano constatamos de que tudo que é bom, é considerado errado, ou pecado. Notamos que as pessoas julgam as outras e não olham para dentro de si. Avaliam um comportamento e julgam-no achando que este está errado, mas fazem isso, sem base nenhuma. Se alguém não gosta e não quer tal costume, então fala mal e cria uma regra como se fosse uma doutrina infalível. Muitas vezes, quando julgamos nosso próximo por causa da sua postura exterior, podemos estar julgando mal. O ser humano não tem condições de conhecer o coração das pessoas. Uma pessoa pode aparentar santa, mas seu coração pode estar longe de Deus.

É um exercício inútil julgar uma pessoa pela sua maneira de vestir, porquanto o profeta Jeremias nos afirma que “Enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto, quem conhecerá?” (Jr 17.9).

Julgar sobre quais vestimentas são ou não “vaidosas” leva-nos a um nível de legalismo sufocante e criminoso. O líder deve se preocupar com as vestes sensuais e que venham desonrar a quem usa, mas julgar alguém e dizer que é mundano pelas vestes, caímos da graça do Senhor.

Não seria o uso da gravata uma vaidade? A gravata surgiu em culturas de clima frio como uma espécie de cachecol que esquentava o pescoço. Entretanto, ao ser estilizada e aperfeiçoada a ponto de perder sua função inicial, foi lançada na moda masculina e tornou-se mero adorno no pescoço dos homens. Principalmente dos políticos autoridades e dos pastores.

Assim, aprendemos que vaidade é objectivamente descrita como sentido de vazio, inutilidade e falta de consistência. Todas as vezes que buscarmos nossa identidade no que for irreal, estamos sendo vaidosos.

A vaidade no contexto pseudocristão é muito crucial, porém na verdade não destingimos a vaidade no sentido de pecado. Por exemplo: Apreciar aplausos. Apreciar elogios demasiados. Gostam de ser elogiados e sentem-se orgulhosos.

Usar a questão de usos e costumes e dizer que as pessoas que usam adornos e roupas da moda amam o mundo significa confundir a real acepção que a Bíblia atribui ao vocábulo “mundo”.

Outro dia ouvi uma frase aparentemente medíocre, mas que na verdade expressa o que muitos “cristãos” tem sido: “por fora bela viola, mas por dentro pão bolorento”, ou seja, por fora há boa aparência, parece que tudo está bem, mas na verdade por dentro não há vida, mas podridão, presunção e orgulho. O ser humano está mais preocupado com o aparente, com a sua imagem e reputação sempre mostrando uma atitude hipócrita e orgulhosa diante das pessoas, e acabam julgando os outros por aquilo que eles mesmos são.

Mas quem é o orgulhoso? É o soberbo, o insolente, arrogante, desdenhoso, presunçoso, presumido e auto-suficiente.

Ser quebrantado e humilde não significa ter um semblante triste, melancólico, abatido; nunca sorrir e só chorar.

Tudo o que sou e tudo o que falo e penso brotam do meu coração. O que sai da minha boca reflecte como é meu coração. (identifico-me com esta máxima).

Não gostamos de admitir, mas o que dizemos é o que somos por dentro. O facto é que o que dizemos sempre revelará o que há em nosso coração.

Fonte desconhecida


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